O início da História do Anarquismo não coincide com o surgimento e a positivação do termo anarquismo, é muito anterior a ela, e implica uma série de reflexões sobre entendimentos possíveis das idéias de indivíduo, sociedade e liberdade, realizadas em sociedades distintas, em diferentes momentos históricos.
Precursores do anarquismo
Sociedades sem governo e a pré-história
De acordo com Harold Barclay antes do anarquismo ter surgido como uma perspectiva distinta, seres humanos viveram milhares de anos em sociedades sem governo. Anarcoprimitivistas também acreditam que, por um longo período antes da história escrita, as sociedades humanas foram organizadas por princípios anárquicos. No entanto, existe um debate sobre as evidências antropológicas nas quais esta afirmação se fundamenta. Foi somente depois do surgimento das sociedades hierárquicas que as idéias anarquistas foram formuladas como uma resposta crítica e rejeição a toda forma de instituição política coercitiva baseada em relações sociais hierárquicas.
Muitos anarquistas não primitivistas consideram equivocada as especulações dos primitivistas, uma vez que a limitação dos registros e as analogias com as sociedades autóctones contemporâneas possuem claras limitações de contexto. Outros consideram ainda que a crença primitivista de uma pré-história libertária tem seu fundamento em um arcabouço mitológico ocidental que remete a era de ouro da antiguidade grega em que "homens e animais viviam em harmonia", e ao jardim do Éden cristão "antes do pecado original"; mas também em mitos modernos decorrentes de leituras enviesadas da própria filosofia ocidental como o "bom selvagem" de Jean Jacques Rousseau.
Filosofia ácrata na Grécia da Antiguidade
A utilização das palavras "anarchia" e "anarchos", ambas significando "sem governantes", podem ser traçadas até as Ilíadas de Homero e as Histórias de Herodotus. O primeiro uso político conhecido da palavra anarquia aparece na peça Sete Contra Tebas de Aeschylus, datada de 467 a.C.. Nela, Antigona se recusa abertamente a aceitar o decreto dos governantes a abandonar o corpo de seu irmão Polyneices não sepultado, como punição por sua participação no ataque a Tebas, diante do decreto ela diz "mesmo se ninguém quiser participar comigo, sozinha correrei o risco em sepultar meu próprio irmão. terei eu que agir em oposição desafiadora aos governantes da cidade (ekhous apiston tênd anarkhian polei)".
Aristipo de Cirene, um dos maiores discípulos de Socrates, grande estudioso das questões éticas, certa vez afirmou que os sábios não deveriam abrir mão de suas liberdades em prol do estado.No entanto, nenhum de seus escritos sobreviveu ao tempo e tudo que se conhece sobre suas reflexões está baseado nas obras de seus comentadores.
A Grécia Antiga também viu florescer a primeira instância do anarquismo enquanto ideal filosófico. Os Cínicos Diógenes de Sínope e Crates de Tebas advogaram por formas anárquicas de sociedade, mas pouco resta de seus escritos. O filósofo Zenão de Cítio o fundador do Estoicismo, muito influenciado pelos Cínicos, descreveu sua visão de uma sociedade horizontal em torno de 300 a.C. A República de Zenão se baseava em uma forma de anarquismo onde não existia necessidade de estruturas estatais. Zenão era, de acordo com Kropotkin, "O maior expoente da filosofia anarquista na Grécia Antiga". Como resumido por Kropotkin, Zenão "repudiava a onipotência do estado, sua intervenção e regimentação, e proclamava a soberania da lei moral do indivíduo". Na filosofia grega, a visão de Zenão de comunidade livre sem governo é oposta a utopia pró-estatal da República de Platão. Em oposição a Platão, Zenão argumentava que a razão poderia substituir a autoridade na administração dos assuntos humanos. Sua defesa da anarquia se baseava na premissa de que o instinto de auto-preservação necessariamente levaria os humanos ao egoísmo, no entanto, a natureza teria suprido o homem com um corretivo para esse aspecto, um outro instinto de sociabilidade. Como muitos anarquistas modernos, ele acreditava que se fosse permitido aos povos seguissem seus instintos, não precisariam de leis, cortes ou polícia, nem de templos ou espaços de adoração pública, não utilizariam dinheiro e formas de economia do dom tomariam seu lugar nas trocas. As reflexões de Zenão só chegaram até contemporâneidade na forma de trechos fragmentados.
Em Atenas, o ano 404 a.C. foi comumente conhecido como "o ano da anarquia". De acordo com o historiado Xenofonte, trata-se de fato de um período em que Atenas foi governada pela oligarquia dos "Trinta", instalada pelos espartanos após sua vitória na segunda guerra do Peloponeso, e devido ao fato de que existia um Arconte no governo, nomeado pelos oligarcas, na pessoa de Pythodorus, os atenienses se recusaram a aplicar na ocasião seu costume de chamar o ano pelo nome do arconte, preferindo chamá-lo de 'ano da anarquia'".
Os filósofos gregos Platão e Aristoteles utilizaram o termo anarquia em seu sentido negativo, em associação com a idéia de democracia a qual acreditavam ser inerentemente vulnerável e passível de deteriorar em tirania. Platão acreditava que a corrupção criada pela democracia propiciava a hierarquia "natural" entre classes sociais, gêneros e grupos de idade, para sua ampliação "anarquia encontra um caminho nas casas privadas, e termina por chegar até os animais e infectá-los". ('República', livro 8). Aristoteles diz em seu livro sei das 'Políticas' quando discute revoluções, que as classes superiores podem ser motivadas a levar a cabo um grupo em suas contendas para prevenir a "desordem e anarquia (ataxias kai anarkhias) nos assuntos do estado. Este filósofo também associou a anarquia com a democracia quando afirmou existirem traços "democráticos" nas tiranias, denominou a anarquia uma licença possível entre escravos (anarkhia te doulôn)" bem como entre mulheres e crianças. "Uma constituição deste tipo", concluiu, "terá um amplo número de apoiadores já que viver desordenadamente (zên ataktôs) é mais prazeroso às massas que levar uma vida sóbria".
Filosofia ácrata na China da Antiguidade
Na China em 600 AC, o pensador taoísta Lao Zi foi o principal responsável pelo desenvolvimento do princípio de "não-comando" no Tao Te Ching, importante texto do taoísmo filosófico. Com base neste princípio muitos taoístas passaram a viver nos conformes com um modo de vida muito semelhante àquele chamado de "anarquista" na modernidade.
Em 300 AC, também o filósofo Bao Jingyan advogaria abertamente por uma sociedade que não estivesse baseada na existência de senhores ou servos.
Movimentos e idéias ácratas no medievo
Existiram variedades de movimentos anárquicos religiosos na Europa durante a Idade Média, incluindo a Irmandade do Espírito Livre, os Klompdraggers, os Hussitas, Adamitas e os primeiros Anabaptistas. Sobre estes últimos Bertrand Russell afirmaria em sua História da Filosofia Ocidental que os Anabaptistas "repudiaram todas as leis, desde que consideravam que o bom homem seria guiado a todo instante pelo Espírito Santo… por essa premissa eles chegaram ao comunismo…".
Em Gargantua e Pantagruel (1532-52), François Rabelais escreveu no Abby de Thelema (palavra grega que significa "vontade" ou "desejo"), um utopia imaginária onde seu princípio era "Faça Como Queira", lugar no qual não havia governantes ou governados. Graças a esta contribuição literária, bem como aos seus questionamentos críticos de fundo ético através da sátira aos governantes de seu tempo, Rabelais é considerado por alguns anarquistas, entre eles Voltairine de Cleyre, um importante precursor do pensamento ácrata no final do medievo. Quase na mesma época, um estudante francês de Direito, Étienne de La Boétie escreveu seu Discurso sobre a Servidão Voluntária, no qual ele argumentava que a tirania é resultado da submissão voluntária, e deveria ser abolida pelas pessoas através da recusa a obdecer as autoridades que acreditavam estar acima delas.
Anarquismo e a modernidade
Do século XVI ao XVII
Para Leo Tolstoi, o Anarquismo Cristão tem como um dos seus mais importantes expoentes em Gerrard Winstanley, que fazia parte dos movimento dos Diggers na Inglaterra durante a Guerra Civil Inglesa. Em seus escritos, Winstanley afirmava que as "bençãos da terra" deveriam "ser comuns a todos… e nenhum senhor sobre os demais." Em um de seus panfletos em meio ao século XVII, Winstanley defendia a criação de pequenas comunas agrárias de propriedade coletiva economia socialmente organizada, que entrariam para a história como os agrarianos.Século XVIII
No entanto, na era moderna o primeiro a empregar o termo "Anarquia" com um sentido outro que não o caos foi Louis-Armand, Barão de Lahontan, em sua obra Novas viagens da América Setentrional (Nouveaux voyages dans l'Amérique septentrionale) (1703) onde descreveu os povos indígenas habitantes originais das Américas como sociedades sem estado, leis, prisões, padres ou propriedade privada, seres em anarquia.
Em Uma defesa da Sociedade Natural (A Vindication of Natural Society) (1756), Edmund Burke defendeu a abolição do governo, posteriormente afirmaria que a obra era para ser um trabalho satírico. Três décadas depois William Godwin comentaria os escritos de Burke e seu tratado afirmando que neste "os males das instituições políticas existentes foram revelados com uma força de razão e capacidade de eloqüência incomparáveis, enquanto a intenção do autor era mostrar que esses males deveriam ser considerados trivialidades."
Thomas Jefferson também manifestou sua opinião sobre a sociedade sem governo.
William GodwinA base dos nossos governos é a opinião do povo, o mais fundamental dos objetivos deveria ser manter esse direito; e se fosse deixado para mim decidir se deveríamos ter um governo sem imprensa ou imprensa sem um governo, eu não hesitaria um momento em optar pelo o último. Mas o que quero dizer é que cada homem deve receber esses jornais e ser capaz de lê-los. Estou convencido que aquelas sociedades (como as dos índios) que vivem sem governo contam em sua maior parte com um grau infinitamente maior de felicidade que aqueles que vivem sob os governos europeus. Entre os primeiros, a opinião pública substitui a lei e cria freios morais mais poderosos do que as leis jamais serão onde quer que existam. Entre os últimos, sob a desculpa de governar, eles dividem suas nações em duas classes, os lobos e as ovelhas. Não estou exagerando. Esta é uma descrição verídica da Europa.
Piotr Kropotkin considera que William Godwin através de sua obra Inquérito acerca da justiça política de 1793, foi o "primeiro a formular as concepções políticas e econômicas do Anarquismo defendendo explicitamente a abolição de todas as formas de governo. No entanto, neste texto Godwin não utilizou a palavra anarquismo por considerar a época um termo pejorativo, uma forma de insulto comum a todo pensamento e ação progressistas e revolucionários. Nesta obra Godwin defendeu a abolição do governo através de um processo gradual de reforma e esclarecimento. Por suas idéias Godwin é considerado nos dias de hoje um dos fundadores do "Anarquismo filosófico e um dos antecessores do utilitarismo."
Existiram diversas correntes ácratas e libertárias durante a Revolução Francesa, com alguns revolucionários empregando o termo "anarchiste" em um prisma positivo como no início de setembro de 1793.[13] Os Enragés se opuseram a um governo revolucionário como uma contradição em termos. Denunciando a ditadura Jacobina, Jean Varlet escreveu em 1794 que "governo e revolução eram incompatíveis, a menos que o povo deseje estabelecer autoridades constituídas em permanente insurreição contra elas próprias. " Em seu "Manifesto dos Iguais," Sylvain Maréchal defendeu o desaparecimento, de uma vez por todas da "distinção revoltante entre ricos e pobres, grandes e piquenos, mestres e servos, governantes e governados."
Século XIX
Comunalismo experimental
Em 1825 nos Estados Unidos, Josiah Warren participou da comunidade experimental pensada po Robert Owen chamada New Harmony, que desapareceu alguns poucos anos depois devido a conflitos internos. Em 1827, com New Harmony desintegrada, ele retornou a Cincinnati. Como Kenneth Rexroth escreveu, "quase todos os críticos de New Harmony disseram que ela havia falhado pela falta de uma liderança forte, disciplina e comprometimento. Warren chegou a conclusão exatamente oposta."Warren condenou a falta de soberania individual da comunidade como o motivo principal do fracasso da experiência. Ele se esforçaria ainda para organizar outras comunidades anarquistas como a Utopia e a Modern Times.
Reunindo colonos vindos de França no Rio de Janeiro no ano anterior, inspirado na teorias de Fourier, em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure se dirige à margens da Baía de Babitonga, perto da cidade histórica de São Francisco do Sul com o objetivo de iniciar aquela que ficaria conhecida como a primeira experiência libertária do hemisfério sul, o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí. A experiência duraria poucos anos devido ao despreparo de seus componentes e incapacidade de coesão que resultou em um grupo à frente do qual estava Michel Derrion. Este constituiria outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital. No entanto, ambas experiências não prevaleceriam.
Mais de quarenta anos depois, em 1889 um grupo articulado por esforço do agrônomo-veterinário Giovanni Rossi se engajaria em uma nova experiência de comunalismo experimental. No municipalidade de Palmeira, no interior do Paraná eles dariam forma a uma comunidade baseada nos princípios libertários do cooperativismo, do anticlericalismo e na negação de outras instituições tradicionais como a hierarquia, o matrimônio e a família nuclear: esta fora denominada Colônia Cecília em referência a um dos romances previamente escritos por Rossi. Apesar desta experiência também ter sido de curta duração, seu impacto no imaginário foi tremendo tanto no Brasil como na Itália. Canções e livros foram escritos inspirados nesta experiência que seria rememorada por mais de cem anos entre os anarquistas.
O primeiro anarquista autoproclamado
Pierre-Joseph Proudhon é considerado o primeiro anarquista auto-intitulado, uma classificação que ele adotou em sua primeira obra O que é a Propriedade?, publicada em 1840. Por essa razão alguns consideram Proudhon como o fundador da teoria anarquista moderna.Ele é o autor da teoria do ordenamento espontâneo na sociedade, onde a organização emerge sem um coordenador central para impor suas próprias idéias de ordem contrra as vontades de indivíduos agindo em seus próprios interesses; seu famoso mote sobre esta questão é, "Liberdade é a mãe, não a filha, da ordem."
Em "O que é a Propriedade?" Proudhon responde a questão seu famoso mote em tom de denúncia "Propriedade é um roubo". Nesse trabalho, ele se opõe a instituição da "propriedade" (propriété), em que os donos possuem direitos plenos de "usar e abusar" de sua propriedade da forma como desejarem.Em contraste ele defende o que chama de "possessão", ou propriedade limitada de recursos e bens apenas quando em utilização mais ou menos continuada. Posteriormente, no entanto, Proudhon afirmaria que "Propriedade é Liberdade", e argumentaria que é ela a única proteção contra o poder do estado.
Sua oposição ao estado, à religião instucionalizada, e à certas práticas capitalistas inspiraram libertários que vieram depois dele, transformando-o em um dos principais e mais influentes pensadores de seu tempo.
Enquanto ele se opunha ao comunismo, a política de aluguéis e aos favorecimentos na remuneração por trabalho, também se opôs a escravidão do salário capitalista (i.e. lucrar em cima do trabalho de outrem).
Proudhon defendia como sistema econômico alternativo o mutualismo, chamandoo os trabalhadores a se auto-organizarem em sociedades democráticas, com condições igualitárias para todos os seus membros, em prol do colapso do feudalismo". Sob o capitalismo, argumentava, os empregados são "subordinados, explorados" e a "condição permanente daquele que obedece, é a escravidão".
As idéias de Proudhon tiveram grande influência nos movimentos da classe operária francesa, e seus seguidores foram ativos na revolução de 1848 na França bem como durante a Comuna de Paris em 1871. No entanto, nas duas ocasiões havia outros grupos de anarquistas ativos que ora concordavam, ora faziam frente aos seguidores de Proudhon. Entre os anarquistas que participaram da Revolução de 1848 na França estão incluídos Anselme Bellegarrigue, Ernest Coeurderoy eJoseph Déjacque, este último foi a primeira pessoa a se autodeclarar um "libertário". Déjacque foi também um crítico do antifeminismo de Proudhon e de seu mutualismo, adotando uma posição anarco-comunista.
Outros anarco-comunistas, como Kropotkin, posteriormente também discordariam de Proudhon por sua defesa da "propriedade privada" na produção do trabalho (i.e. trabalhos, ou "remuneração pelo trabalho feito") ao invés da livre distribuição de produtos do labor.
Anarcoindividualismo
A partir da influência da obra O único e sua propriedade escrita por Max Stirner e publicada em Leipzig na Alemanha em 1844 surge uma nova vertente libertária conhecida como anarquismo individualista ou abreviadamente anarcoindividualismo. Neste livro Stirner lança uma crítica radical pró-indivíduo e antiautoritária sobre à sociedade prussiana contemporânea e por extensão à toda sociedade ocidental. O livro proclama que todas as formas de religião e ideologias, assim como o estado, a legislação e os sistemas educacionais são ilegítimos por repousarem em conceitos vazios que buscam limitar os indivíduos através da sobreposição da autoridade de uns sobre a individualidade de outros.
Os argumentos apresentados por Stirner com base no criticismo hegeliano, questionavam muitas das ideologias que a época eram populares entre elas o nacionalismo, o estadismo, o liberalismo, o socialismo, o comunismo e o humanismo.
Socialismo libertário
Na segunda metade do século XIX o socialismo libertário ou anarquismo comunista ganharia corpo a partir dos escritos de teóricos como Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin em diálogo com a critica marxista do capitalismo, mas sintetizando também um outro conjunto de críticas à proposta "estadista revolucionária" (ditadura do proletariado) defendida por Marx e Engels para a superação do capitalismo, enfatizando a importância de uma perspectiva comunal para manutenção da liberdade individual num contexto social. Nesse sentido a alcunha Socialismo libertário se contrapõe a perspectiva do Socialismo autoritário defendido por Marx, Engels e outros autores identificados com seus escritos.
Bakunin viu a necessidade de defender a classe trabalhadora contra a opressão e a dominação da classe dominante como um meio de dissolver o estado. Kropotkin por sua vez baseado em estudos de zoologia e evolução biológica concluiu que a cooperação superava de longe a competição em sua importância para sobrevivência das espécies. Em 1902 ele publicaria suas conclusões e suas críticas às idéias emergentes de Darwinismo social em seu livro Mutualismo: Um Fator de Evolução.
Anarquismo ilegalista e Niilismo
Tendo suas bases na filosofia anarcoindividualista em um contexto de grande perseguição e violência por parte dos estados nacionais para com os libertários o anarco-ilegalismo ganhou força no final do século XIX na forma de ciclos de retaliação, vingança, sabotagem e assassinatos orquestrados entre estadistas (reis, generais e presidentes) e os ilegalistas, minoritários entre os libertários, em sua maioria adeptos da chamada propaganda pelo Ato.
Acreditavam os ilegalistas que através de atos de violência e assassínios de figuras chave do capitalismo seria possível alcançar um momento revolucionário onde o estado e a dominação capitalista seriam abolidos. Sua forma mais radical surgiu na Rússia onde na luta contra o estado e diante de um alto grau de repressão, diversos revolucionários em sua guerra contra o poder consideravam que os poderes do estado deveriam ser derrubados fosse qual fosse o custo. Este movimento ficou conhecido como Niilismo e teve entre suas principais figuras o revolucionário Sergey Nechayev.
Tais ações na medida em que serviam de base para propaganda antianarquista bem como justificativa para amplas perseguições a grupos libertários sem qualquer envolvimento, foram amplamente refutadas por muitos outros anarquistas que as consideravam ineficientes, nocivas e contra produtivas.
A despeito dos anarcoilegalistas e niilistas serem muito poucos se comparados às demais vertentes, fundamentados em seus atos os propagandistas do anti-anarquismo trabalharam durante muito tempo com o intuito de associar o anarquismo as imagens da bomba, do punhal, assim como ao caos. Como em muitos casos, mais tarde outros grupos anarquistas adotariam tais imagens como seus próprios símbolos.
Sobre os liberais
Os liberais foram frequentemente rotulados de "anarquistas" por monarquistas, mesmo quando não defendiam a abolição da hierarquia. Ainda assim, eles promoveram ideais limitados de igualdade, através da defesa de direitos individuais, e da responsabilidade dos povos de julgar seus governantes, providenciando uma base para o desenvolvimento do pensamento anarquista. Desenvolvida com base nos preceitos liberais a sociedade política estadunidense possui diversos pensadores cuja obra é considerada tanto pelos liberais quanto pelos anarquistas, é o caso de Henry David Thoreau e sua obra Desobediência civil. Como ele, outros liberais clássicos considerados radicais entre seus pares acabaram por ser associados com a tradição do socialismo libertário.
Anarcocapitalismo surgiria bem mais tarde quando grupos de liberais defendendo ideologias de livre-mercado ao ponto de negarem a necessidade do estado, aspecto no qual se assemelharam ao anarquismo. Outros anarquistas argumentam que o capitalismo é um sistema hierárquico que viola os princípios de não-hierarquia da filosofia anarquista. Anarcocapitalistas e anarquistas (anticapitalistas) geralmente concordam que o anarcocapitalismo é parte da tradição liberal clássica da escola libertariana de pensamento ao invés de estar afiliado ao anarquismo "clássico".
Século XX
Por todo o século XX, os anarquistas atuaram politicamente junto aos movimentos operário, camponês e feminista. Muitos libertários também dedicaram suas vidas à luta contra o autoritarismo, o racismo e o fascismo. A influência destas lutas sobre algumas vertentes anarquista é notável.
Os anarquistas assumiram importantes papéis em diversas revoltas e revoluções no final do século XIX e início do século XX, como o levante do exército negro na Ucrânia, também conhecido como movimento makhnovista contra as forças sovietes que chegaram ao poder com a Revolução Russa em 1917.
No Brasil e na América do Sul junto com as levas de imigrantes vindos da Europa desde a segunda metade do século XIX, o Anarquismo se fez conhecer, inicialmente através de diversas publicações nas principais cidades. Logo floresceram centenas de sindicatos anarquistas, centros culturais e escolas libertárias, a maioria delas de orientação anarco-sindicalista. Pelo menos duas greves gerais ocorreram na década de 1910 e esta mesma década terminaria com uma insurreição anarquista no ano de 1919 paralisando a capital do país.
Neste contexto no Brasil destacam-se as atuações de diversos ativistas entre eles Edgard Leuenroth, Djalma Fettermann, Domingos Passos, José Oiticica, Maria Lacerda de Moura, Neno Vasco Oreste Ristori, Gigi Damiani, Zenon de Almeida, Fábio Luz, Florentino de Carvalho, Avelino Fóscolo entre outros.
Nos Estados Unidos, muitos dos imigrantes vindos da Europa no início deste século também eram anarquistas. Grupos de libertários italianos se organizariam em diversas atividades, algumas delas de cunho ilegalista na luta por melhores condições de trabalho e contra a miséria a que estavam submetidos. Notável também foi a atuação dos anarquistas judeus vindos da Rússia e Europa Oriental desde a segunda metade do século XIX. Estes fundaram diversos jornais que circulavam por redes internacionais de informação e solidariedade.
Também no contexto estadunidense do início do século XIX foi especialmente marcante os episódios referentes ao julgamento e condenação de Sacco e Vanzetti que por todo mundo mobilizaram milhares de trabalhadores a tomarem as ruas em solidariedade e exigindo justiça. Muitos sindicatos e organizações operárias norte-americanas de orientação anarco-sindicalista desempenharam um papel importante na formação do espectro político daquele país. Entre eles destacam-se a atuação histórica dos ativistas da Industrial Workers of the World.
Merecem destaque no contexto estadunidense a atuação de Alexander Berkman, Emma Goldman, Johann Most, Kate Austin, Lucy Parsons, Luigi Galleani, Voltairine de Cleyre, Rudolf Rocker entre muitos outros.
