terça-feira, 31 de julho de 2012

RELATO DE UMA MULHER QUE SOBREVIVEU À ANOREXIA

Este é um guest post da minha leitora Cris, que tem 31 anos e mora em SC. Eu pedi pra ela escrever um texto sobre sua experiência com a anorexia e ela aceitou. O relato não é novidade para quem conhece blogs sobre distúrbios alimentares. Esses blogs existem, e são muitos. Neles, que são chamados carinhosamente pelas autoras de pró-ana e mia (anorexia e bulimia), meninas relatam seus objetivos (emagrecer sempre), dão dicas de como induzir o vômito e de como enganar os pais sobre não estar passando fome. Mas esses blogs variam muito. Há desde os que incentivam a magreza absoluta aos que já se conscientizaram que a anorexia não é um bom negócio e tentam sair. Mais de 10% das pacientes de anorexia morrem. Cris é uma sobrevivente.
Quando eu era pequena meus pais achavam bonitinho eu ser “fofinha”. Só que o que era tão fofinho quando eu era criança começou a incomodá-los conforme eu ia crescendo. Eles achavam que se apontassem meu “defeito com o peso” 24 horas por dia, eu perceberia meu erro e mudaria.
Constantemente escutava meu pai elogiando as meninas que
faziam balé e tinham um corpo lindo, como um pequeno lembrete de que eu deveria ser como elas. Ser uma das melhores alunas na escola não importava. O importante era ser magra, e não ser inteligente. Ser bonita era fundamental.
Minh
a mãe tinha um método especial de apontar como eu estava gorda: quando uma roupa não servia em mim porque eu havia engordado, ela experimentava a roupa e dizia: “Vê como está larga em mim? É impossível que não caiba em você”.Com 12 anos eu pesava 47 kg. É óbvio que eu não era gorda, mas eles achavam que sim e eu acreditava em tudo que me diziam. Convivia com comentários ácidos a respeito de tudo que comia. Quanto mais falavam, mais eu tinha necessidade de comer. Comecei a comer escondido. A partir dos 12 anos comecei a fazer dietas, ficava dias sem comer e quando desistia da dieta comia tudo e mais um pouco. Acabava engordando com a compulsão de voltar a comer.
Com 15 an
os cheguei aos 60 kg. Estava gorda, infeliz e tinha a ilusão de que todos os meus problemas se resolveriam e eu seria totalmente feliz quando fosse magra. Meu sonho de peso ideal era 5 quilos a menos que minha mãe, que era magérrima.
Fui ao endocrinologista, parei de comer doces, fiz reeducação alimentar, fazia caminhada
s. Em oito meses havia atingido meu peso ideal. Todos elogiavam a minha aparência; eu estava nas nuvens.
Comecei a fica
r paranóica com tudo o que eu comia. Eu devia fazer uma manutenção do peso, mas comecei a diminuir as quantidades dessa dieta de manutenção, já não saía mais de casa, porque não podia comer nada que fosse calórico demais. Aos poucos fui começando a viver em torno da dieta.Tinha medo, aliás, pânico de engordar; me pesava três vezes por dia. Se aumentasse o peso da manhã em relação ao da tarde, eu cortava a refeição da noite. Não conseguia dormir à noite de tanta fome que sentia. Levantava, tomava água e sonhava com comida, mas por mais que eu sofresse de fome, o medo de comer me dominava. Não podia permitir que o peso voltasse, custasse o que custasse.
Comecei a contar calorias, só que eu sempre aumentava umas 200 em cada alimento, só por segurança, isso reduzia muito o que comia por dia. Tomava laxantes, inventava mil desculpas para pular as refeições, vomitava. Tudo o que eu ingeria vinha acompanhado de medo, culpa e
paranóia.
Quando atingi os 40 kg, meus pais começaram a perceber que
tinha alguma coisa errada comigo. E foram procurar a endocrinologista que me acompanhava na dieta.
Ela passou uma dieta para que eu engordasse e tentou me explicar que se eu engordasse uns 6 kg seria mais saudável. Eu achava que eles estavam loucos com esse papo de que engordar era bom. É óbvio que eu não ia fazer nada disso, mas percebi que se eu me revoltasse, eles poderiam tentar me obrigar a comer. Portanto, fiz de conta que aceitei e continuei fazendo do meu jeito. A médica tinha receitado remédios para abrir o apetite, eu fingia que tomava e jogava tudo fora. Todos pensavam
que eu não comia por não ter fome, mas eu tinha fome, só não comia.
Comecei a desmaiar, tinha tonturas, fraqueza. Havia dias que não conseguia mais me levantar da cama, meus cabelos começaram a cair, meu coração começou a bater com um ritmo mais lento, e tive de ser internada para fazer exames do coração. Quando fui internada o médico quis colocar uma sonda
de alimentação em mim, mas minha mãe não permitiu. Meus pais se sentiam muito culpados por tudo que estava acontecendo comigo. Apesar de não admitirem, acho que se sentiram culpados por tudo que me disseram a vida toda. Faziam o possível para tentar me convencer a parar, mas eu não conseguia mais voltar atrás.
Tinha um medo enorme de morrer, mas meu me
do maior era de ficar gorda novamente.
A anorexia distorce a percepção da imagem que a pessoa tem de si. Mesmo que to
dos digam que você está horrível, que parece uma caveira, você se olha no espelho e vê a tão adorada e almejada magreza.
Fui encaminhada para psiquiatras e psicólogos, mas não funcionav
a: eu simplesmente não aceitava engordar de novo.
Qua
ndo ficava muito pior, ia pro hospital, ficava internada para fazer exames, tomar soro, mas logo me mandavam para casa; não conseguiam resolver o problema.
No final eu estava com 35 kg, meu sonho de que eu seria feliz com a magreza havia acabado, só conseguia ser infeliz. Tinha saudade da época que eu era só uma adolescente que gostava de comer, mas era feliz, saudável, que tinha uma vida, porque apesar de ser gorda eu saía, me divertia, sorria, tinha sonhos.
Não me lembro de em nenhum momento da anorexia eu ter tido felicidade, ter gargalha
do com alguma coisa. Meu mundo era totalmente sem cor, como se eu tivesse vivido em preto e branco todo aquele tempo.
Com ajuda de um médico muito especial, consegui sair do fundo do poço e recuperar a sa
úde. Se não fosse pela sua ajuda, tenho certeza que hoje estaria morta. Levei dez anos para conseguir me livrar totalmente da anorexia. Hoje, 16 anos depois, posso dizer que estou curada.
Tenho experiência para afirmar que magreza não é sinônimo de saúde, nem de felicidade.
Fontes da net!!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