Na Europa, no primeiro quarto do século XX, os movimentos anarquistas alcançaram êxitos relativos, ainda que breve, e acabaram por ser violentamente reprimidos. No entanto, nas décadas de 1920 e 1930, o conflito entre o anarquismo e o estado foi em grande medida eclipsado pelo conflito entre o capitalismo e o comunismo - entre suas vertentes o Liberalismo, o Fascismo, e o Stalinismo - que terminou com a derrota do Fascismo Europeu na Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra Civil Espanhola - que muitos consideram um preludio da Segunda Guerra - um amplo movimento anarquista popular organizado em milícias e organizações operárias se estabeleceu na Catalunha em 1936 e 1937 e coletivizou a terra e a indústria. Com o tempo e o crescimento dos aparatos de controle stalinistas na República, os anarquistas foram primeiro colocados de lado para depois serem esmagados. A ação stalinista beneficiaria a chegada ao poder do regime franquista de orientação fascista, do qual os stalinista oficialmente fizeram oposição.
Ao fim da Segunda Grande Guerra, a Europa estava dividida entre a região capitalista sob a influência do liberalismo estadunidense, e a região comunista sob o controle da União Soviética, estabelecendo as bases geográficas para a dicotomia política entre o comunismo e o capitalismo que se espalharia pelo globo na forma de golpes, insurreições, invasões e guerrilhas. No entanto, a influência filosófica do anarquismo permaneceria latente até ressurgir na década de 1960.
Um ressurgimento do interesse popular no anarquismo se deu durante as décadas de 1960 e 1970. No Reino Unido ele esteve associado com o movimento Punk; a banda Crass é celebrada por suas ideias pacifistas e anarquistas. Na Dinamarca, a Cidade Livre de Christiania é fundada no subúrbio de Copenhagen. A crise de emprego e habitação na maior parte do leste europeu leva a formação do movimento de comunas e okupas que permanece vigoroso em diversas partes da Europa, principalmente na Espanha e Alemanha.
Em 1980 novas vertentes do anarquismo ganham corpo nas reflexões e práticas de grupos libertários que se distanciam do anarquismo clássico. De um lado o ecologismo radical, rejeição da tecnologia moderna, e a crítica à civilização tornam-se as bases do Anarcoprimitivismo defendido nas reflexões de teóricos como John Zerzan e nas práticas de ativistas como Theodore Kaczynski (o Unabomber).
Tudo sobre conhecimento e suas curiosidades!! Vamos descobrir as maravilhas escondidas atrás do desconhecido!!
quinta-feira, 28 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
O Comunismo na China
Em primeiro de outubro de 1949 foi proclamada a República Popular da China, resultado de sucessivos anos de embates entre o campesinato e o Partido Kuomitang, de Chiang Kai-shek. Apesar de antigos desacordos, Mao Tsé-tung, então chefe supremo, procurou construir o socialismo chinês, seguindo o modelo soviético. Chiang kai-shek fugiu para Formosa, atual Taiwan, onde, com o apoio dos Estados Unidos, fundou a China Nacionalista. Em 1952, a reforma agrária foi concluída de uma forma geral em grande parte do país. Nesse ano, tanto a produção industrial quanto a produção agrícola superaram o limite de produção dos melhores anos que antecederam a guerra com o Japão. Na política externa, a China ocupou o Tibet.
No final dos anos cinquenta, o governo anunciou uma nova política econômica chamada Grande Salto em Frente, que consistia no aumento da produção industrial e agrícola, num curto espaço de tempo. O resultado foi desastroso, através da queda acelerada da produção agrícola e das matérias-primas para a indústria. A falta de alimentos fez com que a população passasse por extrema dificuldade. Diante da gravidade da situação, milhões de chineses que moravam nas cidades foram enviados para o campo.
Em 1960, a China cortou relações com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dividindo o movimento comunista internacional. No ano de 1962, eclodiu o conflito entre China e Índia, com uma vertiginosa vitória chinesa. Em 1966, teve início um dos acontecimentos mais significativos da história socialista, a chamada grande revolução cultural proletária. Apoiado pela juventude chinesa, que o idolatrava como um deus, Mao Tsé-tung procurou fazer uma verdadeira revolução ideológica, econômica e cultural. Essa revolução estava designada a agitar todas as estruturas, visando a extinguir as arcaicas relações sociais e fazer com que nascessem novas relações sociais. Durante esse período, Mao dirigiu de forma ditatorial a cúpula do Partido Comunista, PC, afastando seus oponentes, acusando-os de pertencer à burguesia.
A partir do ano de 1969, o grande líder da China comunista passou a empregar uma política mais conciliadora, reestabelecendo contatos com o Ocidente. Em 1971, a China foi aceita na Organização das Nações Unidas (ONU). Após a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, Deng Xiaoping deu início a uma abertura econômica permitindo investimentos estrangeiros incentivando a competição, o lucro e até mesmo o consumismo. Nesse sentido não ocorreu uma abertura política baseada nos princípios democráticos. Um exemplo evidente dessa falta de abertura política foi o massacre dos estudantes na Praça da Paz Celestial em 1989. Atualmente, a China atravessa uma fase de grandioso progresso material.
No final dos anos cinquenta, o governo anunciou uma nova política econômica chamada Grande Salto em Frente, que consistia no aumento da produção industrial e agrícola, num curto espaço de tempo. O resultado foi desastroso, através da queda acelerada da produção agrícola e das matérias-primas para a indústria. A falta de alimentos fez com que a população passasse por extrema dificuldade. Diante da gravidade da situação, milhões de chineses que moravam nas cidades foram enviados para o campo.
Em 1960, a China cortou relações com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), dividindo o movimento comunista internacional. No ano de 1962, eclodiu o conflito entre China e Índia, com uma vertiginosa vitória chinesa. Em 1966, teve início um dos acontecimentos mais significativos da história socialista, a chamada grande revolução cultural proletária. Apoiado pela juventude chinesa, que o idolatrava como um deus, Mao Tsé-tung procurou fazer uma verdadeira revolução ideológica, econômica e cultural. Essa revolução estava designada a agitar todas as estruturas, visando a extinguir as arcaicas relações sociais e fazer com que nascessem novas relações sociais. Durante esse período, Mao dirigiu de forma ditatorial a cúpula do Partido Comunista, PC, afastando seus oponentes, acusando-os de pertencer à burguesia.
A partir do ano de 1969, o grande líder da China comunista passou a empregar uma política mais conciliadora, reestabelecendo contatos com o Ocidente. Em 1971, a China foi aceita na Organização das Nações Unidas (ONU). Após a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, Deng Xiaoping deu início a uma abertura econômica permitindo investimentos estrangeiros incentivando a competição, o lucro e até mesmo o consumismo. Nesse sentido não ocorreu uma abertura política baseada nos princípios democráticos. Um exemplo evidente dessa falta de abertura política foi o massacre dos estudantes na Praça da Paz Celestial em 1989. Atualmente, a China atravessa uma fase de grandioso progresso material.
domingo, 24 de junho de 2012
Partido do Movimento Democrático Brasileiro
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) é o maior partido político brasileiro, apesar de não ter até hoje elegido nenhum Presidente da República através do voto direto. Fundado em 1980, possui uma orientação política centrista. É sucessor do Movimento Democrático Brasileiro, legenda de oposição ao Regime Militar de 1964.
O PMDB é o partido político brasileiro que possui o maior número de filiados, bem como de prefeitos e vereadores, além de ter a maior representação no Congresso Nacional. Seu código eleitoral é o 15.
História
A origem no MDB
Fachada do diretório regional de Minas Gerais.
Instalado o Regime Militar de 1964, as forças políticas foram compelidas à reorganização porque o Ato Institucional Número Dois, de 1965, extinguiu os treze partidos existentes no Brasil. Os adeptos do novo governo se reúnem na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) enquanto que seus opositores fundam o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966.
Tais acontecimentos foram precipitados pelos resultados das eleições para governador em onze estados, havidas em 1965, onde, embora o governo tenha vencido a maioria das disputas, a oposição triunfou com Francisco Negrão de Lima na Guanabara e Israel Pinheiro da Silva em Minas Gerais, ambos do PSD.
Cientes de que seria trabalhoso lidar com a ordem política vigente, os militares baixaram, então, o Ato Institucional Número Dois em 27 de outubro de 1965 extinguindo treze agremiações partidárias instituindo o bipartidarismo, pois as exigências de votação mínima e de número de filiados para se formar partidos políticos foram elevadas impossibilitando a existência de pequenos partidos. Ante a nova realidade, a maioria dos políticos da UDN e do PSD migraram para a ARENA. Por outro lado, políticos do PTB e dissidentes do PSD ingressaram no MDB, que desde o primeiro instante abrigou políticos dos "clandestinos" PCB e PCdoB.
Tolhido por uma legislação casuística e punido com as cassações impostas aos seus membros, o MDB teve um desempenho ínfimo nas eleições legislativas de 1966 e 1970 e nas eleições municipais de 1968, e seus membros chegaram a considerar a dissolução da legenda, postura revertida quando o senador Oscar Passos passou o comando do MDB a Ulysses Guimarães após a derrota de 1970, ano em que o partido quase foi extinto devido a baixa votação nas eleições para deputado federal e para senador, e quase não obteve o mínimo exigido por lei para poder ter representação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Na década de 1970 os emedebistas se dividiam entre os moderados e autênticos, os primeiros defendendo negociações pontuais com o governo militar e os demais pregando a derrubada do regime, mesmo à força. Nas eleições municipais de 1972 o MDB sofreu mais uma grande derrota.
Disposto a enfrentar o status quo segundo as regras impostas pelo mesmo, a oposição apresenta Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho como "anticandidatos" à Presidência e vice-presidência da República nas eleições indiretas de 15 de janeiro de 1974 na qual o General Ernesto Geisel venceu Ulisses Guimarães por ampla maioria (400 votos a 74) no colégio eleitoral formado pelos deputados e senadores e por representantes enviados das assembleias legislativas dos estados.
Logo em seguida, em 15 de novembro de 1974, houve uma virada eleitoral e coube ao MDB ocupar quase três quartos das vagas em disputa para o Senado e duplicar sua bancada na Câmara dos Deputados. Com uma oposição robusta o governo militar apelou para embustes como o Pacote de Abril, em 1977, que ajudariam a conservar a escassa maioria governista após as eleições de 1978, graças inclusive ao artifício dos senadores biônicos.
Demonstrativo claro de tal circunstância foi o fato de que na eleição do General João Figueiredo para a Presidência da República o candidato oposicionista Euler Bentes Monteiro conseguiu mais de quarenta por cento dos votos no Colégio Eleitoral em 1978.
A Reforma partidária de 1980
O PMDB surgiu em 15 de janeiro de 1980 após a nova Lei dos Partidos Políticos ter resgatado o pluripartidarismo. Os militares visavam assim enfraquecer o MDB ao obrigarem a renomeação de todas as agremiações, exigindo de todos o designativo de "partido" no início do seu nome. Esses ditames incutiram no MDB a necessidade de uma continuação programática e nisso Jorge Singh, presidente do diretório municipal do MDB em Guarulhos, sugeriu o acréscimo da letra "P" à sigla "MDB" de modo a preservar o nome tradicional.
Extinta a ARENA os governistas criam o PDS. Como amálgama do antigo quadro bipartidário Tancredo Neves funda o PP e lideranças sindicais paulistas constituem o PT, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva. Por fim, a disputa pelo legado de Getúlio Vargas resulta na recriação do PTB liderado por Ivete Vargas (sua sobrinha-neta) e pela fundação do PDT por Leonel Brizola, petebista histórico. O antigo MDB perdia então o monopólio das oposições.
Temeroso quanto a um novo avanço da oposição o governo adia as eleições municipais de 1980 por meio de uma emenda constitucional do deputado Anísio de Souza e posteriormente implementa um pacote eleitoral que proíbe as coligações, institui a sublegenda e o voto vinculado nas eleições gerais de 1982, medidas que inviabilizaram o Partido Popular de Tancredo Neves e levaram suas lideranças a optarem pela incorporação ao PMDB com os dissidentes seguindo rumo ao PDS.
As eleições de 1982
Em 15 de novembro de 1982 o partido elegeu nove governadores: Franco Montoro em São Paulo e Tancredo Neves em Minas Gerais e triunfou nos três estados do Norte onde houve eleições (Gilberto Mestrinho no Amazonas, Jáder Barbalho no Pará e Nabor Júnior no Acre), além de vencer com Gérson Camata no Espírito Santo, José Richa no Paraná, Iris Rezende em Goiás e Wilson Martins em Mato Grosso do Sul. Apurados os votos ficou estabelecida a polarização entre o PDS e o PMDB embora o PDT tenha conquistado o governo do Rio de Janeiro com Leonel Brizola.
Mesmo entrevado pelos casuísmos do voto vinculado (sistema no qual o eleitor era obrigado a votar apenas em candidatos de um mesmo partido) e das sublegendas (no caso das disputas para o Senado Federal e para as prefeituras, os partidos podiam apresentar mais de um candidato), o PMDB elegeu nove senadores, duzentos deputados federais, quatrocentos e quatro deputados estaduais e mil trezentos e setenta e sete prefeitos.
Ao longo da década de 1980 o PMDB colheu os frutos de sua pregação oposicionista durante os anos de governo militar em razão de seu desempenho nas eleições de 1982 enquanto que nas hostes do governo os debates acerca da sucessão presidencial expunham fissuras à medida que tanto nomes civis quanto militares eram aventados como alternativas à continuidade do regime. Ausente o consenso no PDS, o presidente João Figueiredo abdicou de coordenar a escolha de seu sucessor e nisso o vácuo político foi ocupado pela oposição, tendo o PMDB à frente.
Diretas Já
Em 31 de março de 1983 foi realizado no município pernambucano de Abreu e Lima o primeiro comício a favor do restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República,evento basilar do movimento Diretas Já, cujo elemento aglutinador foi a emenda Dante de Oliveira, assim denominada em homenagem ao autor da preposição.
Logo vieram os comícios em São Paulo e Olinda ao final do ano e durante os quatro primeiros meses de 1984 uma série de passeatas, manifestações e comícios eclodiram pelo país em apoio a causa liderados por Ulysses Guimarães, denominado como o "Senhor Diretas", Franco Montoro e Tancredo Neves. Todavia, uma manobra regimental do governo derrubou a emenda em votação realizada na Câmara dos Deputados em 25 de abril de 1984.
Tancredo Neves e o Colégio Eleitoral
Ao frustrarem as eleições diretas, as forças governistas acabaram propiciando o surgimento de Tancredo Neves como alternativa à sucessão de João Figueiredo. A essa altura alguns presidenciáveis do PDS refluíram em suas pretensões e a derrota de Mário Andreazza frente a Paulo Maluf na convenção havida em agosto de 1984 sacramentou o apoio dos dissidentes do PDS a Tancredo Neves através da indicação do senador José Sarney como vice-presidente na chapa que venceu Maluf por 480 votos a 180 no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, havendo 26 abstenções.
A morte de Tancredo frustra os anseios da nação quanto ao cumprimento de suas promessas de campanha, mas a postura ínclita de Ulysses Guimarães e as multidões presentes às exéquias do líder morto produzem o ambiente necessário para uma transição pacífica. Nesse ínterim o vice-presidente José Sarney assume o governo e põe em marcha as metas da Nova República.
Governo Sarney e a Constituinte
Ainda em 1985 são realizadas eleições diretas para prefeito nas capitais de estado, áreas de segurança nacional, estâncias hidrominerais, novos municípios e municípios de territórios e nisso coube ao PMDB um total de 127 prefeituras, sendo 19 capitais de estado, contudo tais números não o livram de algumas derrotas: em São Paulo o ex-presidente Jânio Quadros (PTB) derrotou o senador Fernando Henrique Cardoso ao arrepio dos institutos de pesquisa; no Rio de Janeiro e em Porto Alegre a liderança política de Leonel Brizola logrou ao PDT as vitórias de Saturnino Braga e Alceu Collares enquanto que no Recife uma disputa interna fez com que Jarbas Vasconcelos migrasse para o PSB embora o mesmo tenha depois retornado ao PMDB. São Luís e Fortaleza também optaram por não-peemedebistas.
Paralelo ao curso da reforma política, José Sarney volta suas atenções para a economia e em 28 de fevereiro de 1986 anuncia o Plano Cruzado em cadeia nacional de rádio e televisão. Dentre as medidas anunciadas destacam-se a instituição do cruzado como moeda ao invés do cruzeiro (Cr$ 1.000,00 correspondia a Cz$ 1,00), congelamento de preços por um ano e salários reajustados segundo a média dos últimos seis meses. Outra característica do plano foi a presença dos "fiscais do Sarney", cidadãos que zelavam voluntariamente pelo controle dos preços. A essa altura a queda na inflação parecia a mais irrefutável prova de êxito do pacote e assim, favorecido pelo sucesso do Cruzado, por sua condição de combatente do governo militar e pela multiplicidade ideológica de seus filiados, o PMDB se credenciou para a disputa dos governos estaduais e da Assembleia Nacional Constituinte.
Com tamanho respaldo, o PMDB atingiu o cume de sua história política em 15 de novembro de 1986 ao eleger vinte e dois governadores sendo derrotado apenas em Sergipe onde o pefelista Antônio Carlos Valadares venceu José Carlos Teixeira. Naquele ano foram renovados dois terços do Senado (inclusos três representantes do Distrito Federal) e o PMDB conquistou 38 das 49 vagas e na Câmara a legenda obteve 260 das 487 cadeiras, num desempenho similar ao do PSD em 1945. Mesmo assim houve disputas estaduais renhidas: em São Paulo a vitória de Orestes Quércia aconteceu num pleito polarizado entre Antônio Ermírio de Morais e Paulo Maluf, no Rio de Janeiro, Moreira Franco suplantou o brizolista Darcy Ribeiro, em Minas Gerais Newton Cardoso derrotou o ex-cacique peemedebista Itamar Franco. Em Pernambuco Miguel Arraes reparou, pelo voto, sua deposição nos primeiros dias do Regime Militar de 1964 e na Bahia Waldir Pires superou o poderio da máquina partidária de Antônio Carlos Magalhães que apresentou o nome de Josaphat Marinho. No Rio Grande do Sul o senador Pedro Simon reverteu a derrota de 1982. Ainda na semana seguinte à apuração o governo baixou o chamado "Cruzado Dois" quando a inflação já estava novamente fora do prumo graças a cobrança de ágio sobre os produtos e bens de consumo além de problemas de abastecimento.
Majoritário na Assembleia Nacional Constituinte instalada em 1º de fevereiro de 1987, o PMDB elegeu Ulysses Guimarães para presidir os trabalhos do excelso colegiado, embora a multiplicidade de tendências e posicionamentos tenha neutralizado a maioria do partido: havia parlamentares próximos à esquerda, à direita, alguns se agruparam no "centrão" e um outro grupo deixou a legenda para fundar o PSDB em 24 de junho de 1988. Ao longo dos debates as votações mais acaloradas versavam sobre: ordem econômica, reforma agrária, forma e o sistema de governo e a duração do mandato presidencial, afinal estendido até 15 de março de 1990. Promulgada em 5 de outubro de 1988 a nova carta foi o marco de uma transição institucional bem-sucedida, todavia a combinação de crise econômica e hiperinflação fez refluir o poderio do PMDB, que embora tenha eleito o maior número de prefeitos em 1988, conquistou apenas quatro capitais: Fortaleza, Goiânia, Salvador e Teresina. Naquele ano o eleitorado urbano preferiu alternativas à esquerda como o PT (Porto Alegre, São Paulo e Vitória), o PDT (Curitiba, Natal, Rio de Janeiro e São Luís) e PSB (Aracaju, Macapá e Manaus), resultados vistos como uma prévia da eleição presidencial de 1989 na qual Ulysses Guimarães colheu somente 3.204.853 votos, contagem pífia se considerarmos sua biografia e o histórico do PMDB. No segundo turno seus membros se dividiram entre apoiar Fernando Collor ou Luiz Inácio Lula da Silva. Com a vitória do primeiro o partido passou a fazer-lhe oposição.
O PMDB pós-Ulysses
Instado na oposição após as eleições presidenciais de 1989 o PMDB foi surpreendido pelo anúncio do primeiro nome da equipe "collorida", o deputado federal peemedebista Bernardo Cabral. Relator-geral da Constituinte, ele permaneceu no Ministério da Justiça por sete meses até ser substituído pelo senador Jarbas Passarinho. Nas eleições daquele ano o desgaste do governo José Sarney afetou o PMDB que viu cair o número de governadores de vinte e dois em 1986 para apenas sete (Amazonas, Pará, Tocantins, Paraíba, São Paulo, Paraná e Goiás) após quatro anos embora as unidades federativas com direito a eleger seus governadores tenham subido de vinte e três em 1986 para vinte e sete em 1990 (graças ao direito adquirido pelo Distrito Federal, a criação do estado de Tocantins e a elevação dos territórios federais de Amapá e Roraima ao patamar de estados). No Congresso Nacional o recuo peemedebista também foi significativo, pois se ao renovar dois terços do Senado Federal em 1986 o partido obteve mais de 75% das vagas, na troca de um terço das cadeiras em 1990 esse percentual caiu para 25% embora Amapá e Roraima tivessem seis vagas a preencher. Na Câmara dos Deputados o aumento de vagas de 487 para 503 marcou o refluxo do PMDB de 260 para 108 cadeiras, embora conservando a maior bancada. Outras perdas foram a saída de Miguel Arraes rumo ao Partido Socialista Brasileiro e as de outros ex-governadores como Amazonino Mendes e Epitácio Cafeteira para o Partido Democrata Cristão.
Entretanto o mais significativo triunfo nas eleições aconteceu em São Paulo com a vitória de Luiz Antônio Fleury Filho sobre Paulo Maluf em segundo turno. Apoiado por Orestes Quércia, Fleury repetiu os passos de seu pretor na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, pois tal como em 1986 o PMDB viu seu candidato iniciar o despique com números modestos nas pesquisas de opinião num cenário onde Maluf polarizava com Mário Covas (PSDB). Ao longo da campanha os índices de Fleury subiram à medida que o duelo entre malufistas e tucanos se intensificava e nisso ele conquistou a vaga no segundo turno e venceu a contenda. Fortalecido pela vitória, Quércia foi eleito presidente do PMDB em 1991 em lugar de Ulysses Guimarães, na primeira troca de comando partidário após vinte anos. A gestão quercista foi marcada pela ação favorável do partido em relação ao impeachment e o subsequente afastamento de Fernando Collor da Presidência da República ao longo de 1992, mas o acontecimento mais impactante para o partido foi a morte de Ulysses vítima de acidente aéreo ocorrido no litoral fluminense em 12 de outubro do referido ano. Em 1993 Orestes Quércia renunciou à presidência do partido alegando ser vítima de "traição" por parte de seus correligionários e foi substituído por Luiz Henrique da Silveira. Politicamente enfraquecido, obteve um modesto quarto lugar nas eleições presidenciais de 1994 com apenas 2.771.788 sufrágios e viu Fernando Henrique Cardoso ser eleito em primeiro turno.
O mau desempenho de Orestes Quércia acentuou as dissensões partidárias existentes desde a campanha e assim parte do PMDB aderiu ao governo Fernando Henrique apesar de o partido ser formalmente oposicionista, ou seja, diferente do que houve na "postura de coalizão" para com Itamar Franco, na gestão de seu sucessor o PMDB se posicionou tanto na oposição quanto no governo, pois embora a cúpula agisse com rechaço, o novo presidente concedeu duas pastas para a cota peemedebista: o Ministério da Justiça foi entregue a Nelson Jobim e o Ministério dos Transportes ao também gaúcho Odacir Klein sob os auspícios de José Sarney, entronizado na presidência do Senado para o biênio 1995/1997. Mesmo com a mudança de seus titulares, os dois ministérios permaneceram nas mãos do PMDB embora a disputa interna entre grupos pró e contra o governo recrudescesse como, por exemplo, no caso da convenção nacional de 1998 que acabou não referendando nenhum candidato a presidente. Em meio a tantas refregas seus filiados e simpatizantes se dividiram entre apoiar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso ou apostar nos nomes de Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes pela oposição. Reeleito o chefe do Executivo, o partido conservou seu quinhão trocando Iris Rezende por Renan Calheiros no Ministério da Justiça ao passo que o Ministério dos Transportes ora ficou nas mãos de Eliseu Padilha, ora nas de João Henrique de Almeida Sousa. De tão morgado ao governo tucano o PMDB firmou em 2002 a coligação "Grande Aliança" que apresentou Rita Camata como candidata a vice-presidente na chapa de José Serra, desígnio frustrado pela vitória de Lula em segundo turno.
O partido hoje
Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003 houve gestões para agregar o partido à coalizão situacionista, entretanto as negociações só viriam a se concretizar em janeiro do ano seguinte quando foram oferecidos ao PMDB os ministérios das Comunicações, Minas e Energia e Previdência Social. Lideranças outrora alinhadas a Fernando Henrique se aproximaram do governo e assim José Sarney e Renan Calheiros (duas vezes) ocuparam a presidência do Senado entre 2003/2007 e João Henrique a presidência dos Correios. No segundo mandato de Lula o partido perdeu a Previdência Social mas foi contemplado com Gedel Vieira Lima no Ministério da Integração Nacional e com a escolha de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa. Ao todo o PMDB detém seis ministérios. No sentido inverso senadores como Pedro Simon, Mão Santa e Jarbas Vasconcelos se mantêm na oposição. Hoje o maranhense José Sarney preside o Senado e o paulista Michel Temer presidiu a Câmara dos Deputados, sendo o atual vice-presidente da república e presidente do partido.
O PMDB é criticado por ter hoje uma postura muito diversa dos tempos em que era liderado por Ulysses Guimarães. Depois da criação do PSDB e a eleição presidencial que deu expressão nacional a outros partidos, o PMDB se tornou uma federação de lideranças regionais e perdeu expressão. Essa crise ajuda a mostrar como os rostos do PMDB são quase todos ilustres desconhecidos nacionalmente, muitos deles baseados mais em redutos eleitorais do que em plataformas sólidas.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O PMDB ocupa a segunda posição do ranking, com 66 cassações, atrás apenas do DEM.
Curiosidades
Dos seis Presidentes da República eleitos e empossados a partir de 1985: Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, somente os dois últimos não possui histórico de filiação ao PMDB, embora Lula tenha apoiado Fernando Henrique Cardoso quando esse foi candidato ao senado pelo MDB em 1978.
Segundo consta na página 243 do atlas histórico Brasil 500 Anos, Jânio Quadros deixou o PTB e ingressou no PMDB em 30 de setembro de 1981 retornando ao recanto petebista em 4 de novembro do referido ano.
Amapá, Roraima e Sergipe são os únicos estados que nunca elegeram um governador peemedebista. Nas capitais o PMDB jamais venceu em São Paulo, São Luís e Palmas.
Desde o fim do Regime Militar de 1964 o partido detém o comando de pelo menos uma das casas do Congresso Nacional: entre 1985 e 1993 presidiu simultaneamente a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, situação que voltou a se repetir para o biênio 2009/2011.
Membros famosos
Franco Montoro
Anthony Garotinho
Antonio Mariz
Antonio Leal de Alcântara
Antônio Russo
Ariano Fernandes
Cássio Cunha Lima
Ciro Gomes
Dante de Oliveira
Delfim Netto
Edison Lobão
Edson Albertassi
Eduardo Paes
Eliseu Padilha
Fernando Collor
Fernando Henrique Cardoso
Garibaldi Alves Filho
Geddel Vieira Lima
Germano Rigotto
Humberto Lucena
Iris Rezende Machado
Itamar Franco
Ivandro Cunha Lima
Jáder Barbalho
Jarbas Vasconcelos
Joaquim Roriz
José Maranhão
José Richa
José Sarney
José Serra
Luiz Henrique da Silveira
Maguito Vilela
Mão Santa
Marcos Guimaraes de Cerqueira Lima
Marcelo Miranda
Mário Covas
Mauro Benevides
Michel Temer
Miguel Arraes
Moreira Franco
Nelson Carneiro
Nelson Jobim
Newton Cardoso
Ney Suassuna
Orestes Quércia
Paulo Afonso Evangelista Vieira
Paulo Hartung
Pedro Simon
Ramez Tebet
Renan Calheiros
Roberto Requião
Romero Jucá
Ronaldo Cunha Lima
Roseana Sarney
Rosinha Garotinho
Sérgio Cabral
Severo Gomes
Tancredo Neves
Tasso Jereissati
Teotônio Vilela
Ulysses Guimarães
Waldir Pires
O PMDB é o partido político brasileiro que possui o maior número de filiados, bem como de prefeitos e vereadores, além de ter a maior representação no Congresso Nacional. Seu código eleitoral é o 15.
História
A origem no MDB
Fachada do diretório regional de Minas Gerais.
Instalado o Regime Militar de 1964, as forças políticas foram compelidas à reorganização porque o Ato Institucional Número Dois, de 1965, extinguiu os treze partidos existentes no Brasil. Os adeptos do novo governo se reúnem na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) enquanto que seus opositores fundam o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966.
Tais acontecimentos foram precipitados pelos resultados das eleições para governador em onze estados, havidas em 1965, onde, embora o governo tenha vencido a maioria das disputas, a oposição triunfou com Francisco Negrão de Lima na Guanabara e Israel Pinheiro da Silva em Minas Gerais, ambos do PSD.
Cientes de que seria trabalhoso lidar com a ordem política vigente, os militares baixaram, então, o Ato Institucional Número Dois em 27 de outubro de 1965 extinguindo treze agremiações partidárias instituindo o bipartidarismo, pois as exigências de votação mínima e de número de filiados para se formar partidos políticos foram elevadas impossibilitando a existência de pequenos partidos. Ante a nova realidade, a maioria dos políticos da UDN e do PSD migraram para a ARENA. Por outro lado, políticos do PTB e dissidentes do PSD ingressaram no MDB, que desde o primeiro instante abrigou políticos dos "clandestinos" PCB e PCdoB.
Tolhido por uma legislação casuística e punido com as cassações impostas aos seus membros, o MDB teve um desempenho ínfimo nas eleições legislativas de 1966 e 1970 e nas eleições municipais de 1968, e seus membros chegaram a considerar a dissolução da legenda, postura revertida quando o senador Oscar Passos passou o comando do MDB a Ulysses Guimarães após a derrota de 1970, ano em que o partido quase foi extinto devido a baixa votação nas eleições para deputado federal e para senador, e quase não obteve o mínimo exigido por lei para poder ter representação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Na década de 1970 os emedebistas se dividiam entre os moderados e autênticos, os primeiros defendendo negociações pontuais com o governo militar e os demais pregando a derrubada do regime, mesmo à força. Nas eleições municipais de 1972 o MDB sofreu mais uma grande derrota.
Disposto a enfrentar o status quo segundo as regras impostas pelo mesmo, a oposição apresenta Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho como "anticandidatos" à Presidência e vice-presidência da República nas eleições indiretas de 15 de janeiro de 1974 na qual o General Ernesto Geisel venceu Ulisses Guimarães por ampla maioria (400 votos a 74) no colégio eleitoral formado pelos deputados e senadores e por representantes enviados das assembleias legislativas dos estados.
Logo em seguida, em 15 de novembro de 1974, houve uma virada eleitoral e coube ao MDB ocupar quase três quartos das vagas em disputa para o Senado e duplicar sua bancada na Câmara dos Deputados. Com uma oposição robusta o governo militar apelou para embustes como o Pacote de Abril, em 1977, que ajudariam a conservar a escassa maioria governista após as eleições de 1978, graças inclusive ao artifício dos senadores biônicos.
Demonstrativo claro de tal circunstância foi o fato de que na eleição do General João Figueiredo para a Presidência da República o candidato oposicionista Euler Bentes Monteiro conseguiu mais de quarenta por cento dos votos no Colégio Eleitoral em 1978.
A Reforma partidária de 1980
O PMDB surgiu em 15 de janeiro de 1980 após a nova Lei dos Partidos Políticos ter resgatado o pluripartidarismo. Os militares visavam assim enfraquecer o MDB ao obrigarem a renomeação de todas as agremiações, exigindo de todos o designativo de "partido" no início do seu nome. Esses ditames incutiram no MDB a necessidade de uma continuação programática e nisso Jorge Singh, presidente do diretório municipal do MDB em Guarulhos, sugeriu o acréscimo da letra "P" à sigla "MDB" de modo a preservar o nome tradicional.
Extinta a ARENA os governistas criam o PDS. Como amálgama do antigo quadro bipartidário Tancredo Neves funda o PP e lideranças sindicais paulistas constituem o PT, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva. Por fim, a disputa pelo legado de Getúlio Vargas resulta na recriação do PTB liderado por Ivete Vargas (sua sobrinha-neta) e pela fundação do PDT por Leonel Brizola, petebista histórico. O antigo MDB perdia então o monopólio das oposições.
Temeroso quanto a um novo avanço da oposição o governo adia as eleições municipais de 1980 por meio de uma emenda constitucional do deputado Anísio de Souza e posteriormente implementa um pacote eleitoral que proíbe as coligações, institui a sublegenda e o voto vinculado nas eleições gerais de 1982, medidas que inviabilizaram o Partido Popular de Tancredo Neves e levaram suas lideranças a optarem pela incorporação ao PMDB com os dissidentes seguindo rumo ao PDS.
As eleições de 1982
Em 15 de novembro de 1982 o partido elegeu nove governadores: Franco Montoro em São Paulo e Tancredo Neves em Minas Gerais e triunfou nos três estados do Norte onde houve eleições (Gilberto Mestrinho no Amazonas, Jáder Barbalho no Pará e Nabor Júnior no Acre), além de vencer com Gérson Camata no Espírito Santo, José Richa no Paraná, Iris Rezende em Goiás e Wilson Martins em Mato Grosso do Sul. Apurados os votos ficou estabelecida a polarização entre o PDS e o PMDB embora o PDT tenha conquistado o governo do Rio de Janeiro com Leonel Brizola.
Mesmo entrevado pelos casuísmos do voto vinculado (sistema no qual o eleitor era obrigado a votar apenas em candidatos de um mesmo partido) e das sublegendas (no caso das disputas para o Senado Federal e para as prefeituras, os partidos podiam apresentar mais de um candidato), o PMDB elegeu nove senadores, duzentos deputados federais, quatrocentos e quatro deputados estaduais e mil trezentos e setenta e sete prefeitos.
Ao longo da década de 1980 o PMDB colheu os frutos de sua pregação oposicionista durante os anos de governo militar em razão de seu desempenho nas eleições de 1982 enquanto que nas hostes do governo os debates acerca da sucessão presidencial expunham fissuras à medida que tanto nomes civis quanto militares eram aventados como alternativas à continuidade do regime. Ausente o consenso no PDS, o presidente João Figueiredo abdicou de coordenar a escolha de seu sucessor e nisso o vácuo político foi ocupado pela oposição, tendo o PMDB à frente.
Diretas Já
Em 31 de março de 1983 foi realizado no município pernambucano de Abreu e Lima o primeiro comício a favor do restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República,evento basilar do movimento Diretas Já, cujo elemento aglutinador foi a emenda Dante de Oliveira, assim denominada em homenagem ao autor da preposição.
Logo vieram os comícios em São Paulo e Olinda ao final do ano e durante os quatro primeiros meses de 1984 uma série de passeatas, manifestações e comícios eclodiram pelo país em apoio a causa liderados por Ulysses Guimarães, denominado como o "Senhor Diretas", Franco Montoro e Tancredo Neves. Todavia, uma manobra regimental do governo derrubou a emenda em votação realizada na Câmara dos Deputados em 25 de abril de 1984.
Tancredo Neves e o Colégio Eleitoral
Ao frustrarem as eleições diretas, as forças governistas acabaram propiciando o surgimento de Tancredo Neves como alternativa à sucessão de João Figueiredo. A essa altura alguns presidenciáveis do PDS refluíram em suas pretensões e a derrota de Mário Andreazza frente a Paulo Maluf na convenção havida em agosto de 1984 sacramentou o apoio dos dissidentes do PDS a Tancredo Neves através da indicação do senador José Sarney como vice-presidente na chapa que venceu Maluf por 480 votos a 180 no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, havendo 26 abstenções.
A morte de Tancredo frustra os anseios da nação quanto ao cumprimento de suas promessas de campanha, mas a postura ínclita de Ulysses Guimarães e as multidões presentes às exéquias do líder morto produzem o ambiente necessário para uma transição pacífica. Nesse ínterim o vice-presidente José Sarney assume o governo e põe em marcha as metas da Nova República.
Governo Sarney e a Constituinte
Ainda em 1985 são realizadas eleições diretas para prefeito nas capitais de estado, áreas de segurança nacional, estâncias hidrominerais, novos municípios e municípios de territórios e nisso coube ao PMDB um total de 127 prefeituras, sendo 19 capitais de estado, contudo tais números não o livram de algumas derrotas: em São Paulo o ex-presidente Jânio Quadros (PTB) derrotou o senador Fernando Henrique Cardoso ao arrepio dos institutos de pesquisa; no Rio de Janeiro e em Porto Alegre a liderança política de Leonel Brizola logrou ao PDT as vitórias de Saturnino Braga e Alceu Collares enquanto que no Recife uma disputa interna fez com que Jarbas Vasconcelos migrasse para o PSB embora o mesmo tenha depois retornado ao PMDB. São Luís e Fortaleza também optaram por não-peemedebistas.
Paralelo ao curso da reforma política, José Sarney volta suas atenções para a economia e em 28 de fevereiro de 1986 anuncia o Plano Cruzado em cadeia nacional de rádio e televisão. Dentre as medidas anunciadas destacam-se a instituição do cruzado como moeda ao invés do cruzeiro (Cr$ 1.000,00 correspondia a Cz$ 1,00), congelamento de preços por um ano e salários reajustados segundo a média dos últimos seis meses. Outra característica do plano foi a presença dos "fiscais do Sarney", cidadãos que zelavam voluntariamente pelo controle dos preços. A essa altura a queda na inflação parecia a mais irrefutável prova de êxito do pacote e assim, favorecido pelo sucesso do Cruzado, por sua condição de combatente do governo militar e pela multiplicidade ideológica de seus filiados, o PMDB se credenciou para a disputa dos governos estaduais e da Assembleia Nacional Constituinte.
Com tamanho respaldo, o PMDB atingiu o cume de sua história política em 15 de novembro de 1986 ao eleger vinte e dois governadores sendo derrotado apenas em Sergipe onde o pefelista Antônio Carlos Valadares venceu José Carlos Teixeira. Naquele ano foram renovados dois terços do Senado (inclusos três representantes do Distrito Federal) e o PMDB conquistou 38 das 49 vagas e na Câmara a legenda obteve 260 das 487 cadeiras, num desempenho similar ao do PSD em 1945. Mesmo assim houve disputas estaduais renhidas: em São Paulo a vitória de Orestes Quércia aconteceu num pleito polarizado entre Antônio Ermírio de Morais e Paulo Maluf, no Rio de Janeiro, Moreira Franco suplantou o brizolista Darcy Ribeiro, em Minas Gerais Newton Cardoso derrotou o ex-cacique peemedebista Itamar Franco. Em Pernambuco Miguel Arraes reparou, pelo voto, sua deposição nos primeiros dias do Regime Militar de 1964 e na Bahia Waldir Pires superou o poderio da máquina partidária de Antônio Carlos Magalhães que apresentou o nome de Josaphat Marinho. No Rio Grande do Sul o senador Pedro Simon reverteu a derrota de 1982. Ainda na semana seguinte à apuração o governo baixou o chamado "Cruzado Dois" quando a inflação já estava novamente fora do prumo graças a cobrança de ágio sobre os produtos e bens de consumo além de problemas de abastecimento.
Majoritário na Assembleia Nacional Constituinte instalada em 1º de fevereiro de 1987, o PMDB elegeu Ulysses Guimarães para presidir os trabalhos do excelso colegiado, embora a multiplicidade de tendências e posicionamentos tenha neutralizado a maioria do partido: havia parlamentares próximos à esquerda, à direita, alguns se agruparam no "centrão" e um outro grupo deixou a legenda para fundar o PSDB em 24 de junho de 1988. Ao longo dos debates as votações mais acaloradas versavam sobre: ordem econômica, reforma agrária, forma e o sistema de governo e a duração do mandato presidencial, afinal estendido até 15 de março de 1990. Promulgada em 5 de outubro de 1988 a nova carta foi o marco de uma transição institucional bem-sucedida, todavia a combinação de crise econômica e hiperinflação fez refluir o poderio do PMDB, que embora tenha eleito o maior número de prefeitos em 1988, conquistou apenas quatro capitais: Fortaleza, Goiânia, Salvador e Teresina. Naquele ano o eleitorado urbano preferiu alternativas à esquerda como o PT (Porto Alegre, São Paulo e Vitória), o PDT (Curitiba, Natal, Rio de Janeiro e São Luís) e PSB (Aracaju, Macapá e Manaus), resultados vistos como uma prévia da eleição presidencial de 1989 na qual Ulysses Guimarães colheu somente 3.204.853 votos, contagem pífia se considerarmos sua biografia e o histórico do PMDB. No segundo turno seus membros se dividiram entre apoiar Fernando Collor ou Luiz Inácio Lula da Silva. Com a vitória do primeiro o partido passou a fazer-lhe oposição.
O PMDB pós-Ulysses
Instado na oposição após as eleições presidenciais de 1989 o PMDB foi surpreendido pelo anúncio do primeiro nome da equipe "collorida", o deputado federal peemedebista Bernardo Cabral. Relator-geral da Constituinte, ele permaneceu no Ministério da Justiça por sete meses até ser substituído pelo senador Jarbas Passarinho. Nas eleições daquele ano o desgaste do governo José Sarney afetou o PMDB que viu cair o número de governadores de vinte e dois em 1986 para apenas sete (Amazonas, Pará, Tocantins, Paraíba, São Paulo, Paraná e Goiás) após quatro anos embora as unidades federativas com direito a eleger seus governadores tenham subido de vinte e três em 1986 para vinte e sete em 1990 (graças ao direito adquirido pelo Distrito Federal, a criação do estado de Tocantins e a elevação dos territórios federais de Amapá e Roraima ao patamar de estados). No Congresso Nacional o recuo peemedebista também foi significativo, pois se ao renovar dois terços do Senado Federal em 1986 o partido obteve mais de 75% das vagas, na troca de um terço das cadeiras em 1990 esse percentual caiu para 25% embora Amapá e Roraima tivessem seis vagas a preencher. Na Câmara dos Deputados o aumento de vagas de 487 para 503 marcou o refluxo do PMDB de 260 para 108 cadeiras, embora conservando a maior bancada. Outras perdas foram a saída de Miguel Arraes rumo ao Partido Socialista Brasileiro e as de outros ex-governadores como Amazonino Mendes e Epitácio Cafeteira para o Partido Democrata Cristão.
Entretanto o mais significativo triunfo nas eleições aconteceu em São Paulo com a vitória de Luiz Antônio Fleury Filho sobre Paulo Maluf em segundo turno. Apoiado por Orestes Quércia, Fleury repetiu os passos de seu pretor na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, pois tal como em 1986 o PMDB viu seu candidato iniciar o despique com números modestos nas pesquisas de opinião num cenário onde Maluf polarizava com Mário Covas (PSDB). Ao longo da campanha os índices de Fleury subiram à medida que o duelo entre malufistas e tucanos se intensificava e nisso ele conquistou a vaga no segundo turno e venceu a contenda. Fortalecido pela vitória, Quércia foi eleito presidente do PMDB em 1991 em lugar de Ulysses Guimarães, na primeira troca de comando partidário após vinte anos. A gestão quercista foi marcada pela ação favorável do partido em relação ao impeachment e o subsequente afastamento de Fernando Collor da Presidência da República ao longo de 1992, mas o acontecimento mais impactante para o partido foi a morte de Ulysses vítima de acidente aéreo ocorrido no litoral fluminense em 12 de outubro do referido ano. Em 1993 Orestes Quércia renunciou à presidência do partido alegando ser vítima de "traição" por parte de seus correligionários e foi substituído por Luiz Henrique da Silveira. Politicamente enfraquecido, obteve um modesto quarto lugar nas eleições presidenciais de 1994 com apenas 2.771.788 sufrágios e viu Fernando Henrique Cardoso ser eleito em primeiro turno.
O mau desempenho de Orestes Quércia acentuou as dissensões partidárias existentes desde a campanha e assim parte do PMDB aderiu ao governo Fernando Henrique apesar de o partido ser formalmente oposicionista, ou seja, diferente do que houve na "postura de coalizão" para com Itamar Franco, na gestão de seu sucessor o PMDB se posicionou tanto na oposição quanto no governo, pois embora a cúpula agisse com rechaço, o novo presidente concedeu duas pastas para a cota peemedebista: o Ministério da Justiça foi entregue a Nelson Jobim e o Ministério dos Transportes ao também gaúcho Odacir Klein sob os auspícios de José Sarney, entronizado na presidência do Senado para o biênio 1995/1997. Mesmo com a mudança de seus titulares, os dois ministérios permaneceram nas mãos do PMDB embora a disputa interna entre grupos pró e contra o governo recrudescesse como, por exemplo, no caso da convenção nacional de 1998 que acabou não referendando nenhum candidato a presidente. Em meio a tantas refregas seus filiados e simpatizantes se dividiram entre apoiar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso ou apostar nos nomes de Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes pela oposição. Reeleito o chefe do Executivo, o partido conservou seu quinhão trocando Iris Rezende por Renan Calheiros no Ministério da Justiça ao passo que o Ministério dos Transportes ora ficou nas mãos de Eliseu Padilha, ora nas de João Henrique de Almeida Sousa. De tão morgado ao governo tucano o PMDB firmou em 2002 a coligação "Grande Aliança" que apresentou Rita Camata como candidata a vice-presidente na chapa de José Serra, desígnio frustrado pela vitória de Lula em segundo turno.
O partido hoje
Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de janeiro de 2003 houve gestões para agregar o partido à coalizão situacionista, entretanto as negociações só viriam a se concretizar em janeiro do ano seguinte quando foram oferecidos ao PMDB os ministérios das Comunicações, Minas e Energia e Previdência Social. Lideranças outrora alinhadas a Fernando Henrique se aproximaram do governo e assim José Sarney e Renan Calheiros (duas vezes) ocuparam a presidência do Senado entre 2003/2007 e João Henrique a presidência dos Correios. No segundo mandato de Lula o partido perdeu a Previdência Social mas foi contemplado com Gedel Vieira Lima no Ministério da Integração Nacional e com a escolha de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa. Ao todo o PMDB detém seis ministérios. No sentido inverso senadores como Pedro Simon, Mão Santa e Jarbas Vasconcelos se mantêm na oposição. Hoje o maranhense José Sarney preside o Senado e o paulista Michel Temer presidiu a Câmara dos Deputados, sendo o atual vice-presidente da república e presidente do partido.
O PMDB é criticado por ter hoje uma postura muito diversa dos tempos em que era liderado por Ulysses Guimarães. Depois da criação do PSDB e a eleição presidencial que deu expressão nacional a outros partidos, o PMDB se tornou uma federação de lideranças regionais e perdeu expressão. Essa crise ajuda a mostrar como os rostos do PMDB são quase todos ilustres desconhecidos nacionalmente, muitos deles baseados mais em redutos eleitorais do que em plataformas sólidas.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O PMDB ocupa a segunda posição do ranking, com 66 cassações, atrás apenas do DEM.
Curiosidades
Dos seis Presidentes da República eleitos e empossados a partir de 1985: Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, somente os dois últimos não possui histórico de filiação ao PMDB, embora Lula tenha apoiado Fernando Henrique Cardoso quando esse foi candidato ao senado pelo MDB em 1978.
Segundo consta na página 243 do atlas histórico Brasil 500 Anos, Jânio Quadros deixou o PTB e ingressou no PMDB em 30 de setembro de 1981 retornando ao recanto petebista em 4 de novembro do referido ano.
Amapá, Roraima e Sergipe são os únicos estados que nunca elegeram um governador peemedebista. Nas capitais o PMDB jamais venceu em São Paulo, São Luís e Palmas.
Desde o fim do Regime Militar de 1964 o partido detém o comando de pelo menos uma das casas do Congresso Nacional: entre 1985 e 1993 presidiu simultaneamente a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, situação que voltou a se repetir para o biênio 2009/2011.
Membros famosos
Franco Montoro
Anthony Garotinho
Antonio Mariz
Antonio Leal de Alcântara
Antônio Russo
Ariano Fernandes
Cássio Cunha Lima
Ciro Gomes
Dante de Oliveira
Delfim Netto
Edison Lobão
Edson Albertassi
Eduardo Paes
Eliseu Padilha
Fernando Collor
Fernando Henrique Cardoso
Garibaldi Alves Filho
Geddel Vieira Lima
Germano Rigotto
Humberto Lucena
Iris Rezende Machado
Itamar Franco
Ivandro Cunha Lima
Jáder Barbalho
Jarbas Vasconcelos
Joaquim Roriz
José Maranhão
José Richa
José Sarney
José Serra
Luiz Henrique da Silveira
Maguito Vilela
Mão Santa
Marcos Guimaraes de Cerqueira Lima
Marcelo Miranda
Mário Covas
Mauro Benevides
Michel Temer
Miguel Arraes
Moreira Franco
Nelson Carneiro
Nelson Jobim
Newton Cardoso
Ney Suassuna
Orestes Quércia
Paulo Afonso Evangelista Vieira
Paulo Hartung
Pedro Simon
Ramez Tebet
Renan Calheiros
Roberto Requião
Romero Jucá
Ronaldo Cunha Lima
Roseana Sarney
Rosinha Garotinho
Sérgio Cabral
Severo Gomes
Tancredo Neves
Tasso Jereissati
Teotônio Vilela
Ulysses Guimarães
Waldir Pires
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Partido dos Trabalhadores
O Partido dos Trabalhadores (PT) é um partido político brasileiro. Fundado
em 1980, é um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América do Sul. Maior partido na Câmara dos Deputados,o PT é o partido preferido de cerca de um quarto do eleitorado brasileiro desde dezembro de 2009.Os presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff são amplamente reconhecidos como os membros mais notórios do partido.Seus símbolos são a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro, a estrela vermelha de cinco pontas, com a sigla PT inscrita ao centro e o hino do Partido dos Trabalhadores. Seu código eleitoral é o 13.
A fundação
Composto por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos ligados à Teologia da Libertação,[9] no dia 10 de fevereiro de 1980 no Colégio Sion em São Paulo. O partido é fruto da aproximação dos movimentos sindicais, a exemplo da Conferência das Classes Trabalhadoras (CONCLAT) que veio a ser o embrião da Central Única dos Trabalhadores (CUT),grupo ao qual pertenceu o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, com antigos setores da esquerda brasileira.
O PT foi fundado com um viés socialista democrático.Com o golpe de 1964, a espinha dorsal do sindicalismo brasileiro, que era o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), reunia lideranças sindicais tuteladas pelo Ministério do Trabalho- um ministério geralmente ocupado por lideranças do Partido Trabalhista Brasileiro varguista - foi dissolvida, enquanto os sindicatos oficiais sofriam intervenção governamental. A ressurgência de um movimento trabalhista organizado, expressa nas greves do ABC paulista da década de 1970, colocava a possibilidade de uma reorganização do movimento trabalhista de forma livre da tutela do Estado, projeto este expresso na criação da CONCLAT, que viria a ser o embrião da CUT, fundada três anos após o surgimento do PT. Originalmente, este novo movimento trabalhista buscava fazer política exclusivamente na esfera sindical[carece de fontes]. No entanto, a sobrevivência de um sindicalismo tutelado - expressa na reconstrução, na mesma época do antigo CGT, agora com o nome de Confederação Geral dos Trabalhadores, congregando lideranças sindicais mais conservadoras, como as de Joaquinzão e de Luís Antônio de Medeiros - mais a influência ainda exercida sobre o movimento sindical por lideranças de partidos de Esquerda tradicionais, como o Partido Comunista Brasileiro, forçaram o movimento sindical do ABC, estimulado por lideranças antistalinistas da Esquerda, como a de diversos grupamentos trotskistas, a adquirir identidade própria pela constituição em partido político - uma estratégia similar à realizada pelo movimento sindical Solidarność na Polônia comunista de então.
O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de socialismo democrático,tentando recusar modelos já então em decadência, como o soviético ou o chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista da época com a intelectualidade de Esquerda antistalinista.
Foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982. A ficha de filiação número um foi assinada por Apolonio de Carvalho, seguido pelo crítico de arte Mário Pedrosa, pelo crítico literário Antonio Candido e pelo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda.
Ideologia partidária oficial
Sede do PT em Belo Horizonte, Minas Gerais.(Imagem: Andrevruas)
O PT surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes. Desde a sua fundação, apresenta-se como um partido de Esquerda que defende o socialismo como forma de organização social. Contudo, diz ter objeções ao socialismo real implementado em alguns países, não reconhecendo tais sistemas como o verdadeiro socialismo.A ideologia espontânea das bases sindicais do partido - e a ação pessoal de lideranças sindicais como as de Lula, Jair Meneguelli e outros, sempre se caracterizou por uma certa rejeição das ideologias em favor da ação sindical como fim em si mesma, e é bem conhecido o episódio em que Lula, questionado por seu adversário Fernando Collor quanto à filiação ideológica do PT, em debate televisionado ao vivo em 1989, respondeu textualmente que o PT "jamais declarou ser um partido marxista".
Mesmo assim, o partido manteve durante toda a década de 1980 relações amistosas com os partidos comunistas que então governavam países do "socialismo real" como a União Soviética, República Democrática Alemã, República Popular da China, e Cuba. Estas relações, no entanto, jamais se traduziram em qualquer espécie de organização interpartidária ou de unidade de ação e não sobreviveram à derrocada do mesmo socialismo real a partir de 1989, não obstante a manutenção de certa afinidade sentimental de algumas lideranças do PT com o governo de Fidel Castro - como no caso emblemático do ex-deputado José Dirceu, que na década de 1960 foi exilado em Cuba e lá recebeu treinamento para a luta de guerrilha (da qual jamais participou concretamente). A liderança do PT mantém também boas relações com o governo de Hugo Chávez na Venezuela.
O PT nasceu com uma postura crítica ao reformismo dos partidos políticos social-democratas. Nas palavras do seu programa original: "As correntes social-democratas não apresentam, hoje, nenhuma perspectiva real de superação histórica do capitalismo imperialista".O PT organizou-se, no papel, a partir das formulações de intelectuais marxistas, mas também continha em seu bojo, desde o nascimento, ideologias espontâneas dos sindicalistas que constituíram o seu "núcleo duro" organizacional, ideologias estas que apontavam para uma aceitação da ordem burguesa, e cuja importância tornou-se cada vez maior na medida em que o partido adquiria bases materiais como máquina burocrático-eleitoral[carece de fontes].
O partido se articula com diversos outros partidos e grupos de esquerda latino-americanos, como a Frente Ampla uruguaia, partidos comunistas de Cuba, Brasil e outros países, e movimentos sociais brasileiros, como o MST no chamado Foro de São Paulo, reunião de movimentos e partidos políticos de esquerda latino-americanos. Lula, afirmou no último desses encontros: "Precisei chegar à presidência da República para descobrir o quão importante foi criar o Foro de São Paulo".
Alguns[quem?]afirmam que tais relações não se traduzem em qualquer espécie de unidade organizacional, ficando no nível da solidariedade política mútua em torno de certos objetivos comuns, como a luta pela unidade latino-americana e a oposição à penetração política estadunidense na América Latina. Esses últimos dizem[quem?] que o que caracteriza o PT é uma certa adesão retórica ao socialismo, adesão esta que não se traduz em pressupostos ideológicos claros e consensualmente admitidos pela generalidade do partido. O ex-presidente do PT, José Genoíno, costumava afirmar que o socialismo e o marxismo tornaram-se, para o partido, mais "um sistema de valores" do que um conjunto de medidas para a transformação da sociedade.
Outros, membros do partidos de direta e da grande mídia,discordando, caracterizam o Foro de São Paulo como um traçado de políticas conjunto e de fato, que foi o que permitiu a ascensão de Lula, de Hugo Chávez, de Evo Morales e da Frente Ampla, argumentando que essas políticas conjuntas estão traçadas nas atas desses foros, e são prontamente executadas pelos participantes presentes em governo. As ideologias políticas dos partidos e movimentos participantes do Foro de São Paulo diferem elas mesmas consideravelmente.
Poder-se-ia dizer, ainda, que, no PT, o trabalho ideológico-teórico sempre foi levado à reboque das origens concretas do partido. A favor dessa afirmação está o fato de que seu núcleo duro é composto por sindicalistas com uma preocupação, acima de tudo, com os interesses corporativos dos trabalhadores assalariados organizados, o que explicaria a facilidade com que o partido, uma vez no poder, adaptou-se à lógica da economia capitalista como um todo e a uma política econômica bastante ortodoxa. E não se trata, aqui, apenas da Presidência da República: já na década de 1990, prefeitos petistas como o futuro Ministro da Fazenda Antônio Palocci adotavam políticas de governo de tipo neoliberal (privatizações, cortes drásticos de gastos públicos) que em pouco distinguiam-se das propostas por seus análogos do PSDB ou dos Democratas (antigo PFL).Em julho de 2006, o próprio presidente Lula se declarou distante da esquerda, admitindo que em um eventual segundo mandato prosseguiria com políticas conservadoras.
Ainda assim, é possível contra-argumentar que uma regência capitalista da economia também foi praticada por Lênin, na chamada Nova Política Econômica, logo depois da revolução soviética. José Genoíno, em entrevista à Folha de São Paulo em Fevereiro de 2005, afirmou categoricamente que o governo Lula seguia a Nova Política Econômica leninista.
Deve-se lembrar, ainda, que a burocracia do PT, por conta das suas ligações com cúpulas sindicais como as da CUT, teve a oportunidade concreta de desenvolver estratégias de acumulação de capital através da administração de fundos de pensão privados (cujo desenvolvimento o governo Lula tentaria estimular na recente reforma da previdência), estratégias estas que acabariam por desenvolver uma certa identidade de interesses entre a burocracia do partido e setores da burguesia brasileira.
Tendências partidárias
Atuais
Articulação - Unidade na Luta - AUNL (integra o campo Construindo um Novo Brasil - CNB).
Articulação de Esquerda - AE
Brasil Socialista - BS
Democracia Radical - DR (integrou o Campo Majoritário)
Democracia Socialista - DS (integra o campo Mensagem ao Partido)
Esquerda Democrática - ED
Fórum Socialista - FrS
O Trabalho - OT
Esquerda Popular Socialista - EPS
Esquerda Marxista do PT - EMPT
Militância Socialista
Movimento PT
Movimento de Ação e Identidade Socialista - MAIS
PT de Luta e de Massas - PTLM
União de Bases, Esperança Vermelha (tendência municipal - Volta Redonda/RJ)
Um Novo Rumo para o PT - NR
Antigas
Ação Popular Socialista - APS (fundada em 2004, saiu do partido em 2005, passou a integrar o PSOL).
Causa Operária - CO (fundada em 1979, foi expulsa do partido em 1990 e passou a integrar o PCO)
Convergência Socialista - CS (formada em 1978, foi expulsa do PT em 1992 e colaborou ativamente na formação do PSTU)
Corrente Socialista dos Trabalhadores - CST (formada em 1992, abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação do PSOL).
Força Socialista - FS (formada em 1989, converteu-se em 2004 na Ação Popular Socialista).
Inaugurar um novo Período (surgida em 2011, compôs no mesmo ano a Esquerda Popular Socialista).
Movimento Comunista Revolucionário - MCR (surgido em 1985, converteu-se em 1989 na Força Socialista).
Movimento Esquerda Socialista - MES (abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação so PSOL).
Movimento pela Emancipação do Proletariado - MEP (fundado em 1976, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
MRS(em 2011 passou a integrar a Esquerda Popular Socialista).
Nova Esquerda - NE (formada em 1989, deu origem à Democracia Radical)
Organização Comunista Democracia Proletária - OCDP (formada em meados de 1981, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
Organização de Combate Marxista Leninista-Política Operária - OCML-PO (surgida em 1970, diluiu-se no PT em 1986).
Organização Socialista Internacionalista - OSI (converteu-se em 1987 na corrente O Trabalho). No movimento estudantil atuava através da tendência Liberdade e Luta.
Partido Comunista - Ala Vermelha - PC-AV (formada em 1989, abandonou o PT em 1992 colaborando para a formação do PSTU).
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR (converteu-se nos anos 1990 na tendência Brasil socialista)
Partido Comunista do Brasil - Ala Vermelha - PCdoB-AV (formado em 1966, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
Partido Revolucionário Comunista - PRC (formado em 1984 e dissolvido em 1989, deu origem à Nova Esquerda e à Tendência Marxista).
Poder Popular e Socialismo - PPB (formado em 1986, deu origem à Vertente Socialista)
PT de Aço (passou em 2011 a integrar a Esquerda Popular Socialista).
PT Vivo
Socialismo Revolucionário (aderiu ao PSOL).
Tendência Marxista (formada em 1990, fundiu-se com outras organizações em 2011, dado origem à Esquerda Popular Socialista).
Tendência pelo Partido Operário Revolucionário - TPOR (saiu do partido em 1990, passou a integrar o POR)
UPS (em 2011 passou a integrar a Esquerda Popular Socialista).
Principais cargos conquistados
O partido obteve em 1985 a sua primeira prefeitura de uma capital, Fortaleza. Maria Luíza Fontenele foi a primeira mulher a ser prefeita de uma capital.
Em 1988, a prefeitura da maior cidade do Brasil (São Paulo) foi ganha por Luiza Erundina, primeira mulher a governar a metrópole. Vencendo também na cidade vizinha de São Bernardo do Campo, o Maurício Soares e na cidade de Campinas por Jacó Bittar. Vence também na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul com Olívio Dutra que, seguido de Tarso Genro, Raul Pont e Tarso Genro de novo, totalizaria dezesseis anos de administração petista na cidade, assim como na cidade de Vitória, Espírito Santo com Vítor Buaiz. Consegue ótimas colocações, na cidade de Belo Horizonte onde Virgílio Guimarães ficou em segundo lugar por 2% dos votos e em Goiânia onde Darci Accorsi ficou em segundo lugar, mas fez mais de 40% dos votos.
Em 1990 Jorge Viana vai ao segundo turno da eleição para governador do Acre, mas perde por três mil votos de diferença. Nesse mesmo ano, é feito em São Paulo o primeiro senador do partido: Eduardo Suplicy (que está atualmente no terceiro mandato, o que totalizará 24 anos de Senado).
Em 1992 elege Jorge Viana para prefeito de Rio Branco capital do Acre, onde o mesmo obteve uma grande aceitação pública no fim do seu mandato.
Em 1994 elege os governadores nos estados como Espírito Santo e Distrito Federal e quatro senadores: Marina Silva no Acre, José Eduardo Dutra em Sergipe, Lauro Campos no Distrito Federal e Benedita da Silva no Rio de Janeiro.
Em 1998 elege os governadores do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT) e Jorge Viana no Acre, além de Heloísa Helena e Tião Viana para o senado.
Em 2000 elege pela segunda vez uma mulher para governar São Paulo, Marta Suplicy. Elege Tarso Genro para o quarto mandato consecutivo em Porto Alegre, Pedro Wilson Guimarães em Goiânia, João Henrique Pimentel em Macapá, João Paulo Lima e Silva em Recife, Célio de Castro (eleito pelo PSB mas que entra no PT em 2001) em Belo Horizonte, Marcelo Déda em Aracaju, Edmílson Rodrigues em Belém, entre outras capitais e cidades importantes como Guarulhos, Ribeirão Preto, Campinas, Caxias do Sul, Londrina, Imperatriz e Corumbá.
Em 2002 elege Aloizio Mercadante, senador da República com 10.497.348 votos, a maior votação já registrada no país até então.[24]
Em 2002 chega à Presidência da República pela primeira vez. Lula da Silva foi eleito Presidente da República na ocasião, juntamente com a maior bancada de deputados federais, de 91 deputados, eleita para o Congresso Nacional. João Paulo Cunha é eleito presidente da câmara dos deputados em 2003, sendo o primeiro petista e o primeiro sindicalista a obter o cargo. Nas eleições de 2002 o PT elege Wellington Dias para o governo do Piauí, reelege Jorge Viana no Acre e Zeca do PT no Mato Grosso do Sul. Além de eleger 10 senadores: Paulo Paim (RS), Ideli Salvatti (SC), Flávio Arns(PR), Ana Julia Carepa (PA), Marina Silva (AC), Aloizio Mercadante (SP), Delcídio Amaral (MS), Serys Slhessarenko (MT), Fátima Cleide (RO) e Cristovam Buarque (desfiliou-se em 2005).
Em 2004, nas eleições municipais, o partido perdeu em importantes centros urbanos (como as prefeituras de São Paulo, Campinas, Santos, Goiânia, Ribeirão Preto e Porto Alegre, onde o partido se mantinha no poder há dezesseis anos), Entretanto, o número total de prefeitos eleitos pelo PT no país subiu de 187 para 411. Na terceira mais importante cidade do país, Belo Horizonte, o PT conseguiu reeleger o prefeito Fernando Pimentel e em Recife, quarta maior cidade do país, reelege João Paulo.
Em São Paulo, o partido perdeu a prefeitura para José Serra, do PSDB, contra quem Lula concorrera à Presidência em 2002.
O atual presidente do PT desde 11 de outubro de 2005 é Ricardo Berzoini. Deputado federal, Berzoini era secretário-geral do partido e foi escolhido candidato do Campo Majoritário depois que o então presidente, Tarso Genro, desistiu da disputa.
O Partido dos Trabalhadores é o único partido no Brasil com eleições diretas para todos os cargos da direção partidária, em todos os níveis - municipal, estadual e federal - através do processo de eleições diretas (PED), que ocorre a cada três anos.É necessário lembrar, no entanto, que em função da sua concentração cada vez maior em uma ação política pautada pelo calendário eleitoral, que o PT acabou por girar, cada vez mais, em torno da figura individual de Lula e do grupo ideologicamente mais afinado com ele, o Campo Majoritário (sucessor da tendência Articulação) que acabaria por se impor ao partido como facção dominante, a partir dos expurgos das correntes de extrema-esquerda no interior do partido no início da década de 1990, que fundaram o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), o PCO (Partido da Causa Operária), e também o PSOL no começo da década de 2000.
Em 2008, nas eleições municipais, venceu em importantes cidades do Estado de São Paulo. Luiz Marinho ganha no segundo turno a prefeitura de São Bernardo do Campo. Emídio de Souza foi reeleito prefeito de Osasco, no primeiro turno. Márcia Rosa vence a eleição em Cubatão e o PT volta a ter uma prefeitura na Baixada Santista, fato que não ocorria desde a eleição de 1992. Quando David Capistrano foi eleito em Santos, com apoio da então prefeita Telma de Souza.
Bancada dos vereadores do PT na Câmara Municipal de São Paulo
Em 1 de abril de 2010, o partido reconquistou a prefeitura de Goiânia, após a renúncia do então prefeito Iris Rezende, do PMDB. No seu lugar assumiu o petista Paulo Garcia.
Em 31 de outubro de 2010, Dilma Vana Roussef é eleita Presidente do Brasil tornando-se a primeira mulher a assumir o cargo na história da república.
O PT jamais elegeu um governador no Estado de São Paulo, o mais importante e influente da Federação, ainda que sempre esteve presente nas disputas, desde a redemocratização.
Raízes ideológicas
Para alguns[quem?], pode-se verificar as raízes ideológicas do PT em dois grandes nomes do marxismo: Lênin e Gramsci. A Nova Política Econômica (NEP) — doutrina econômica leninista que aderia a mecanismos da economia de mercado sem abrir mão do socialismo — serve de base e inspiração para a política econômica do governo Lula, segundo declaração de José Genoíno, ex-presidente do PT, ao jornal Folha de S. Paulo em fevereiro de 2005. Para esses, o reformismo gramscista é a base da ação política e eleitoral do PT, baseada no paradigma do moderno príncipe (uma releitura feita por Gramsci do príncipe de Maquiavel). Esse pensamento é rejeitado por muitos petistas, que negam qualquer relação com os comunistas soviéticos, e até os confrontam, como se vê nas origens do partido.
O PT se originou no movimento sindical brasileiro e nas comunidades eclesiais de base da teologia da libertação, surgindo da desilusão com o "socialismo realmente existente", do modelo stalinista soviético e maoista chinês, e pretendia-se, na origem, fundamentalmente como aquilo que seu nome indicava: um partido de trabalhadores para trabalhadores, inclusive como uma alternativa deliberada ao Partido Comunista Brasileiro. Um fato emblemático para caracterizar esta posição diferenciada, como já dito, foi seu apoio ao sindicato independente Solidarność em sua luta por abertura política na Polônia comunista de então.
O PT, em sua própria definição, sempre se pautou pela liberdade de opinião e pela disciplina partidária - que alguns dizem remontar ao Partido Comunista Soviético, dirigido por Lênin. Contudo, afasta-se do pensamento desse ideólogo por ser contra a ideia de ser um partido revolucionário centralizado dirigido por intelectuais. A partir de sua base tradicional na classe operária urbana, o PT organizou-se mais como um aglomerado heterogêneo de núcleos temáticos, de forma antagônica a uma organização de base em células de tipo comunista, que tendiam a privilegiar a posição de classe dos filiados sobre seus interesses espontâneos ou afiliações não-classistas (por exemplo, o pertencimento a movimentos homossexuais, ecológicos, de base étnica e/ou identitária). Casos emblemáticos disto foram a ligação do PT, desde muito cedo, com o movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, então dirigido pelo ativista Chico Mendes e o forte apoio dado por esse partido ao MST.
O PT, desde sua fundação, acabou por servir de desaguadouro[carece de fontes] a intelectuais marxistas (por exemplo o cientista político comunista Carlos Nelson Coutinho) e incorporou[carece de fontes] certas ideias políticas do comunista italiano Antonio Gramsci, basicamente a interpretação da luta política como luta pela hegemonia ideológica, ideia esta reinterpretada num sentido reformista, em que os enfrentamentos no campo cultural passavam a substituir completamente a preparação para um enfrentamento revolucionário clássico de tipo violento, permitindo a aceitação da legalidade e do calendário eleitoral da Democracia parlamentar.
A maior parte dos estudiosos de Gramsci no Brasil é filiada[carece de fontes] e/ou simpática ao Partido dos Trabalhadores, colocando-se como intelectuais orgânicos de ideologia proletária) e muitos deles foram, inclusive, nomes importantes na criação do partido. Há, contudo, uma maior diversidade ideológica entre os intelectuais petistas.
Pode conceder-se até[carece de fontes], num sentido restrito, que o gramscismo seja considerado a ideologia do campo majoritário, a ala do PT que hoje o preside. A adesão do PT ao trabalho de superação do senso comum, à economia de mercado e ao abandono da luta revolucionária aberta é comprovada pelas periódicas purgas dos grupos nele incrustados que se reclamavam do marxismo mais ortodoxo. Em outras palavras, tal "gramscismo" não passaria de uma ideologia de renuncia à ação revolucionária em favor de um "socialismo" de meras atitudes pouco onerosas supostamente a favor dos oprimidos.
No início da década de 1990 ocorreram os primeiros rachas e expulsões do partido. Estas primeiras expulsões tinham como causa a propositura, por parte algumas correntes trotskistas, do engajamento do partido em ações de cunho revolucionário contra o governo de Fernando Collor, seja através de uma ação direta contra o mesmo (proposta pela corrente Causa Operária), seja levantando a plataforma de agitação de eleições gerais como sequência ao impeachment de Collor (proposta pela corrente Convergência Socialista). Em 2003, membros do partido inconformados com as políticas econômicas próximas à economia neoclássica (ou mais exatamente à releitura de economia neoclássica conhecida como Consenso de Washington) do Governo Lula, foram expulsos após não seguirem as diretrizes partidárias na votação da Reforma da Previdência. Aproveitando-se do momento de crise em que o PT passava, esses membros, liderados por Heloísa Helena, pensavam ser o momento certo para a construção de um novo partido de esquerda a ser referencia para os trabalhadores brasileiros. Assim nascia o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Mais tarde, o PSOL se tornaria apenas mais uma legenda dissidente do PT sem grande expressão eleitoral ou na base dos movimentos sociais. Posteriormente, ao serem derrotados no PED (Processo de Eleições Diretas), que decidiam as direções partidárias, com a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, outra tendencia também migra para o PSOL, a Ação Popular Socialista (APS) de Ivan Valente .
Apesar destas pequenas rupturas o PT ainda consegue ser referência para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Quadros importantes continuam no partido, como Raul Pont, Emir Sader e Valter Pomar, que preferiram disputar o comando do partido a romper com ele. O PT contém ainda uma fração que mantém uma afiliação doutrinária e de organização com o trotskismo internacional, a Democracia Socialista (DS), já foi ligada à chamada Quarta Internacional (Pós-reunificação) - corrente esta que teve como seu mais importante dirigente histórico o economista belga Ernest Mandel. Pertence à DS o ex-ministro da Reforma Agrária do primeiro governo de Lula, Miguel Rosseto.
Governo Lula
Com a ascensão para a Presidência do Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores em 2002 vencendo o 2º turno das eleições gerais de 2002 e com a posse em Janeiro de 2003, aglutinou-se vários partidos políticos, dentre eles o Partido Popular Socialista, Partido Socialista Brasileiro, Partido Democrático Trabalhista, e outros como base de sustentação.
Com a continuidade das políticas econômicas do Governo do Fernando Henrique Cardoso e com as denúncias de corrupção, adveio uma crise política que ocasionou a cisão do Partido dos Trabalhadores em Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2004.
Havendo após este período as críticas da esquerda ao Governo do Presidente Lula e o reconhecimento público do Partido dos Trabalhadores como um partido reformista de centro-esquerda. Em 2006 com as eleições gerais, foi reafirmado o projeto petista de Brasil, havendo o desenvolvimento do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Burocratização
À medida que o PT, durante a década de 1990, foi se acomodando na normalidade institucional da política brasileira, abandonando posturas simbólicas de rejeição daquilo que, na terminologia marxista, ele denominava "democracia burguesa" (gestos tais como a expulsão dos deputados federais Airton Soares e Bete Mendes por votarem em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral de 1985, ou o voto "não" à redação final da Constituição de 1988) ele foi lentamente abandonando o caráter de uma "frente" informal de grupos de Esquerda para desenvolver uma poderosa estrutura burocrática permanente que o tornasse apto a participar, com chances de vitória, de embates eleitorais normais. Associe-se a isto a perda de ímpeto militante por conta das posições cada vez mais conservadoras adotadas pelo partido, e temos que o PT tornou-se cada vez mais dependente de fontes externas de fundos que viabilizassem suas campanhas eleitorais e a montagem de uma base de apoio parlamentar ao Governo Lula. No dizer do intelectual marxista César Benjamin, desde 1990, " Lula e José Dirceu começaram a esvaziar o potencial militante do PT para transformar o partido em uma máquina eleitoral tão formidável quanto inofensiva [...] dirigir o PT, nos últimos anos, foi gerenciar ambições".
Outros[quem?] argumentam que o PT teria sido vítima daquilo que o politólogo Robert Michels, no início do século XX, havia denominado "Lei de Ferro da Oligarquia": a sua direção burocrática teria se integrado à ordem burguesa simplesmente como um interesse corporativo a mais, desmoralizando o partido diante da opinião pública como um instrumento de transformação social em larga escala. De certo, pode-se dizer que o partido encontra-se numa séria crise financeira, o que o levou inclusive a se desfazer de sua sede em Brasília, assim como uma crise de legitimidade da sua direção oriunda do já mencionado Campo Majoritário, o qual perdeu, nas últimas eleições internas, a maioria na direção do partido.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O PT aparece em nono lugar na lista, com 10 cassações, atrás do DEM, PMDB e PSDB, PP, PTB, PDT, PR e PPS.
Escândalos de corrupção
No ano de 2005, o penúltimo ano da gestão do PT, membros do partido viram-se envolvidos em várias acusações de corrupção que passaram a ter grande repercussão após denúncias do então deputado federal e ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson (envolvido em um escândalo de corrupção nos Correios), sobre um suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares, que denominou "mensalão". As acusações do deputado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados culminaram no afastamento do então Ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, na instalação da CPI dos Correios e em várias acusações em sequência, que provocaram a saída do presidente do PT José Genoíno e o pedido de licença de vários membros da cúpula do partido. Dentre estes, os principais nomes são os de Silvio Pereira que era secretário-geral nacional do PT,e saiu por ter ganho um veículo de uma empresa privada que havia vencido uma licitação, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, que foi expulso do partido por ter sido indiciado como o tesoureiro do mensalão e demitido do quadro de professores do Governo de Goiás por não exercer o cargo.[carece de fontes]
Após o escândalo do mensalão, o deputado federal José Dirceu teve seu mandato cassado pelo plenário da Câmara.
O relator da CPI concluiu que houve distribuição de recursos ilegais a parlamentares com periodicidade.
"Houve recebimento de vantagens indevidas por parlamentares e dirigentes partidários com periodicidade variável, mas constante em 2002 e em 2003. Chame-se a isso mensalão quem quiser; chame-se a isso quinzenão quem quiser; chame-se a isso semanão quem quiser".citando o relatório final de Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG).
O PT defende a tese de que o crime cometido foi o de Caixa Dois e não o da compra de deputados. A respeito disso, o Presidente Lula declarou, em entrevista na França, no mês de julho de 2005, que "O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente. Eu acho que as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo, porque o PT tem na ética uma das suas marcas mais extraordinárias. E não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção."
Em Setembro de 2006 surge um novo escândalo, chamado de "Crise do dossiê" envolvendo pessoas próximas ao presidente Lula e ao senador Aloizio Mercadante, respectivamente candidatos à Presidência da República e ao governo de São Paulo, que pretendiam comprar, com 1,7 milhão de reais em dinheiro vivo, de origem duvidosa, um dossiê que supostamente vincularia o candidato José Serra com o escândalo das sanguessugas.[carece de fontes]
O principal marco dos escândalos de corrupção no PT é o grande número de envolvidos na liderança do partido, o que não se tinha notícia até a crise do Mensalão.
Em 1 de fevereiro de 2008, a Ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, também filiada ao partido pediu demissão do cargo, por conta dos gastos irregulares com o cartão de crédito corporativo de seu gabinete.[carece de fontes].
O mais recente escândalo envolve o ex-ministro Antonio Palocci, que aumentou seu patrimônio em 20 vezes em apenas quatro anos, sendo que uma grande parcela do seu enriquecimento se deu nos dois meses subsequentes às eleições presidenciais de 2010. Acusado de tráfico de influência, se viu muito próximo de sofrer a investigação de uma CPI no Senado, o que possivelmente causaria um grande abalo no governo de sua presidenta Dilma Rousseff. Paloci pediu afastamento em 07 de Junho de 2011.
Histórico de presidentes do partido
Ricardo Berzoini, em primeiro plano, ao lado de Henrique Fontana (centro) e Raul Pont (esquerda).(Imagem: Wilson Dias/ABr)
Luiz Inácio Lula da Silva (1980-1994) (de 1992 até o dia 31 de dezembro de 2002 e de 10 de fevereiro de 2011 até hoje, como presidente de Honra)
Rui Falcão (1994)
José Dirceu (1995-2002)
José Genoíno (2002-2005)
Tarso Genro (2005) (interino)
Ricardo Berzoini (setembro de 2005 a 6 de outubro de 2006)
Marco Aurélio Garcia (6 de outubro de 2006 a 2 de janeiro de 2007) (interino)
Ricardo Berzoini (2 de janeiro de 2007 a 2010)
José Eduardo Dutra (2010-2011)
Rui Falcão (desde 2011)
Membros famosos
Adão Pretto
Alexandre Padilha
Alessandro Molon
Aloizio Mercadante
Altemir Gregolin
Ana Júlia Carepa
Ana Rita Esgário
André Vargas
Ângela Guadagnin
Ângela Portela
Aníbal Diniz
Antônio Biscaia
Antonio Candido
Antonio Palocci
Arlindo Chinaglia
Agnelo Queiroz
Augusto Botelho
Aziz Nacib Ab'Saber
Benedita da Silva
Binho Marques
Cândido Vaccarezza
Carlos Eduardo Gabas
Carlos Minc
Celso Amorim
Chico Mendes
Cida Diogo
Dalva Figueiredo
Delcídio Amaral
Dilma Rousseff
Domingos Dutra
Dr. Rosinha
Edmilson Rodrigues
Eduardo Suplicy
Édson Santos
Elis Regina
Elismar Prado
Eloi Ferreira Araújo
Emidio de Souza
Emir Sader
Eudes Xavier
Fátima Cleide
Fernando Ferro
Fernando Haddad
Fernando Pimentel
Florestan Fernandes Geraldo Magela
Gilberto Carvalho
Gilmar Machado
Gleisi Hoffmann
Guido Mantega
Guilherme Cassel
Hamilton Pereira
Henrique Fontana
Humberto Costa
Iara Bernardi
Ideli Salvatti
Jair Meneguelli
Jaques Wagner
Jilmar Tatto
João Coser
João da Costa
João Magno
João Paulo Cunha
João Paulo Lima e Silva
João Pedro
João Vaccari Neto
Jorge Bittar
Jorge Viana
José Barroso Pimentel
José Dirceu
José Eduardo Cardozo
José Eduardo Dutra
José Genoino
José Mentor
José Nobre Guimarães
Josias Gomes
Lindberg Farias
Luiz Barretto Filho
Luiz Dulci
Luiz Gushiken
Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Marinho
Luiz Paulo Barreto
Luiz Sérgio
Luizianne Lins
Marcelo Déda
Márcia Lopes
Márcio Thomaz Bastos
Marco Aurélio Garcia
Marco Maia Maria da Conceição Tavares
Maria do Rosário
Marilena Chaui
Mário Lago
Mário Pedrosa
Marta Suplicy
Matilde Ribeiro
Maurício Rands
Maurício Soares
Miguel Rossetto
Nelson Pellegrino
Nilcéia Freire
Olívio Dutra
Patrus Ananias
Paul Singer
Paulo Bernardo
Paulo Garcia
Paulo Paim
Paulo Pimenta
Paulo Vannuchi
Pedro Wilson
Perseu Abramo
Professor Luizinho
Raimundo Angelim
Raul Filho
Raul Pont
Reginaldo Lopes
Ricardo Berzoini
Roberto Sobrinho
Rui Falcão
Sebastião Almeida
Sérgio Buarque de Holanda
Serys Slhessarenko
Sibá Machado
Tarso Genro
Telma de Souza
Tião Viana
Vicentinho
Virgílio Guimarães
Vladimir Palmeira
Waldir Pires
Walter Pinheiro
Wellington Dias
Zeca do PT
Ex-membros famosos
Babá
Chico Alencar
Cristovam Buarque
Delúbio Soares
Heloísa Helena
José Nery Azevedo
Luciana Genro
Marcos Rolim
Maria Luíza Fontenele
Marina Silva
Marinor Brito
Plínio de Arruda Sampaio
Silvio Pereira
Soninha Francine
em 1980, é um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América do Sul. Maior partido na Câmara dos Deputados,o PT é o partido preferido de cerca de um quarto do eleitorado brasileiro desde dezembro de 2009.Os presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff são amplamente reconhecidos como os membros mais notórios do partido.Seus símbolos são a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro, a estrela vermelha de cinco pontas, com a sigla PT inscrita ao centro e o hino do Partido dos Trabalhadores. Seu código eleitoral é o 13.
A fundação
Composto por dirigentes sindicais, intelectuais de esquerda e católicos ligados à Teologia da Libertação,[9] no dia 10 de fevereiro de 1980 no Colégio Sion em São Paulo. O partido é fruto da aproximação dos movimentos sindicais, a exemplo da Conferência das Classes Trabalhadoras (CONCLAT) que veio a ser o embrião da Central Única dos Trabalhadores (CUT),grupo ao qual pertenceu o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, com antigos setores da esquerda brasileira.
O PT foi fundado com um viés socialista democrático.Com o golpe de 1964, a espinha dorsal do sindicalismo brasileiro, que era o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), reunia lideranças sindicais tuteladas pelo Ministério do Trabalho- um ministério geralmente ocupado por lideranças do Partido Trabalhista Brasileiro varguista - foi dissolvida, enquanto os sindicatos oficiais sofriam intervenção governamental. A ressurgência de um movimento trabalhista organizado, expressa nas greves do ABC paulista da década de 1970, colocava a possibilidade de uma reorganização do movimento trabalhista de forma livre da tutela do Estado, projeto este expresso na criação da CONCLAT, que viria a ser o embrião da CUT, fundada três anos após o surgimento do PT. Originalmente, este novo movimento trabalhista buscava fazer política exclusivamente na esfera sindical[carece de fontes]. No entanto, a sobrevivência de um sindicalismo tutelado - expressa na reconstrução, na mesma época do antigo CGT, agora com o nome de Confederação Geral dos Trabalhadores, congregando lideranças sindicais mais conservadoras, como as de Joaquinzão e de Luís Antônio de Medeiros - mais a influência ainda exercida sobre o movimento sindical por lideranças de partidos de Esquerda tradicionais, como o Partido Comunista Brasileiro, forçaram o movimento sindical do ABC, estimulado por lideranças antistalinistas da Esquerda, como a de diversos grupamentos trotskistas, a adquirir identidade própria pela constituição em partido político - uma estratégia similar à realizada pelo movimento sindical Solidarność na Polônia comunista de então.
O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de socialismo democrático,tentando recusar modelos já então em decadência, como o soviético ou o chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista da época com a intelectualidade de Esquerda antistalinista.
Foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982. A ficha de filiação número um foi assinada por Apolonio de Carvalho, seguido pelo crítico de arte Mário Pedrosa, pelo crítico literário Antonio Candido e pelo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda.
Ideologia partidária oficial
Sede do PT em Belo Horizonte, Minas Gerais.(Imagem: Andrevruas)
O PT surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes. Desde a sua fundação, apresenta-se como um partido de Esquerda que defende o socialismo como forma de organização social. Contudo, diz ter objeções ao socialismo real implementado em alguns países, não reconhecendo tais sistemas como o verdadeiro socialismo.A ideologia espontânea das bases sindicais do partido - e a ação pessoal de lideranças sindicais como as de Lula, Jair Meneguelli e outros, sempre se caracterizou por uma certa rejeição das ideologias em favor da ação sindical como fim em si mesma, e é bem conhecido o episódio em que Lula, questionado por seu adversário Fernando Collor quanto à filiação ideológica do PT, em debate televisionado ao vivo em 1989, respondeu textualmente que o PT "jamais declarou ser um partido marxista".
Mesmo assim, o partido manteve durante toda a década de 1980 relações amistosas com os partidos comunistas que então governavam países do "socialismo real" como a União Soviética, República Democrática Alemã, República Popular da China, e Cuba. Estas relações, no entanto, jamais se traduziram em qualquer espécie de organização interpartidária ou de unidade de ação e não sobreviveram à derrocada do mesmo socialismo real a partir de 1989, não obstante a manutenção de certa afinidade sentimental de algumas lideranças do PT com o governo de Fidel Castro - como no caso emblemático do ex-deputado José Dirceu, que na década de 1960 foi exilado em Cuba e lá recebeu treinamento para a luta de guerrilha (da qual jamais participou concretamente). A liderança do PT mantém também boas relações com o governo de Hugo Chávez na Venezuela.
O PT nasceu com uma postura crítica ao reformismo dos partidos políticos social-democratas. Nas palavras do seu programa original: "As correntes social-democratas não apresentam, hoje, nenhuma perspectiva real de superação histórica do capitalismo imperialista".O PT organizou-se, no papel, a partir das formulações de intelectuais marxistas, mas também continha em seu bojo, desde o nascimento, ideologias espontâneas dos sindicalistas que constituíram o seu "núcleo duro" organizacional, ideologias estas que apontavam para uma aceitação da ordem burguesa, e cuja importância tornou-se cada vez maior na medida em que o partido adquiria bases materiais como máquina burocrático-eleitoral[carece de fontes].
O partido se articula com diversos outros partidos e grupos de esquerda latino-americanos, como a Frente Ampla uruguaia, partidos comunistas de Cuba, Brasil e outros países, e movimentos sociais brasileiros, como o MST no chamado Foro de São Paulo, reunião de movimentos e partidos políticos de esquerda latino-americanos. Lula, afirmou no último desses encontros: "Precisei chegar à presidência da República para descobrir o quão importante foi criar o Foro de São Paulo".
Alguns[quem?]afirmam que tais relações não se traduzem em qualquer espécie de unidade organizacional, ficando no nível da solidariedade política mútua em torno de certos objetivos comuns, como a luta pela unidade latino-americana e a oposição à penetração política estadunidense na América Latina. Esses últimos dizem[quem?] que o que caracteriza o PT é uma certa adesão retórica ao socialismo, adesão esta que não se traduz em pressupostos ideológicos claros e consensualmente admitidos pela generalidade do partido. O ex-presidente do PT, José Genoíno, costumava afirmar que o socialismo e o marxismo tornaram-se, para o partido, mais "um sistema de valores" do que um conjunto de medidas para a transformação da sociedade.
Outros, membros do partidos de direta e da grande mídia,discordando, caracterizam o Foro de São Paulo como um traçado de políticas conjunto e de fato, que foi o que permitiu a ascensão de Lula, de Hugo Chávez, de Evo Morales e da Frente Ampla, argumentando que essas políticas conjuntas estão traçadas nas atas desses foros, e são prontamente executadas pelos participantes presentes em governo. As ideologias políticas dos partidos e movimentos participantes do Foro de São Paulo diferem elas mesmas consideravelmente.
Poder-se-ia dizer, ainda, que, no PT, o trabalho ideológico-teórico sempre foi levado à reboque das origens concretas do partido. A favor dessa afirmação está o fato de que seu núcleo duro é composto por sindicalistas com uma preocupação, acima de tudo, com os interesses corporativos dos trabalhadores assalariados organizados, o que explicaria a facilidade com que o partido, uma vez no poder, adaptou-se à lógica da economia capitalista como um todo e a uma política econômica bastante ortodoxa. E não se trata, aqui, apenas da Presidência da República: já na década de 1990, prefeitos petistas como o futuro Ministro da Fazenda Antônio Palocci adotavam políticas de governo de tipo neoliberal (privatizações, cortes drásticos de gastos públicos) que em pouco distinguiam-se das propostas por seus análogos do PSDB ou dos Democratas (antigo PFL).Em julho de 2006, o próprio presidente Lula se declarou distante da esquerda, admitindo que em um eventual segundo mandato prosseguiria com políticas conservadoras.
Ainda assim, é possível contra-argumentar que uma regência capitalista da economia também foi praticada por Lênin, na chamada Nova Política Econômica, logo depois da revolução soviética. José Genoíno, em entrevista à Folha de São Paulo em Fevereiro de 2005, afirmou categoricamente que o governo Lula seguia a Nova Política Econômica leninista.
Deve-se lembrar, ainda, que a burocracia do PT, por conta das suas ligações com cúpulas sindicais como as da CUT, teve a oportunidade concreta de desenvolver estratégias de acumulação de capital através da administração de fundos de pensão privados (cujo desenvolvimento o governo Lula tentaria estimular na recente reforma da previdência), estratégias estas que acabariam por desenvolver uma certa identidade de interesses entre a burocracia do partido e setores da burguesia brasileira.
Tendências partidárias
Atuais
Articulação - Unidade na Luta - AUNL (integra o campo Construindo um Novo Brasil - CNB).
Articulação de Esquerda - AE
Brasil Socialista - BS
Democracia Radical - DR (integrou o Campo Majoritário)
Democracia Socialista - DS (integra o campo Mensagem ao Partido)
Esquerda Democrática - ED
Fórum Socialista - FrS
O Trabalho - OT
Esquerda Popular Socialista - EPS
Esquerda Marxista do PT - EMPT
Militância Socialista
Movimento PT
Movimento de Ação e Identidade Socialista - MAIS
PT de Luta e de Massas - PTLM
União de Bases, Esperança Vermelha (tendência municipal - Volta Redonda/RJ)
Um Novo Rumo para o PT - NR
Antigas
Ação Popular Socialista - APS (fundada em 2004, saiu do partido em 2005, passou a integrar o PSOL).
Causa Operária - CO (fundada em 1979, foi expulsa do partido em 1990 e passou a integrar o PCO)
Convergência Socialista - CS (formada em 1978, foi expulsa do PT em 1992 e colaborou ativamente na formação do PSTU)
Corrente Socialista dos Trabalhadores - CST (formada em 1992, abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação do PSOL).
Força Socialista - FS (formada em 1989, converteu-se em 2004 na Ação Popular Socialista).
Inaugurar um novo Período (surgida em 2011, compôs no mesmo ano a Esquerda Popular Socialista).
Movimento Comunista Revolucionário - MCR (surgido em 1985, converteu-se em 1989 na Força Socialista).
Movimento Esquerda Socialista - MES (abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação so PSOL).
Movimento pela Emancipação do Proletariado - MEP (fundado em 1976, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
MRS(em 2011 passou a integrar a Esquerda Popular Socialista).
Nova Esquerda - NE (formada em 1989, deu origem à Democracia Radical)
Organização Comunista Democracia Proletária - OCDP (formada em meados de 1981, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
Organização de Combate Marxista Leninista-Política Operária - OCML-PO (surgida em 1970, diluiu-se no PT em 1986).
Organização Socialista Internacionalista - OSI (converteu-se em 1987 na corrente O Trabalho). No movimento estudantil atuava através da tendência Liberdade e Luta.
Partido Comunista - Ala Vermelha - PC-AV (formada em 1989, abandonou o PT em 1992 colaborando para a formação do PSTU).
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR (converteu-se nos anos 1990 na tendência Brasil socialista)
Partido Comunista do Brasil - Ala Vermelha - PCdoB-AV (formado em 1966, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário).
Partido Revolucionário Comunista - PRC (formado em 1984 e dissolvido em 1989, deu origem à Nova Esquerda e à Tendência Marxista).
Poder Popular e Socialismo - PPB (formado em 1986, deu origem à Vertente Socialista)
PT de Aço (passou em 2011 a integrar a Esquerda Popular Socialista).
PT Vivo
Socialismo Revolucionário (aderiu ao PSOL).
Tendência Marxista (formada em 1990, fundiu-se com outras organizações em 2011, dado origem à Esquerda Popular Socialista).
Tendência pelo Partido Operário Revolucionário - TPOR (saiu do partido em 1990, passou a integrar o POR)
UPS (em 2011 passou a integrar a Esquerda Popular Socialista).
Principais cargos conquistados
O partido obteve em 1985 a sua primeira prefeitura de uma capital, Fortaleza. Maria Luíza Fontenele foi a primeira mulher a ser prefeita de uma capital.
Em 1988, a prefeitura da maior cidade do Brasil (São Paulo) foi ganha por Luiza Erundina, primeira mulher a governar a metrópole. Vencendo também na cidade vizinha de São Bernardo do Campo, o Maurício Soares e na cidade de Campinas por Jacó Bittar. Vence também na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul com Olívio Dutra que, seguido de Tarso Genro, Raul Pont e Tarso Genro de novo, totalizaria dezesseis anos de administração petista na cidade, assim como na cidade de Vitória, Espírito Santo com Vítor Buaiz. Consegue ótimas colocações, na cidade de Belo Horizonte onde Virgílio Guimarães ficou em segundo lugar por 2% dos votos e em Goiânia onde Darci Accorsi ficou em segundo lugar, mas fez mais de 40% dos votos.
Em 1990 Jorge Viana vai ao segundo turno da eleição para governador do Acre, mas perde por três mil votos de diferença. Nesse mesmo ano, é feito em São Paulo o primeiro senador do partido: Eduardo Suplicy (que está atualmente no terceiro mandato, o que totalizará 24 anos de Senado).
Em 1992 elege Jorge Viana para prefeito de Rio Branco capital do Acre, onde o mesmo obteve uma grande aceitação pública no fim do seu mandato.
Em 1994 elege os governadores nos estados como Espírito Santo e Distrito Federal e quatro senadores: Marina Silva no Acre, José Eduardo Dutra em Sergipe, Lauro Campos no Distrito Federal e Benedita da Silva no Rio de Janeiro.
Em 1998 elege os governadores do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT) e Jorge Viana no Acre, além de Heloísa Helena e Tião Viana para o senado.
Em 2000 elege pela segunda vez uma mulher para governar São Paulo, Marta Suplicy. Elege Tarso Genro para o quarto mandato consecutivo em Porto Alegre, Pedro Wilson Guimarães em Goiânia, João Henrique Pimentel em Macapá, João Paulo Lima e Silva em Recife, Célio de Castro (eleito pelo PSB mas que entra no PT em 2001) em Belo Horizonte, Marcelo Déda em Aracaju, Edmílson Rodrigues em Belém, entre outras capitais e cidades importantes como Guarulhos, Ribeirão Preto, Campinas, Caxias do Sul, Londrina, Imperatriz e Corumbá.
Em 2002 elege Aloizio Mercadante, senador da República com 10.497.348 votos, a maior votação já registrada no país até então.[24]
Em 2002 chega à Presidência da República pela primeira vez. Lula da Silva foi eleito Presidente da República na ocasião, juntamente com a maior bancada de deputados federais, de 91 deputados, eleita para o Congresso Nacional. João Paulo Cunha é eleito presidente da câmara dos deputados em 2003, sendo o primeiro petista e o primeiro sindicalista a obter o cargo. Nas eleições de 2002 o PT elege Wellington Dias para o governo do Piauí, reelege Jorge Viana no Acre e Zeca do PT no Mato Grosso do Sul. Além de eleger 10 senadores: Paulo Paim (RS), Ideli Salvatti (SC), Flávio Arns(PR), Ana Julia Carepa (PA), Marina Silva (AC), Aloizio Mercadante (SP), Delcídio Amaral (MS), Serys Slhessarenko (MT), Fátima Cleide (RO) e Cristovam Buarque (desfiliou-se em 2005).
Em 2004, nas eleições municipais, o partido perdeu em importantes centros urbanos (como as prefeituras de São Paulo, Campinas, Santos, Goiânia, Ribeirão Preto e Porto Alegre, onde o partido se mantinha no poder há dezesseis anos), Entretanto, o número total de prefeitos eleitos pelo PT no país subiu de 187 para 411. Na terceira mais importante cidade do país, Belo Horizonte, o PT conseguiu reeleger o prefeito Fernando Pimentel e em Recife, quarta maior cidade do país, reelege João Paulo.
Em São Paulo, o partido perdeu a prefeitura para José Serra, do PSDB, contra quem Lula concorrera à Presidência em 2002.
O atual presidente do PT desde 11 de outubro de 2005 é Ricardo Berzoini. Deputado federal, Berzoini era secretário-geral do partido e foi escolhido candidato do Campo Majoritário depois que o então presidente, Tarso Genro, desistiu da disputa.
O Partido dos Trabalhadores é o único partido no Brasil com eleições diretas para todos os cargos da direção partidária, em todos os níveis - municipal, estadual e federal - através do processo de eleições diretas (PED), que ocorre a cada três anos.É necessário lembrar, no entanto, que em função da sua concentração cada vez maior em uma ação política pautada pelo calendário eleitoral, que o PT acabou por girar, cada vez mais, em torno da figura individual de Lula e do grupo ideologicamente mais afinado com ele, o Campo Majoritário (sucessor da tendência Articulação) que acabaria por se impor ao partido como facção dominante, a partir dos expurgos das correntes de extrema-esquerda no interior do partido no início da década de 1990, que fundaram o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), o PCO (Partido da Causa Operária), e também o PSOL no começo da década de 2000.
Em 2008, nas eleições municipais, venceu em importantes cidades do Estado de São Paulo. Luiz Marinho ganha no segundo turno a prefeitura de São Bernardo do Campo. Emídio de Souza foi reeleito prefeito de Osasco, no primeiro turno. Márcia Rosa vence a eleição em Cubatão e o PT volta a ter uma prefeitura na Baixada Santista, fato que não ocorria desde a eleição de 1992. Quando David Capistrano foi eleito em Santos, com apoio da então prefeita Telma de Souza.
Bancada dos vereadores do PT na Câmara Municipal de São Paulo
Em 1 de abril de 2010, o partido reconquistou a prefeitura de Goiânia, após a renúncia do então prefeito Iris Rezende, do PMDB. No seu lugar assumiu o petista Paulo Garcia.
Em 31 de outubro de 2010, Dilma Vana Roussef é eleita Presidente do Brasil tornando-se a primeira mulher a assumir o cargo na história da república.
O PT jamais elegeu um governador no Estado de São Paulo, o mais importante e influente da Federação, ainda que sempre esteve presente nas disputas, desde a redemocratização.
Raízes ideológicas
Para alguns[quem?], pode-se verificar as raízes ideológicas do PT em dois grandes nomes do marxismo: Lênin e Gramsci. A Nova Política Econômica (NEP) — doutrina econômica leninista que aderia a mecanismos da economia de mercado sem abrir mão do socialismo — serve de base e inspiração para a política econômica do governo Lula, segundo declaração de José Genoíno, ex-presidente do PT, ao jornal Folha de S. Paulo em fevereiro de 2005. Para esses, o reformismo gramscista é a base da ação política e eleitoral do PT, baseada no paradigma do moderno príncipe (uma releitura feita por Gramsci do príncipe de Maquiavel). Esse pensamento é rejeitado por muitos petistas, que negam qualquer relação com os comunistas soviéticos, e até os confrontam, como se vê nas origens do partido.
O PT se originou no movimento sindical brasileiro e nas comunidades eclesiais de base da teologia da libertação, surgindo da desilusão com o "socialismo realmente existente", do modelo stalinista soviético e maoista chinês, e pretendia-se, na origem, fundamentalmente como aquilo que seu nome indicava: um partido de trabalhadores para trabalhadores, inclusive como uma alternativa deliberada ao Partido Comunista Brasileiro. Um fato emblemático para caracterizar esta posição diferenciada, como já dito, foi seu apoio ao sindicato independente Solidarność em sua luta por abertura política na Polônia comunista de então.
O PT, em sua própria definição, sempre se pautou pela liberdade de opinião e pela disciplina partidária - que alguns dizem remontar ao Partido Comunista Soviético, dirigido por Lênin. Contudo, afasta-se do pensamento desse ideólogo por ser contra a ideia de ser um partido revolucionário centralizado dirigido por intelectuais. A partir de sua base tradicional na classe operária urbana, o PT organizou-se mais como um aglomerado heterogêneo de núcleos temáticos, de forma antagônica a uma organização de base em células de tipo comunista, que tendiam a privilegiar a posição de classe dos filiados sobre seus interesses espontâneos ou afiliações não-classistas (por exemplo, o pertencimento a movimentos homossexuais, ecológicos, de base étnica e/ou identitária). Casos emblemáticos disto foram a ligação do PT, desde muito cedo, com o movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, então dirigido pelo ativista Chico Mendes e o forte apoio dado por esse partido ao MST.
O PT, desde sua fundação, acabou por servir de desaguadouro[carece de fontes] a intelectuais marxistas (por exemplo o cientista político comunista Carlos Nelson Coutinho) e incorporou[carece de fontes] certas ideias políticas do comunista italiano Antonio Gramsci, basicamente a interpretação da luta política como luta pela hegemonia ideológica, ideia esta reinterpretada num sentido reformista, em que os enfrentamentos no campo cultural passavam a substituir completamente a preparação para um enfrentamento revolucionário clássico de tipo violento, permitindo a aceitação da legalidade e do calendário eleitoral da Democracia parlamentar.
A maior parte dos estudiosos de Gramsci no Brasil é filiada[carece de fontes] e/ou simpática ao Partido dos Trabalhadores, colocando-se como intelectuais orgânicos de ideologia proletária) e muitos deles foram, inclusive, nomes importantes na criação do partido. Há, contudo, uma maior diversidade ideológica entre os intelectuais petistas.
Pode conceder-se até[carece de fontes], num sentido restrito, que o gramscismo seja considerado a ideologia do campo majoritário, a ala do PT que hoje o preside. A adesão do PT ao trabalho de superação do senso comum, à economia de mercado e ao abandono da luta revolucionária aberta é comprovada pelas periódicas purgas dos grupos nele incrustados que se reclamavam do marxismo mais ortodoxo. Em outras palavras, tal "gramscismo" não passaria de uma ideologia de renuncia à ação revolucionária em favor de um "socialismo" de meras atitudes pouco onerosas supostamente a favor dos oprimidos.
No início da década de 1990 ocorreram os primeiros rachas e expulsões do partido. Estas primeiras expulsões tinham como causa a propositura, por parte algumas correntes trotskistas, do engajamento do partido em ações de cunho revolucionário contra o governo de Fernando Collor, seja através de uma ação direta contra o mesmo (proposta pela corrente Causa Operária), seja levantando a plataforma de agitação de eleições gerais como sequência ao impeachment de Collor (proposta pela corrente Convergência Socialista). Em 2003, membros do partido inconformados com as políticas econômicas próximas à economia neoclássica (ou mais exatamente à releitura de economia neoclássica conhecida como Consenso de Washington) do Governo Lula, foram expulsos após não seguirem as diretrizes partidárias na votação da Reforma da Previdência. Aproveitando-se do momento de crise em que o PT passava, esses membros, liderados por Heloísa Helena, pensavam ser o momento certo para a construção de um novo partido de esquerda a ser referencia para os trabalhadores brasileiros. Assim nascia o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Mais tarde, o PSOL se tornaria apenas mais uma legenda dissidente do PT sem grande expressão eleitoral ou na base dos movimentos sociais. Posteriormente, ao serem derrotados no PED (Processo de Eleições Diretas), que decidiam as direções partidárias, com a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, outra tendencia também migra para o PSOL, a Ação Popular Socialista (APS) de Ivan Valente .
Apesar destas pequenas rupturas o PT ainda consegue ser referência para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Quadros importantes continuam no partido, como Raul Pont, Emir Sader e Valter Pomar, que preferiram disputar o comando do partido a romper com ele. O PT contém ainda uma fração que mantém uma afiliação doutrinária e de organização com o trotskismo internacional, a Democracia Socialista (DS), já foi ligada à chamada Quarta Internacional (Pós-reunificação) - corrente esta que teve como seu mais importante dirigente histórico o economista belga Ernest Mandel. Pertence à DS o ex-ministro da Reforma Agrária do primeiro governo de Lula, Miguel Rosseto.
Governo Lula
Com a ascensão para a Presidência do Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores em 2002 vencendo o 2º turno das eleições gerais de 2002 e com a posse em Janeiro de 2003, aglutinou-se vários partidos políticos, dentre eles o Partido Popular Socialista, Partido Socialista Brasileiro, Partido Democrático Trabalhista, e outros como base de sustentação.
Com a continuidade das políticas econômicas do Governo do Fernando Henrique Cardoso e com as denúncias de corrupção, adveio uma crise política que ocasionou a cisão do Partido dos Trabalhadores em Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2004.
Havendo após este período as críticas da esquerda ao Governo do Presidente Lula e o reconhecimento público do Partido dos Trabalhadores como um partido reformista de centro-esquerda. Em 2006 com as eleições gerais, foi reafirmado o projeto petista de Brasil, havendo o desenvolvimento do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Burocratização
À medida que o PT, durante a década de 1990, foi se acomodando na normalidade institucional da política brasileira, abandonando posturas simbólicas de rejeição daquilo que, na terminologia marxista, ele denominava "democracia burguesa" (gestos tais como a expulsão dos deputados federais Airton Soares e Bete Mendes por votarem em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral de 1985, ou o voto "não" à redação final da Constituição de 1988) ele foi lentamente abandonando o caráter de uma "frente" informal de grupos de Esquerda para desenvolver uma poderosa estrutura burocrática permanente que o tornasse apto a participar, com chances de vitória, de embates eleitorais normais. Associe-se a isto a perda de ímpeto militante por conta das posições cada vez mais conservadoras adotadas pelo partido, e temos que o PT tornou-se cada vez mais dependente de fontes externas de fundos que viabilizassem suas campanhas eleitorais e a montagem de uma base de apoio parlamentar ao Governo Lula. No dizer do intelectual marxista César Benjamin, desde 1990, " Lula e José Dirceu começaram a esvaziar o potencial militante do PT para transformar o partido em uma máquina eleitoral tão formidável quanto inofensiva [...] dirigir o PT, nos últimos anos, foi gerenciar ambições".
Outros[quem?] argumentam que o PT teria sido vítima daquilo que o politólogo Robert Michels, no início do século XX, havia denominado "Lei de Ferro da Oligarquia": a sua direção burocrática teria se integrado à ordem burguesa simplesmente como um interesse corporativo a mais, desmoralizando o partido diante da opinião pública como um instrumento de transformação social em larga escala. De certo, pode-se dizer que o partido encontra-se numa séria crise financeira, o que o levou inclusive a se desfazer de sua sede em Brasília, assim como uma crise de legitimidade da sua direção oriunda do já mencionado Campo Majoritário, o qual perdeu, nas últimas eleições internas, a maioria na direção do partido.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O PT aparece em nono lugar na lista, com 10 cassações, atrás do DEM, PMDB e PSDB, PP, PTB, PDT, PR e PPS.
Escândalos de corrupção
No ano de 2005, o penúltimo ano da gestão do PT, membros do partido viram-se envolvidos em várias acusações de corrupção que passaram a ter grande repercussão após denúncias do então deputado federal e ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson (envolvido em um escândalo de corrupção nos Correios), sobre um suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares, que denominou "mensalão". As acusações do deputado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados culminaram no afastamento do então Ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, na instalação da CPI dos Correios e em várias acusações em sequência, que provocaram a saída do presidente do PT José Genoíno e o pedido de licença de vários membros da cúpula do partido. Dentre estes, os principais nomes são os de Silvio Pereira que era secretário-geral nacional do PT,e saiu por ter ganho um veículo de uma empresa privada que havia vencido uma licitação, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, que foi expulso do partido por ter sido indiciado como o tesoureiro do mensalão e demitido do quadro de professores do Governo de Goiás por não exercer o cargo.[carece de fontes]
Após o escândalo do mensalão, o deputado federal José Dirceu teve seu mandato cassado pelo plenário da Câmara.
O relator da CPI concluiu que houve distribuição de recursos ilegais a parlamentares com periodicidade.
"Houve recebimento de vantagens indevidas por parlamentares e dirigentes partidários com periodicidade variável, mas constante em 2002 e em 2003. Chame-se a isso mensalão quem quiser; chame-se a isso quinzenão quem quiser; chame-se a isso semanão quem quiser".citando o relatório final de Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG).
O PT defende a tese de que o crime cometido foi o de Caixa Dois e não o da compra de deputados. A respeito disso, o Presidente Lula declarou, em entrevista na França, no mês de julho de 2005, que "O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente. Eu acho que as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo, porque o PT tem na ética uma das suas marcas mais extraordinárias. E não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção."
Em Setembro de 2006 surge um novo escândalo, chamado de "Crise do dossiê" envolvendo pessoas próximas ao presidente Lula e ao senador Aloizio Mercadante, respectivamente candidatos à Presidência da República e ao governo de São Paulo, que pretendiam comprar, com 1,7 milhão de reais em dinheiro vivo, de origem duvidosa, um dossiê que supostamente vincularia o candidato José Serra com o escândalo das sanguessugas.[carece de fontes]
O principal marco dos escândalos de corrupção no PT é o grande número de envolvidos na liderança do partido, o que não se tinha notícia até a crise do Mensalão.
Em 1 de fevereiro de 2008, a Ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, também filiada ao partido pediu demissão do cargo, por conta dos gastos irregulares com o cartão de crédito corporativo de seu gabinete.[carece de fontes].
O mais recente escândalo envolve o ex-ministro Antonio Palocci, que aumentou seu patrimônio em 20 vezes em apenas quatro anos, sendo que uma grande parcela do seu enriquecimento se deu nos dois meses subsequentes às eleições presidenciais de 2010. Acusado de tráfico de influência, se viu muito próximo de sofrer a investigação de uma CPI no Senado, o que possivelmente causaria um grande abalo no governo de sua presidenta Dilma Rousseff. Paloci pediu afastamento em 07 de Junho de 2011.
Histórico de presidentes do partido
Ricardo Berzoini, em primeiro plano, ao lado de Henrique Fontana (centro) e Raul Pont (esquerda).(Imagem: Wilson Dias/ABr)
Luiz Inácio Lula da Silva (1980-1994) (de 1992 até o dia 31 de dezembro de 2002 e de 10 de fevereiro de 2011 até hoje, como presidente de Honra)
Rui Falcão (1994)
José Dirceu (1995-2002)
José Genoíno (2002-2005)
Tarso Genro (2005) (interino)
Ricardo Berzoini (setembro de 2005 a 6 de outubro de 2006)
Marco Aurélio Garcia (6 de outubro de 2006 a 2 de janeiro de 2007) (interino)
Ricardo Berzoini (2 de janeiro de 2007 a 2010)
José Eduardo Dutra (2010-2011)
Rui Falcão (desde 2011)
Membros famosos
Adão Pretto
Alexandre Padilha
Alessandro Molon
Aloizio Mercadante
Altemir Gregolin
Ana Júlia Carepa
Ana Rita Esgário
André Vargas
Ângela Guadagnin
Ângela Portela
Aníbal Diniz
Antônio Biscaia
Antonio Candido
Antonio Palocci
Arlindo Chinaglia
Agnelo Queiroz
Augusto Botelho
Aziz Nacib Ab'Saber
Benedita da Silva
Binho Marques
Cândido Vaccarezza
Carlos Eduardo Gabas
Carlos Minc
Celso Amorim
Chico Mendes
Cida Diogo
Dalva Figueiredo
Delcídio Amaral
Dilma Rousseff
Domingos Dutra
Dr. Rosinha
Edmilson Rodrigues
Eduardo Suplicy
Édson Santos
Elis Regina
Elismar Prado
Eloi Ferreira Araújo
Emidio de Souza
Emir Sader
Eudes Xavier
Fátima Cleide
Fernando Ferro
Fernando Haddad
Fernando Pimentel
Florestan Fernandes Geraldo Magela
Gilberto Carvalho
Gilmar Machado
Gleisi Hoffmann
Guido Mantega
Guilherme Cassel
Hamilton Pereira
Henrique Fontana
Humberto Costa
Iara Bernardi
Ideli Salvatti
Jair Meneguelli
Jaques Wagner
Jilmar Tatto
João Coser
João da Costa
João Magno
João Paulo Cunha
João Paulo Lima e Silva
João Pedro
João Vaccari Neto
Jorge Bittar
Jorge Viana
José Barroso Pimentel
José Dirceu
José Eduardo Cardozo
José Eduardo Dutra
José Genoino
José Mentor
José Nobre Guimarães
Josias Gomes
Lindberg Farias
Luiz Barretto Filho
Luiz Dulci
Luiz Gushiken
Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Marinho
Luiz Paulo Barreto
Luiz Sérgio
Luizianne Lins
Marcelo Déda
Márcia Lopes
Márcio Thomaz Bastos
Marco Aurélio Garcia
Marco Maia Maria da Conceição Tavares
Maria do Rosário
Marilena Chaui
Mário Lago
Mário Pedrosa
Marta Suplicy
Matilde Ribeiro
Maurício Rands
Maurício Soares
Miguel Rossetto
Nelson Pellegrino
Nilcéia Freire
Olívio Dutra
Patrus Ananias
Paul Singer
Paulo Bernardo
Paulo Garcia
Paulo Paim
Paulo Pimenta
Paulo Vannuchi
Pedro Wilson
Perseu Abramo
Professor Luizinho
Raimundo Angelim
Raul Filho
Raul Pont
Reginaldo Lopes
Ricardo Berzoini
Roberto Sobrinho
Rui Falcão
Sebastião Almeida
Sérgio Buarque de Holanda
Serys Slhessarenko
Sibá Machado
Tarso Genro
Telma de Souza
Tião Viana
Vicentinho
Virgílio Guimarães
Vladimir Palmeira
Waldir Pires
Walter Pinheiro
Wellington Dias
Zeca do PT
Ex-membros famosos
Babá
Chico Alencar
Cristovam Buarque
Delúbio Soares
Heloísa Helena
José Nery Azevedo
Luciana Genro
Marcos Rolim
Maria Luíza Fontenele
Marina Silva
Marinor Brito
Plínio de Arruda Sampaio
Silvio Pereira
Soninha Francine
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Partido da Social Democracia Brasileira
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é um partido político brasileiro. Foi fundado em 25 de junho de 1988 por importantes figuras do cenário político brasileiro, como o ex-presidente (à época senador) Fernando Henrique Cardoso. Seu símbolo é um tucano nas cores azul e amarela e, por esta razão, seus membros são chamados de "tucanos". Em 2008 foi o segundo partido em número de prefeitos eleitos no Brasil, superado apenas pelo PMDB.
Em número de filiados, o partido está atrás apenas de PMDB, PT e PP. Seu código eleitoral é o 45.
Em 2010, o partido teve 5 indicados pela Revista Época como os brasileiros mais influentes do ano. Os indicados pela revista foram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo José Serra, o senador eleito Aécio Neves, o governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, e Antônio Anastasia, governador eleito de Minas Gerais
Fundação
Em 25 de junho de 1988 um grupo de dissidentes do PMDB capitaneados por políticos de São Paulo e Minas Gerais levou a termo sua insatisfação com o governo Sarney, que haveria "de se constituir no primeiro da Nova República para se fazer o último da Velha República".Tal disparidade se acentuou durante a Assembleia Nacional Constituinte, onde os membros do partido votaram pelos quatro anos de mandato para o Presidente da República apesar de a tese dos cinco anos ter prevalecido, capitaneada pela maioria da bancada do PMDB e de políticos conservadores agrupados no "Centrão", liderados pelo deputado Roberto Cardoso Alves, grupo suprapartidário formado em fins de 1987. Entre os fundadores do novo partido estavam José Richa, Franco Montoro, José Serra, Mário Covas, Carlos Antônio Costa Brandão, Humberto Costa Brandão, Carmelito Barbosa Alves, Waldyr Alceu Trigo e Fernando Henrique Cardoso, escudados por Sérgio Motta, Magalhães Teixeira e Geraldo Alckmin. Fora de São Paulo o novo partido arregimentou Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Célio de Castro, Afonso Arinos, Chagas Rodrigues, Almir Gabriel, Teotônio Vilela Filho, Aécio Neves, Arthur Virgílio e Maria de Lourdes Abadia. Posteriormente outros políticos, como Tasso Jereissati e Ciro Gomes, migrariam para o partido.
Segundo levantamento feito pela Editora Três via enciclopédia Brasil 500 Anos, a bancada inaugural do PSDB no Congresso Nacional possuía nove senadores e trinta e nove deputados federais, representando dezesseis estados e o Distrito Federal. Destes, onze eram paulistas, porém a maior representação per capita era a de Alagoas, com quatro nomes numa bancada de onze membros contra os 63 oriundos de São Paulo. Para corroborar tais assertivas basta dizer que dois dos três senadores paulistas e três dos oito deputados federais alagoanos participaram da fundação do PSDB, inclusive Renan Calheiros.
Com este núcleo partidário, o PSDB foi formado pela confluência de diferentes pensamentos políticos contemporâneos: dos trabalhistas, adotou a primazia do trabalho sobre o capital; a ética, a solidariedade e a participação comunitária foram assimiladas dos pensadores católicos personalistas, e das ações políticas dos líderes europeus do pós-guerra. Trouxe do socialismo sua vertente democrática e do comunismo a luta dos trabalhadores por direitos iguais, inclusive no voto, e inclui ainda o combate ao totalitarismo de esquerda e direita.
Programa
Em Porto Alegre, da esquerda para a direita Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Yeda Crusius e José Serra.
22 de outubro de 2006. Foto: Marcello Casal Jr/ABr.
O PSDB é um partido político brasileiro cujos militantes e simpatizantes geralmente se classificam como de centro-esquerda. De fato, muitos analistas classificam o partido como sendo de centro-esquerda.Diversos críticos e intelectuais de esquerda, no entanto, por considerarem que o partido em relação a determinados pontos adota posturas liberais, citam-no como sendo centrista,ou até mesmo de centro-direita. A terceira via de Anthony Giddens é também uma das ideologias assumidas pelo partido.[carece de fontes]
No entanto, Fernando Henrique Cardoso, seu principal líder, era participante ativo de estudos nos grupos marxistas. Ainda nos anos 1950, um grupo de jovens professores e estudantes decidiu se reunir para ler O capital, de Karl Marx. Esse grupo, de que faziam parte FHC, Octavio Ianni, Ruth Cardoso, Roberto Schwarz, Michael Lowy e outros, teve um papel decisivo na discussão dos projetos de pesquisa da nova geração. O principal professor de FHC foi Florestan Fernandes.José Serra, ex-governador de São Paulo, foi líder da União Nacional dos Estudantes (UNE) durante o regime militar e perseguido pelo mesmo. Tentou fazer parte da diretoria do grêmio da Escola Politécnica e, para ser admitido na chapa, teve que mostrar que era contra as multinacionais e a favor da Revolução Cubana. Em fins de 1962 Serra foi um dos fundadores da Ação Popular (AP). Participou de congressos em vários locais fora de seu estado, como presidente da UEE-SP, tornando-se conhecido, o que veio a facilitar sua eleição para presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em julho de 1963, como candidato da Ação Popular, tendo ainda o apoio do Partido Comunista Brasileiro. Consumado o golpe militar, Serra escondeu-se por alguns dias na casa de amigos, sem contato nem mesmo com a família, até encontrar refúgio na embaixada da Bolívia, onde permaneceu por três meses. Retornou clandestinamente ao Brasil em março de 1965, quando os integrantes da Ação Popular tentavam reorganizar a entidade, já na clandestinidade e com muitos líderes exilados ou perseguidos. Escondido na casa de Beatriz Segall, foi convencido a não comparecer a uma reunião em São Paulo, enfim descoberta pela polícia, que deteve todos os participantes, levando-os para o DOPS. Permaneceu no país alguns meses, mas teve que deixá-lo novamente.
Radicou-se no Chile, onde conheceu outros exilados. Decretado o golpe liderado por Augusto Pinochet, em setembro de 1973, Serra ajudou a transportar vários perseguidos à embaixada do Panamá. Foi preso no aeroporto quando tentava deixar o país com a família, sendo levado ao Estádio Nacional, onde muitos foram torturados e mortos. Um major que o libertou foi posteriormente fuzilado. Serra refugiou-se na embaixada da Itália (conseguindo chegar até lá com a ajuda de Paulo Renato Souza, que o escondeu no porta-mala de seu carro), ficando na embaixada por oito meses, rumando depois para os Estados Unidos.
O PSDB foi criado originalmente com o objetivo de representar a social democracia no Brasil. Entre as principais propostas originais do partido encontram-se o enxugamento da máquina, a instituição do parlamentarismo no plano político e uma economia de mercado regulada pelo Estado, com participação mais livre das empresas privadas e de investidores internacionais. Tem status de observador na Organização Democrata Cristã da América (ODCA).
Alterações políticas significativas no cenário mundial, como por exemplo a Queda do Muro de Berlim, tornaram a distinção entre esquerda e direita mais complicada. No Brasil, a dificuldade de se distinguir a posição do partido no espectro ideológico ficou maior no passado recente do país. As controvérsias em torno do uso dos termos "esquerda" e "direita" aumentaram, especialmente após um dos então principais partidos de esquerda do Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT), ter passado a adotar algumas políticas mais neoliberais. Dentro desse contexto, em 2003, entrevistado pelo jornal do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, afirmou que, independentemente da posição assumida pelo PT, a posição do PSDB deveria permanecer a mesma. FHC afirmou que do ponto de vista ideológico o partido não poderia ceder, permanecendo onde estava, continuando com a sua linha "de centro-esquerda ou centro olhando para a esquerda".
Em documento elaborado em 1990, o presidente de honra do partido discorre sobre a social democracia, afirmando:
Os pontos principais do programa do PSDB são: 1 ) Defesa intransigente da Democracia 2 ) Descentralização Política e Administrativa 3 ) Estado a serviço do povo e não de grupos privilegiados 4 ) Crescimento econômico sustentável com distribuição de renda e educação de qualidade para todos 5 ) Reforma Política que fortaleça os partidos e aproxime o parlamentar de seus eleitores.
Eleições e mandatos presidenciais
Eleições municipais de 1988
Apesar de recém-constituído e ainda com organização provisória, o PSDB participou das eleições municipais de 15 de novembro de 1988, disputando com candidatos próprios e conseguindo vitórias importantes como em Minas Gerais, onde conquistou as prefeituras de Belo Horizonte com Pimenta da Veiga, e de Contagem, com Ademir Lucas Gomes, além de mais cinco prefeituras nesse estado. Ao todo, o PSDB elegeu dezoito prefeitos, sendo sete em Minas Gerais, cinco em São Paulo, três no Espírito Santo, um no Mato Grosso do Sul, um em Pernambuco e um no Amazonas Elegeu, nesses mesmos estados, cerca de 215 vereadores.
Eleição presidencial de 1989
O PSDB disputou o primeiro turno da eleição presidencial de 15 de novembro de 1989, tendo o senador Mário Covas, seu candidato, conquistado o quarto lugar, num total de 22 candidatos, obtendo 11,52% dos votos válidos, correspondente a 7 790 392 votos, quando o segundo colocado, Luís Inácio Lula da Silva, obteve pouco mais de 11 milhões. No segundo turno, o partido apoiou a candidatura de Lula contra Fernando Collor de Melo.
Eleição presidencial de 1994
A caminhada vitoriosa do PSDB rumo à Presidência da República em 1994, segundo o livro A História Real, teria começado bem antes da campanha presidencial propriamente dita. As alianças feitas e desmanchadas anteriormente teriam sido, segundo os autores do livro, essenciais para o sucesso tucano.
Apesar de toda a rixa que existe atualmente entre PT e PSDB, esses partidos formaram muitas alianças antes da campanha de 1994, quando se separaram definitivamente.
O plebiscito de 21 de abril mostrou ao País, cinco anos após a Constituinte de 88 que o previra, uma histórica decisão: monarquia ou república, parlamentarismo ou presidencialismo. A eleição, que poderia ter sido a mais importante foi palanque do batalha que uniu presidencialistas ao grupo do próprio Lula, que, de parlamentarista, silenciou-se.
O dia-chave para o PSDB e para Fernando Henrique virarem o jogo da eleição de 1994, que parecia certa para Lula, foi 21 de maio de 1993. Com Itamar Franco assumindo a presidência da república após o impeachment de Collor, houve uma coalizão da maioria dos partidos no congresso para dar apoio ao novo presidente. PMDB, PT, PFL e PSDB, os maiores partidos, acenaram apoio. Posteriormente o PT desistiu, sendo esse conflito o motivo do desligamento de Luiza Erundina do partido, pois ela havia sido nomeada ministra. Nesse contexto, FHC, então senador, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. Com oito meses do novo governo, Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda, montou uma equipe composta por, entre outros, Edmar Bacha, Pérsio Arida e André Lara Resende, e implantou o Plano Real.
O Plano Real, elaborado principalmente por Edmar Bacha, começou a tomar feições nítidas com a aprovação pelo Congresso Nacional do "fundo social de emergência", que daria ao governo liberdade para dispor de 15% a 20% de todo o orçamento da União, às custas da previdência social e de um aumento do imposto de renda sobre a classe média e as empresas. A equipe da Fazenda teria, então, possibilidade de manejar melhor o plano. O fundo de emergência também foi o estopim da aliança PSDB-PFL. Para obter a aprovação do fundo, o PSDB precisou do apoio maciço do PFL, que aquiesceu.
A URV (Unidade de Real Valor) convertia os preços em uma nova unidade que substituiria a moeda então vigente, o cruzeiro real, por uma nova moeda logo depois, o real. Era a senha para acostumar o povo a um novo mundo, antes de chegar a moeda de fato e vencer, após mais de vinte anos, a cultura inflacionária do brasileiro.
Forjou-se a aliança definitiva entre PSDB e PFL, apesar do estranhamento inicial. O PSDB baiano, inimigo à época do PFL do mesmo estado, recusou-se a integrar a união, como também ocorreu no Maranhão. Outras rusgas surgiram, mas a aliança manteve-se coesa, apesar de tudo. Inicialmente, o PSDB tentou camuflar a aliança, dando o tom de liderança na chapa, mas a ajuda do PFL foi indispensável para a vitória nas eleições. O PFL detinha um imenso curral eleitoral no Nordeste, o que impulsionou a vitória.
Eleições Municipais de 1996
O Partido da Social Democracia Brasileira venceu em São Bernardo do Campo, considerado berço e reduto petista, com Maurício Soares. Ao todo, conquistou 926 prefeituras e elegeu 5 761 vereadores, comprovando enorme crescimento e estabelendo-se definitivamente como um dos maiores partidos do Brasil.
Mandatos presidenciais
Fernando Henrique Cardoso conquistou a Presidência da República, e foi presidente por dois mandatos (de 1995 a 1999 e de 1999 a 2003), havendo, no meio de seu primeiro mandato, apoiado a mudança constitucional que permitia a reeleição para ocupantes de cargos executivos, inclusive ele próprio e todos os governadores em execício. Nesse período, alguns parlamentares que haviam se mantido no PMDB, ou mesmo em outros partidos, mas que haviam sido do antigo MDB ou se encaixavam no perfil socialdemocrata entraram no partido, como os deputados Alberto Goldman e Aloysio Nunes Ferreira Filho.
Ao longo do mandato presidencial tucano, o crescimento da economia brasileira foi de 2,3% ao ano. Ocorreram inúmeras privatizações que precederam a modernização de diversos setores antes controlados pelo Estado, como as telecomunicações.No governo FHC foi atingido o fim da hiperinflação (que antes de seu governo chegou a ter períodos com 6 000% ao ano), obtendo-se assim a estabilidade monetária.Houve a criação de programas sociais pioneiros, como o Bolsa-Escola, o Auxílio Gás e o Bolsa-Alimentação (posteriormente juntados em um só programa, o Bolsa-Família, pelo governo Lula),além do início da reforma do Estado, com a implantação, por exemplo, do Ministério da Defesa, da Advocacia-Geral da União e da Controladoria Geral da União. A implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco na regulação do uso de verbas públicas em todos os níveis administrativos do país.
Eleições gerais de 2002
Nas eleições presidenciais de 2002, o candidato do partido, José Serra, perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores. Lula teve 61,27% dos votos e Serra, 38,73%.
Nas eleições estaduais, o PSDB conseguiu manter relativa força, ganhando o governo de importantes estados como São Paulo (terceiro mandato consecutivo), com Geraldo Alckmin, Goiás, com Marconi Perillo, e Minas Gerais, com Aécio Neves.
Eleições gerais de 2006
Nas eleições presidenciais de 2006, o candidato do partido, Geraldo Alckmin, obteve 41,5% dos votos válidos no primeiro turno e foi para o segundo turno com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, quando este obteve 61% dos votos válidos, sendo reeleito.O ex-prefeito de São Paulo José Serra foi vencedor na disputa do governo do estado pelo partido já no primeiro turno, consolidando um domínio da legenda em São Paulo que completaria, ao fim de seu mandato, dezesseis anos de poder.
O PSDB saiu da eleição brasileira de 2006 com 66 deputados e catorze senadores no Congresso Nacional, além de seis governadores. São eles: José Serra (São Paulo), Aécio Neves (Minas Gerais), Yeda Crusius (Rio Grande do Sul), Teotônio Vilela Filho (Alagoas), Cássio Cunha Lima (Paraíba) e José de Anchieta Júnior (Roraima), sendo que o último assumiu o governo após a morte do governador Ottomar Pinto, em 2007. O PSDB, o PPS e o PFL (atual DEM) decidiram continuar sendo oposição ao Governo Lula no atual mandato. O governador Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado pelo TSE em 2009, e em seu lugar assumiu o segundo mais votado, o governador José Maranhão, do PMDB.
Eleições municipais de 2008
Assim como em 2004, o PSDB saiu das eleições municipais com a segunda maior votação proporcional em todo o Brasil (a primeira foi do PMDB) elegendo no total, 790 prefeitos (786 no primeiro turno e 4 no segundo) e 5897 vereadores.
Eleições gerais de 2010
O candidato do PSDB na eleição presidencial de 2010 foi novamente José Serra. Ele perdeu no segundo turno para a candidata do PT Dilma Rousseff, Serra obteve quase 44% dos votos, enquanto Dilma obteve pouco mais de 56%. Embora não tenha vencido a eleição presidencial de 2010, o PSDB foi o partido que mais elegeu governadores, 8, e vai governar mais de 47% da população, considerando os estados governados pelo partido.
Em São Paulo, o partido conquistou 20 anos de governo, com a eleição em 2010 de Geraldo Alckmin.
O partido forma em 2011 a terceira maior bancada na Câmara com 53 deputados federais e a terceira maior no Senado com 11 eleitos, sendo o candidato Aloysio Nunes eleito Senador por São Paulo com 11 milhões de votos, a maior votação da história para o senado.
Aloysio também será o primeiro senador tucano eleito por São Paulo em 16 anos.
Críticas e controvérsias
Política supostamente neoliberal
Embora primariamente social-democrata, o PSDB é tido como neoliberal desde seus primórdios, mesmo tendo diferentes facções internas no partido, como a social-democracia, liberais progressistas, conservadores e democratas cristãos.Esse fato tornou-se cada vez mais notório com o passar do governo de Fernando Henrique Cardoso,que realizou algumas privatizações (que são uma das características do neoliberalismo).
Entretanto, não há consenso de que o Governo FHC e o PSDB em geral tenham tido postura neoliberal integralmente, visto que as privatizações tinham como um dos objetivos a maior arrecadação de fundos para investimentos na área social, como educação, moradia e saúde, entre outros.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção eleitoral desde o ano 2000. O PSDB apareceu em terceiro lugar na lista, com 58 cassações, atrás apenas do DEM e do PMDB.
Denúncias de corrupção em gestões do partido
No início da gestão de Fernando Henrique Cardoso na presidência do Brasil, denúncias de corrupção e tráfico de influências em um contrato de 1,4 bilhão de reais para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia levaram à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados. As denúncias foram feitas pela revista IstoÉ em 1995, por meio de transcrição do áudio de fitas gravadas pela polícia federal com conversas telefônicas entre o empresário José Afonso Assumpção, dono da Líder Táxi Aéreo, representante da empresa norte-americana Raytheon no Brasil, e o embaixador Júlio César Gomes dos Santos, então coordenador de apoio e de cerimonial da Presidência da República. Como resultado, Francisco Graziano, secretário-particular de FHC, Mauro Gandra, ministro da Aeronáutica e o embaixador Santos foram exonerados. A CPI, entretanto, foi esvaziada e não conduziu nenhuma investigação sobre as empresas, sob a alegação de que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União já tinham feito esse trabalho.
Em agosto de 1995, após a eclosão da crise dos bancos Econômico, Mercantil e Comercial, o governo FHC destinou, por meio do PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) 29 bilhões de reais a sete instituições financeiras privadas. A Câmara dos Deputados instalou uma CPI para investigar as relações entre o Banco Central do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional. A comissão, entretanto, limitou-se a justificar o socorro aos bancos, sem apurar as denúncias de irregularidades.
Em novembro de 1996 o Tribunal de Contas da União constatou a existência de irregularidades praticadas pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) no pagamento de precatórios e ações em andamento, tais como extravio de processos e a realização de acordo extrajudicial pagos sem aprovação em juízo, além de valores remunerados superiores aos valores apresentados pelo DNER.Os prejuízos para a União ultrapassaram o valor de 120 milhões de reais. O governo federal decidiu extinguir o órgão em seguida.
Em 1997 gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiu a reeleição de FHC. Nas fitas, os deputados Ronivon Santiago e João Maia (ex-PFL) confessavam ter embolsado duzentos mil reais cada um para votar a favor da emenda e afirmando que a fonte monetária era o ministro Sérgio Motta. Os deputados renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido, mas a base governista conseguiu impedir a instalação de uma CPI para investigar a compra de votos.
Em 1999, após a desvalorização do real e a mudança da política cambial, o governo federal foi acusado de favorecer, por meio do Banco Central, os bancos Marka (de propriedade de Salvatore Cacciola) e FonteCidam (Luís Antônio Gonçalves), supostamente vinculados a lideranças do partido, em operações cambiais.Segundo reportagem publicada pela Istoé, o então Ministro da Fazenda, Pedro Malan, sabia com antecedência dos riscos de crise sistêmica das alterações na política cambial. Mesmo aconselhado pela área técnica do Banco Central a simplesmente fechar os bancos e pagar os credores com as garantias da Bolsa e os bens dos dois banqueiros, Malan preferiu poupar o patrimônio de Cacciola e Gonçalves, ao custo de 1,4 bilhão de reais para os cofres públicos.A proposta de criação de CPI foi arquivada graças à pressão da base governista.
O secretário-geral de FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira, foi alvo de diversas denúncias durante a gestão do PSDB na presidência da república. Envolveu-se no escândalo da construção do novo edifício do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, por meio do registro de mais de duzentos telefonemas ligando-o ao juiz Nicolau dos Santos Neto, coordenador de um esquema de corrupção que desviou mais de 220 milhões de reais dos cofres públicos,suposta montagem de caixa 2 para a reeleição de FHC,lobby para empresas de informática, envolvendo contratos com valores na ordem de 21 milhões de reais.
Em 2001 partidos de oposição ao PSDB tentaram formalizar a CPI da corrupção, visando a investigar 28 supostos casos de corrupção durante a gestão FHC.O governo, entretanto, conseguiu barrar a CPI. Na época, o então governador de Minas Gerais, Itamar Franco, fez a seguinte declaração: "Nunca vi um presidente da República interferir tanto no Congresso para enterrar uma CPI. Por que ele não quer [a instalação da CPI da corrupção]? Nunca vi um presidente da República ter tanto medo."O procurador-geral da república do governo FHC, Geraldo Brindeiro, foi fartamente criticado por sua inação. De 626 inquéritos criminais que recebeu, engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente sessenta denúncias foram aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, onze ministros e quatro sobre o próprio presidente FHC.Por conta disso, Brindeiro recebeu o jocoso apelido de "engavetador-geral da república".
Em dezembro de 2011 o livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., acusou a chamada "Era das Privatizações", promovida pelo governo FHC, por intermédio de seu ministro do Planejamento, José Serra, de uma "verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas 'offshores', empresas de fachada do Caribe".
Atualidade
Pode-se ainda argumentar que atualmente o PSDB disputa com o Partido dos Trabalhadores a hegemonia política no Brasil. Os partidos políticos restantes, independentemente de seu tamanho, geralmente subordinam suas ações políticas nacionais aos movimentos desses dois partidos. O PSDB do Município de São Paulo iniciou em Abril de 2011 um movimento em favor do sistema eleitoral para cargos no legislativo pelo Voto Distrital. Os Diretórios Zonais organizaram um abaixo assinado em apoio ao Projeto de Lei no Senado PLS 145/2011 de autoria do Senador Aloysio Nunes, que propõe a eleição de vereadores em cidades com mais de 200.000 habitantes pelo voto majoritário em Distritos com aproximadamente o mesmo número de eleitores. Cada Partido indica 1 candidato e o mais votado em dois turnos, elege-se como vereador daquele Distrito.
Participação do partido nas eleições presidenciaisAno Candidato a Presidente Candidato(a) a Vice-Presidente Coligação Votos % Colocação
2010 José Serra (PSDB) Indio da Costa (DEM) PSDB, DEM, PTB, PPS, PMN e PT do B 43.711.388 43,95 2º
2006 Geraldo Alckmin (PSDB) José Jorge (PFL) PSDB e PFL 37.543.178 39.17 2º
2002 José Serra (PSDB) Rita Camata (PMDB) PSDB e PMDB 33.370.739 38,72 2º
1998 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Marco Maciel (PFL) PSDB, PFL, PPB, PTB e PSD 35.936.540 53,06 1º
1994 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Marco Maciel (PFL) PSDB, PFL e PTB 34.364.961 54,27 1º
1989 Mário Covas Almir Gabriel sem coligação 7.790.392 10,78 4º
Principais membros
Fernando Henrique Cardoso
Mário Covas
José Serra
Geraldo Alckmin
Aécio Neves
Antônio Anastasia
Sérgio Guerra
Arthur Virgílio Neto
Alvaro Dias
André Franco Montoro
Tasso Jereissati
José Aníbal
Teotônio Vilela Filho
Aloysio Nunes
Marconi Perillo
Silvio Mendes
Yeda Crusius
Mara Gabrilli
Eduardo Azeredo
Cássio Cunha Lima
Leonel Pavan
Paulo Bauer
Nelson Marchezan Júnior
Cláudio Diaz
Antônio Imbassahy
Beto Richa
Simão Jatene
Siqueira Campos
Eduardo Siqueira Campos
Eduardo Gomes
José Anchieta Júnior
Wilson Santos
Maria de Lourdes Abadia
Jorge Amanajás
Marcos Cals
Tião Bocalom
Adilson Troca
Ariano Fernandes
Identidade visual
Os filiados ao PSDB são conhecidos como "tucanos",pois o partido adotou a ave como símbolo. Isto se deu em uma das reuniões preparatórias da formação do PSDB, em Brasília, em abril de 1988, quando a representação de Minas Gerais propôs que houvesse um símbolo para simplificar a identificação do partido e para facilitar sua comunicação com a população, sugerindo um tucano. Após acalorada discussão, a proposta foi aprovada, pela evidência das razões apresentadas. A figura do tucano tem três importantes significações:
O tucano de peito amarelo lembra a cor da campanha Diretas-já, movimento de que participaram vários de seus fundadores;
O tucano é um dos símbolos do movimento ecológico e da defesa do meio ambiente, em voga nas décadas de 1980 e 1990, o que renderia ao partido uma boa imagem (de modernidade e ligação com temas importantes contemporâneos) frente à opinião pública;
Trata-se de uma ave "brasileira", característica importante para indicar a suposta preocupação do partido com a realidade nacional, ou seja, a de que o partido não entende a social-democracia como uma "fórmula" pronta para ser aplicada no Brasil, um país com realidades distintas dos países da Europa, o berço da ideologia social-democrata. Neste sentido, o tucano procuraria representar o entendimento de que é preciso formar um programa social-democrático que se encaixe e atenda às realidades do Brasil.
A JPSDB é o secretariado da juventude do PSDB. Está organizado em todos estados brasileiros e nos principais municípios do país. A JPSDB possui dois diretores na UNE. Seu atual presidente é Marcello Richa, filho do governador Beto Richa.
Presidentes
2005-2007 - Kamyla Castro
2007-2011 - Bruno Covas
2011-2013 - Marcello Richa
Organização nos estados
O PSDB está presente nos 26 estados do Brasil e no Distrito Federal.
Curiosidades
O PSDB foi o primeiro partido político latino-americano a entrar na plataforma de internet 3D Second Life, instalando na ilha SP Jardins um diretório virtual em outubro de 2006.
Em número de filiados, o partido está atrás apenas de PMDB, PT e PP. Seu código eleitoral é o 45.
Em 2010, o partido teve 5 indicados pela Revista Época como os brasileiros mais influentes do ano. Os indicados pela revista foram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador de São Paulo José Serra, o senador eleito Aécio Neves, o governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, e Antônio Anastasia, governador eleito de Minas Gerais
Fundação
Em 25 de junho de 1988 um grupo de dissidentes do PMDB capitaneados por políticos de São Paulo e Minas Gerais levou a termo sua insatisfação com o governo Sarney, que haveria "de se constituir no primeiro da Nova República para se fazer o último da Velha República".Tal disparidade se acentuou durante a Assembleia Nacional Constituinte, onde os membros do partido votaram pelos quatro anos de mandato para o Presidente da República apesar de a tese dos cinco anos ter prevalecido, capitaneada pela maioria da bancada do PMDB e de políticos conservadores agrupados no "Centrão", liderados pelo deputado Roberto Cardoso Alves, grupo suprapartidário formado em fins de 1987. Entre os fundadores do novo partido estavam José Richa, Franco Montoro, José Serra, Mário Covas, Carlos Antônio Costa Brandão, Humberto Costa Brandão, Carmelito Barbosa Alves, Waldyr Alceu Trigo e Fernando Henrique Cardoso, escudados por Sérgio Motta, Magalhães Teixeira e Geraldo Alckmin. Fora de São Paulo o novo partido arregimentou Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Célio de Castro, Afonso Arinos, Chagas Rodrigues, Almir Gabriel, Teotônio Vilela Filho, Aécio Neves, Arthur Virgílio e Maria de Lourdes Abadia. Posteriormente outros políticos, como Tasso Jereissati e Ciro Gomes, migrariam para o partido.
Segundo levantamento feito pela Editora Três via enciclopédia Brasil 500 Anos, a bancada inaugural do PSDB no Congresso Nacional possuía nove senadores e trinta e nove deputados federais, representando dezesseis estados e o Distrito Federal. Destes, onze eram paulistas, porém a maior representação per capita era a de Alagoas, com quatro nomes numa bancada de onze membros contra os 63 oriundos de São Paulo. Para corroborar tais assertivas basta dizer que dois dos três senadores paulistas e três dos oito deputados federais alagoanos participaram da fundação do PSDB, inclusive Renan Calheiros.
Com este núcleo partidário, o PSDB foi formado pela confluência de diferentes pensamentos políticos contemporâneos: dos trabalhistas, adotou a primazia do trabalho sobre o capital; a ética, a solidariedade e a participação comunitária foram assimiladas dos pensadores católicos personalistas, e das ações políticas dos líderes europeus do pós-guerra. Trouxe do socialismo sua vertente democrática e do comunismo a luta dos trabalhadores por direitos iguais, inclusive no voto, e inclui ainda o combate ao totalitarismo de esquerda e direita.
Programa
Em Porto Alegre, da esquerda para a direita Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Yeda Crusius e José Serra.
22 de outubro de 2006. Foto: Marcello Casal Jr/ABr.
O PSDB é um partido político brasileiro cujos militantes e simpatizantes geralmente se classificam como de centro-esquerda. De fato, muitos analistas classificam o partido como sendo de centro-esquerda.Diversos críticos e intelectuais de esquerda, no entanto, por considerarem que o partido em relação a determinados pontos adota posturas liberais, citam-no como sendo centrista,ou até mesmo de centro-direita. A terceira via de Anthony Giddens é também uma das ideologias assumidas pelo partido.[carece de fontes]
No entanto, Fernando Henrique Cardoso, seu principal líder, era participante ativo de estudos nos grupos marxistas. Ainda nos anos 1950, um grupo de jovens professores e estudantes decidiu se reunir para ler O capital, de Karl Marx. Esse grupo, de que faziam parte FHC, Octavio Ianni, Ruth Cardoso, Roberto Schwarz, Michael Lowy e outros, teve um papel decisivo na discussão dos projetos de pesquisa da nova geração. O principal professor de FHC foi Florestan Fernandes.José Serra, ex-governador de São Paulo, foi líder da União Nacional dos Estudantes (UNE) durante o regime militar e perseguido pelo mesmo. Tentou fazer parte da diretoria do grêmio da Escola Politécnica e, para ser admitido na chapa, teve que mostrar que era contra as multinacionais e a favor da Revolução Cubana. Em fins de 1962 Serra foi um dos fundadores da Ação Popular (AP). Participou de congressos em vários locais fora de seu estado, como presidente da UEE-SP, tornando-se conhecido, o que veio a facilitar sua eleição para presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em julho de 1963, como candidato da Ação Popular, tendo ainda o apoio do Partido Comunista Brasileiro. Consumado o golpe militar, Serra escondeu-se por alguns dias na casa de amigos, sem contato nem mesmo com a família, até encontrar refúgio na embaixada da Bolívia, onde permaneceu por três meses. Retornou clandestinamente ao Brasil em março de 1965, quando os integrantes da Ação Popular tentavam reorganizar a entidade, já na clandestinidade e com muitos líderes exilados ou perseguidos. Escondido na casa de Beatriz Segall, foi convencido a não comparecer a uma reunião em São Paulo, enfim descoberta pela polícia, que deteve todos os participantes, levando-os para o DOPS. Permaneceu no país alguns meses, mas teve que deixá-lo novamente.
Radicou-se no Chile, onde conheceu outros exilados. Decretado o golpe liderado por Augusto Pinochet, em setembro de 1973, Serra ajudou a transportar vários perseguidos à embaixada do Panamá. Foi preso no aeroporto quando tentava deixar o país com a família, sendo levado ao Estádio Nacional, onde muitos foram torturados e mortos. Um major que o libertou foi posteriormente fuzilado. Serra refugiou-se na embaixada da Itália (conseguindo chegar até lá com a ajuda de Paulo Renato Souza, que o escondeu no porta-mala de seu carro), ficando na embaixada por oito meses, rumando depois para os Estados Unidos.
O PSDB foi criado originalmente com o objetivo de representar a social democracia no Brasil. Entre as principais propostas originais do partido encontram-se o enxugamento da máquina, a instituição do parlamentarismo no plano político e uma economia de mercado regulada pelo Estado, com participação mais livre das empresas privadas e de investidores internacionais. Tem status de observador na Organização Democrata Cristã da América (ODCA).
Alterações políticas significativas no cenário mundial, como por exemplo a Queda do Muro de Berlim, tornaram a distinção entre esquerda e direita mais complicada. No Brasil, a dificuldade de se distinguir a posição do partido no espectro ideológico ficou maior no passado recente do país. As controvérsias em torno do uso dos termos "esquerda" e "direita" aumentaram, especialmente após um dos então principais partidos de esquerda do Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT), ter passado a adotar algumas políticas mais neoliberais. Dentro desse contexto, em 2003, entrevistado pelo jornal do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, afirmou que, independentemente da posição assumida pelo PT, a posição do PSDB deveria permanecer a mesma. FHC afirmou que do ponto de vista ideológico o partido não poderia ceder, permanecendo onde estava, continuando com a sua linha "de centro-esquerda ou centro olhando para a esquerda".
Em documento elaborado em 1990, o presidente de honra do partido discorre sobre a social democracia, afirmando:
Os pontos principais do programa do PSDB são: 1 ) Defesa intransigente da Democracia 2 ) Descentralização Política e Administrativa 3 ) Estado a serviço do povo e não de grupos privilegiados 4 ) Crescimento econômico sustentável com distribuição de renda e educação de qualidade para todos 5 ) Reforma Política que fortaleça os partidos e aproxime o parlamentar de seus eleitores.
Eleições e mandatos presidenciais
Eleições municipais de 1988
Apesar de recém-constituído e ainda com organização provisória, o PSDB participou das eleições municipais de 15 de novembro de 1988, disputando com candidatos próprios e conseguindo vitórias importantes como em Minas Gerais, onde conquistou as prefeituras de Belo Horizonte com Pimenta da Veiga, e de Contagem, com Ademir Lucas Gomes, além de mais cinco prefeituras nesse estado. Ao todo, o PSDB elegeu dezoito prefeitos, sendo sete em Minas Gerais, cinco em São Paulo, três no Espírito Santo, um no Mato Grosso do Sul, um em Pernambuco e um no Amazonas Elegeu, nesses mesmos estados, cerca de 215 vereadores.
Eleição presidencial de 1989
O PSDB disputou o primeiro turno da eleição presidencial de 15 de novembro de 1989, tendo o senador Mário Covas, seu candidato, conquistado o quarto lugar, num total de 22 candidatos, obtendo 11,52% dos votos válidos, correspondente a 7 790 392 votos, quando o segundo colocado, Luís Inácio Lula da Silva, obteve pouco mais de 11 milhões. No segundo turno, o partido apoiou a candidatura de Lula contra Fernando Collor de Melo.
Eleição presidencial de 1994
A caminhada vitoriosa do PSDB rumo à Presidência da República em 1994, segundo o livro A História Real, teria começado bem antes da campanha presidencial propriamente dita. As alianças feitas e desmanchadas anteriormente teriam sido, segundo os autores do livro, essenciais para o sucesso tucano.
Apesar de toda a rixa que existe atualmente entre PT e PSDB, esses partidos formaram muitas alianças antes da campanha de 1994, quando se separaram definitivamente.
O plebiscito de 21 de abril mostrou ao País, cinco anos após a Constituinte de 88 que o previra, uma histórica decisão: monarquia ou república, parlamentarismo ou presidencialismo. A eleição, que poderia ter sido a mais importante foi palanque do batalha que uniu presidencialistas ao grupo do próprio Lula, que, de parlamentarista, silenciou-se.
O dia-chave para o PSDB e para Fernando Henrique virarem o jogo da eleição de 1994, que parecia certa para Lula, foi 21 de maio de 1993. Com Itamar Franco assumindo a presidência da república após o impeachment de Collor, houve uma coalizão da maioria dos partidos no congresso para dar apoio ao novo presidente. PMDB, PT, PFL e PSDB, os maiores partidos, acenaram apoio. Posteriormente o PT desistiu, sendo esse conflito o motivo do desligamento de Luiza Erundina do partido, pois ela havia sido nomeada ministra. Nesse contexto, FHC, então senador, foi nomeado ministro das Relações Exteriores. Com oito meses do novo governo, Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda, montou uma equipe composta por, entre outros, Edmar Bacha, Pérsio Arida e André Lara Resende, e implantou o Plano Real.
O Plano Real, elaborado principalmente por Edmar Bacha, começou a tomar feições nítidas com a aprovação pelo Congresso Nacional do "fundo social de emergência", que daria ao governo liberdade para dispor de 15% a 20% de todo o orçamento da União, às custas da previdência social e de um aumento do imposto de renda sobre a classe média e as empresas. A equipe da Fazenda teria, então, possibilidade de manejar melhor o plano. O fundo de emergência também foi o estopim da aliança PSDB-PFL. Para obter a aprovação do fundo, o PSDB precisou do apoio maciço do PFL, que aquiesceu.
A URV (Unidade de Real Valor) convertia os preços em uma nova unidade que substituiria a moeda então vigente, o cruzeiro real, por uma nova moeda logo depois, o real. Era a senha para acostumar o povo a um novo mundo, antes de chegar a moeda de fato e vencer, após mais de vinte anos, a cultura inflacionária do brasileiro.
Forjou-se a aliança definitiva entre PSDB e PFL, apesar do estranhamento inicial. O PSDB baiano, inimigo à época do PFL do mesmo estado, recusou-se a integrar a união, como também ocorreu no Maranhão. Outras rusgas surgiram, mas a aliança manteve-se coesa, apesar de tudo. Inicialmente, o PSDB tentou camuflar a aliança, dando o tom de liderança na chapa, mas a ajuda do PFL foi indispensável para a vitória nas eleições. O PFL detinha um imenso curral eleitoral no Nordeste, o que impulsionou a vitória.
Eleições Municipais de 1996
O Partido da Social Democracia Brasileira venceu em São Bernardo do Campo, considerado berço e reduto petista, com Maurício Soares. Ao todo, conquistou 926 prefeituras e elegeu 5 761 vereadores, comprovando enorme crescimento e estabelendo-se definitivamente como um dos maiores partidos do Brasil.
Mandatos presidenciais
Fernando Henrique Cardoso conquistou a Presidência da República, e foi presidente por dois mandatos (de 1995 a 1999 e de 1999 a 2003), havendo, no meio de seu primeiro mandato, apoiado a mudança constitucional que permitia a reeleição para ocupantes de cargos executivos, inclusive ele próprio e todos os governadores em execício. Nesse período, alguns parlamentares que haviam se mantido no PMDB, ou mesmo em outros partidos, mas que haviam sido do antigo MDB ou se encaixavam no perfil socialdemocrata entraram no partido, como os deputados Alberto Goldman e Aloysio Nunes Ferreira Filho.
Ao longo do mandato presidencial tucano, o crescimento da economia brasileira foi de 2,3% ao ano. Ocorreram inúmeras privatizações que precederam a modernização de diversos setores antes controlados pelo Estado, como as telecomunicações.No governo FHC foi atingido o fim da hiperinflação (que antes de seu governo chegou a ter períodos com 6 000% ao ano), obtendo-se assim a estabilidade monetária.Houve a criação de programas sociais pioneiros, como o Bolsa-Escola, o Auxílio Gás e o Bolsa-Alimentação (posteriormente juntados em um só programa, o Bolsa-Família, pelo governo Lula),além do início da reforma do Estado, com a implantação, por exemplo, do Ministério da Defesa, da Advocacia-Geral da União e da Controladoria Geral da União. A implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco na regulação do uso de verbas públicas em todos os níveis administrativos do país.
Eleições gerais de 2002
Nas eleições presidenciais de 2002, o candidato do partido, José Serra, perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores. Lula teve 61,27% dos votos e Serra, 38,73%.
Nas eleições estaduais, o PSDB conseguiu manter relativa força, ganhando o governo de importantes estados como São Paulo (terceiro mandato consecutivo), com Geraldo Alckmin, Goiás, com Marconi Perillo, e Minas Gerais, com Aécio Neves.
Eleições gerais de 2006
Nas eleições presidenciais de 2006, o candidato do partido, Geraldo Alckmin, obteve 41,5% dos votos válidos no primeiro turno e foi para o segundo turno com o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, quando este obteve 61% dos votos válidos, sendo reeleito.O ex-prefeito de São Paulo José Serra foi vencedor na disputa do governo do estado pelo partido já no primeiro turno, consolidando um domínio da legenda em São Paulo que completaria, ao fim de seu mandato, dezesseis anos de poder.
O PSDB saiu da eleição brasileira de 2006 com 66 deputados e catorze senadores no Congresso Nacional, além de seis governadores. São eles: José Serra (São Paulo), Aécio Neves (Minas Gerais), Yeda Crusius (Rio Grande do Sul), Teotônio Vilela Filho (Alagoas), Cássio Cunha Lima (Paraíba) e José de Anchieta Júnior (Roraima), sendo que o último assumiu o governo após a morte do governador Ottomar Pinto, em 2007. O PSDB, o PPS e o PFL (atual DEM) decidiram continuar sendo oposição ao Governo Lula no atual mandato. O governador Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado pelo TSE em 2009, e em seu lugar assumiu o segundo mais votado, o governador José Maranhão, do PMDB.
Eleições municipais de 2008
Assim como em 2004, o PSDB saiu das eleições municipais com a segunda maior votação proporcional em todo o Brasil (a primeira foi do PMDB) elegendo no total, 790 prefeitos (786 no primeiro turno e 4 no segundo) e 5897 vereadores.
Eleições gerais de 2010
O candidato do PSDB na eleição presidencial de 2010 foi novamente José Serra. Ele perdeu no segundo turno para a candidata do PT Dilma Rousseff, Serra obteve quase 44% dos votos, enquanto Dilma obteve pouco mais de 56%. Embora não tenha vencido a eleição presidencial de 2010, o PSDB foi o partido que mais elegeu governadores, 8, e vai governar mais de 47% da população, considerando os estados governados pelo partido.
Em São Paulo, o partido conquistou 20 anos de governo, com a eleição em 2010 de Geraldo Alckmin.
O partido forma em 2011 a terceira maior bancada na Câmara com 53 deputados federais e a terceira maior no Senado com 11 eleitos, sendo o candidato Aloysio Nunes eleito Senador por São Paulo com 11 milhões de votos, a maior votação da história para o senado.
Aloysio também será o primeiro senador tucano eleito por São Paulo em 16 anos.
Críticas e controvérsias
Política supostamente neoliberal
Embora primariamente social-democrata, o PSDB é tido como neoliberal desde seus primórdios, mesmo tendo diferentes facções internas no partido, como a social-democracia, liberais progressistas, conservadores e democratas cristãos.Esse fato tornou-se cada vez mais notório com o passar do governo de Fernando Henrique Cardoso,que realizou algumas privatizações (que são uma das características do neoliberalismo).
Entretanto, não há consenso de que o Governo FHC e o PSDB em geral tenham tido postura neoliberal integralmente, visto que as privatizações tinham como um dos objetivos a maior arrecadação de fundos para investimentos na área social, como educação, moradia e saúde, entre outros.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção eleitoral desde o ano 2000. O PSDB apareceu em terceiro lugar na lista, com 58 cassações, atrás apenas do DEM e do PMDB.
Denúncias de corrupção em gestões do partido
No início da gestão de Fernando Henrique Cardoso na presidência do Brasil, denúncias de corrupção e tráfico de influências em um contrato de 1,4 bilhão de reais para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia levaram à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados. As denúncias foram feitas pela revista IstoÉ em 1995, por meio de transcrição do áudio de fitas gravadas pela polícia federal com conversas telefônicas entre o empresário José Afonso Assumpção, dono da Líder Táxi Aéreo, representante da empresa norte-americana Raytheon no Brasil, e o embaixador Júlio César Gomes dos Santos, então coordenador de apoio e de cerimonial da Presidência da República. Como resultado, Francisco Graziano, secretário-particular de FHC, Mauro Gandra, ministro da Aeronáutica e o embaixador Santos foram exonerados. A CPI, entretanto, foi esvaziada e não conduziu nenhuma investigação sobre as empresas, sob a alegação de que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União já tinham feito esse trabalho.
Em agosto de 1995, após a eclosão da crise dos bancos Econômico, Mercantil e Comercial, o governo FHC destinou, por meio do PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) 29 bilhões de reais a sete instituições financeiras privadas. A Câmara dos Deputados instalou uma CPI para investigar as relações entre o Banco Central do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional. A comissão, entretanto, limitou-se a justificar o socorro aos bancos, sem apurar as denúncias de irregularidades.
Em novembro de 1996 o Tribunal de Contas da União constatou a existência de irregularidades praticadas pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) no pagamento de precatórios e ações em andamento, tais como extravio de processos e a realização de acordo extrajudicial pagos sem aprovação em juízo, além de valores remunerados superiores aos valores apresentados pelo DNER.Os prejuízos para a União ultrapassaram o valor de 120 milhões de reais. O governo federal decidiu extinguir o órgão em seguida.
Em 1997 gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiu a reeleição de FHC. Nas fitas, os deputados Ronivon Santiago e João Maia (ex-PFL) confessavam ter embolsado duzentos mil reais cada um para votar a favor da emenda e afirmando que a fonte monetária era o ministro Sérgio Motta. Os deputados renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido, mas a base governista conseguiu impedir a instalação de uma CPI para investigar a compra de votos.
Em 1999, após a desvalorização do real e a mudança da política cambial, o governo federal foi acusado de favorecer, por meio do Banco Central, os bancos Marka (de propriedade de Salvatore Cacciola) e FonteCidam (Luís Antônio Gonçalves), supostamente vinculados a lideranças do partido, em operações cambiais.Segundo reportagem publicada pela Istoé, o então Ministro da Fazenda, Pedro Malan, sabia com antecedência dos riscos de crise sistêmica das alterações na política cambial. Mesmo aconselhado pela área técnica do Banco Central a simplesmente fechar os bancos e pagar os credores com as garantias da Bolsa e os bens dos dois banqueiros, Malan preferiu poupar o patrimônio de Cacciola e Gonçalves, ao custo de 1,4 bilhão de reais para os cofres públicos.A proposta de criação de CPI foi arquivada graças à pressão da base governista.
O secretário-geral de FHC, Eduardo Jorge Caldas Pereira, foi alvo de diversas denúncias durante a gestão do PSDB na presidência da república. Envolveu-se no escândalo da construção do novo edifício do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, por meio do registro de mais de duzentos telefonemas ligando-o ao juiz Nicolau dos Santos Neto, coordenador de um esquema de corrupção que desviou mais de 220 milhões de reais dos cofres públicos,suposta montagem de caixa 2 para a reeleição de FHC,lobby para empresas de informática, envolvendo contratos com valores na ordem de 21 milhões de reais.
Em 2001 partidos de oposição ao PSDB tentaram formalizar a CPI da corrupção, visando a investigar 28 supostos casos de corrupção durante a gestão FHC.O governo, entretanto, conseguiu barrar a CPI. Na época, o então governador de Minas Gerais, Itamar Franco, fez a seguinte declaração: "Nunca vi um presidente da República interferir tanto no Congresso para enterrar uma CPI. Por que ele não quer [a instalação da CPI da corrupção]? Nunca vi um presidente da República ter tanto medo."O procurador-geral da república do governo FHC, Geraldo Brindeiro, foi fartamente criticado por sua inação. De 626 inquéritos criminais que recebeu, engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente sessenta denúncias foram aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, onze ministros e quatro sobre o próprio presidente FHC.Por conta disso, Brindeiro recebeu o jocoso apelido de "engavetador-geral da república".
Em dezembro de 2011 o livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., acusou a chamada "Era das Privatizações", promovida pelo governo FHC, por intermédio de seu ministro do Planejamento, José Serra, de uma "verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas 'offshores', empresas de fachada do Caribe".
Atualidade
Pode-se ainda argumentar que atualmente o PSDB disputa com o Partido dos Trabalhadores a hegemonia política no Brasil. Os partidos políticos restantes, independentemente de seu tamanho, geralmente subordinam suas ações políticas nacionais aos movimentos desses dois partidos. O PSDB do Município de São Paulo iniciou em Abril de 2011 um movimento em favor do sistema eleitoral para cargos no legislativo pelo Voto Distrital. Os Diretórios Zonais organizaram um abaixo assinado em apoio ao Projeto de Lei no Senado PLS 145/2011 de autoria do Senador Aloysio Nunes, que propõe a eleição de vereadores em cidades com mais de 200.000 habitantes pelo voto majoritário em Distritos com aproximadamente o mesmo número de eleitores. Cada Partido indica 1 candidato e o mais votado em dois turnos, elege-se como vereador daquele Distrito.
Participação do partido nas eleições presidenciaisAno Candidato a Presidente Candidato(a) a Vice-Presidente Coligação Votos % Colocação
2010 José Serra (PSDB) Indio da Costa (DEM) PSDB, DEM, PTB, PPS, PMN e PT do B 43.711.388 43,95 2º
2006 Geraldo Alckmin (PSDB) José Jorge (PFL) PSDB e PFL 37.543.178 39.17 2º
2002 José Serra (PSDB) Rita Camata (PMDB) PSDB e PMDB 33.370.739 38,72 2º
1998 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Marco Maciel (PFL) PSDB, PFL, PPB, PTB e PSD 35.936.540 53,06 1º
1994 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Marco Maciel (PFL) PSDB, PFL e PTB 34.364.961 54,27 1º
1989 Mário Covas Almir Gabriel sem coligação 7.790.392 10,78 4º
Principais membros
Fernando Henrique Cardoso
Mário Covas
José Serra
Geraldo Alckmin
Aécio Neves
Antônio Anastasia
Sérgio Guerra
Arthur Virgílio Neto
Alvaro Dias
André Franco Montoro
Tasso Jereissati
José Aníbal
Teotônio Vilela Filho
Aloysio Nunes
Marconi Perillo
Silvio Mendes
Yeda Crusius
Mara Gabrilli
Eduardo Azeredo
Cássio Cunha Lima
Leonel Pavan
Paulo Bauer
Nelson Marchezan Júnior
Cláudio Diaz
Antônio Imbassahy
Beto Richa
Simão Jatene
Siqueira Campos
Eduardo Siqueira Campos
Eduardo Gomes
José Anchieta Júnior
Wilson Santos
Maria de Lourdes Abadia
Jorge Amanajás
Marcos Cals
Tião Bocalom
Adilson Troca
Ariano Fernandes
Identidade visual
Os filiados ao PSDB são conhecidos como "tucanos",pois o partido adotou a ave como símbolo. Isto se deu em uma das reuniões preparatórias da formação do PSDB, em Brasília, em abril de 1988, quando a representação de Minas Gerais propôs que houvesse um símbolo para simplificar a identificação do partido e para facilitar sua comunicação com a população, sugerindo um tucano. Após acalorada discussão, a proposta foi aprovada, pela evidência das razões apresentadas. A figura do tucano tem três importantes significações:
O tucano de peito amarelo lembra a cor da campanha Diretas-já, movimento de que participaram vários de seus fundadores;
O tucano é um dos símbolos do movimento ecológico e da defesa do meio ambiente, em voga nas décadas de 1980 e 1990, o que renderia ao partido uma boa imagem (de modernidade e ligação com temas importantes contemporâneos) frente à opinião pública;
Trata-se de uma ave "brasileira", característica importante para indicar a suposta preocupação do partido com a realidade nacional, ou seja, a de que o partido não entende a social-democracia como uma "fórmula" pronta para ser aplicada no Brasil, um país com realidades distintas dos países da Europa, o berço da ideologia social-democrata. Neste sentido, o tucano procuraria representar o entendimento de que é preciso formar um programa social-democrático que se encaixe e atenda às realidades do Brasil.
A JPSDB é o secretariado da juventude do PSDB. Está organizado em todos estados brasileiros e nos principais municípios do país. A JPSDB possui dois diretores na UNE. Seu atual presidente é Marcello Richa, filho do governador Beto Richa.
Presidentes
2005-2007 - Kamyla Castro
2007-2011 - Bruno Covas
2011-2013 - Marcello Richa
Organização nos estados
O PSDB está presente nos 26 estados do Brasil e no Distrito Federal.
Curiosidades
O PSDB foi o primeiro partido político latino-americano a entrar na plataforma de internet 3D Second Life, instalando na ilha SP Jardins um diretório virtual em outubro de 2006.
Assinar:
Postagens (Atom)