História de são gonçalo


A região onde está situado o município era primitivamente habitada por índios tamoios que foram surpreendidos pelos primeiros conquistadores, portugueses e franceses. São Gonçalo foi fundado em 6 de abril de 1579 pelo colonizador Gonçalo Gonçalves. Seu desmembramento, iniciado no final do século XVI, foi efetuado pelos jesuítas, que instalaram uma fazenda na zona conhecida como Colubandê no começo do século XVII, às margens da atual rodovia RJ-104.

Em 1646, foi alçada à categoria de paróquia, já que, segundo registros da época, a localidade-sede ocupava uma área de 52 km², com cerca de seis mil habitantes, sendo transformada em freguesia. Visando à facilidade de comunicação, a sede da sesmaria foi posteriormente transferida para as margens do rio Imboaçu, onde foi construída uma capela, monumento atualmente restaurado. O conjunto de marcos históricos remanescentes do século XVII inclui a fazenda Nossa Senhora da Boa Esperança, em Ipiíba, a propriedade do capitão Miguel Frias de Vasconcelos, no Engenho Pequeno, a capela de São João, o porto do Gradim e a Fazenda da Luz, em Itaóca; todos lembranças do passado colonial de São Gonçalo.

No século XVIII, o progresso econômico atingiria proporções maiores e, ao lado das fazendas, não eram poucos os engenhos de açúcar e aguardente, da mesma forma que prosperavam as lavouras de mandioca, feijão, milho e arroz. O comércio desenvolvia-se na mesma proporção das atividades agrícolas, e as dezenas de barcos de transporte de gêneros e passageiros davam maior movimento ao litoral, em constante intercâmbio com outros portos das diversas freguesias e com os do Rio de Janeiro.

 Em 22 de setembro de 1890, o Distrito de São Gonçalo é emancipado politicamente e desmembrado de Niterói, através do decreto estadual nº 124. Em 1892, o decreto nº 1, de 8 de maio, suprime o município de São Gonçalo, reincorporando-o a Niterói pelo breve período de sete meses, sendo restaurado pelo decreto nº 34, de 7 de dezembro do mesmo ano. Em 1922, o decreto 1797 concede-lhe novamente foros de cidade, revogada no em 1923, fazendo a cidade baixar à categoria de vila. Finalmente, em 1929, a Lei nº 2335, de 27 de dezembro, concede a categoria de cidade a todos as sedes do município.
QUADRO SINÓTICO
1579
6 de abril
Sesmaria

1644
26 de outubro
Criação da Freguesia

1645
22 de janeiro
Freguesia (pedido de jurisdição)

1647
10 de janeiro
Freguesia (confirmação)

1819
10 de maio
Suspensão da condição de Freguesia; passa a distrito de Niterói

1890
22 de setembro
Elevação a Vila e Município

1890
12 de outubro
Instalação do Município

1892
08 de maio
Supressão do Município

1892
17 de dezembro
Restauração do Município

1922
20 de novembro
Elevação à Cidade

1923

Suspensão da condição de Cidade; retorno a condição de Vila

1929
27 de dezembro
Restauração da condição de Cidade

A partir de então (1929), o Município de São Gonçalo, inicia, de forma mais tranqüila, sua trajetória rumo ao progresso e ao sucesso.
Em 1943, ocorre nova divisão territorial no Estado do Rio de Janeiro e desta vez, São Gonçalo perde o Distrito de Itaipú para o município de Niterói, restando-lhe apenas cinco distritos, quais sejam: São Gonçalo (sede), Ipiíba, Monjolo, Neves e Sete Pontes que permanecem até os dias atuais.

Neste mesmo período, décadas de 40 e 50, inicia-se a instalação, em grande escala, de grandes fábricas e indústrias em São Gonçalo. Seu parque industrial era o mais importante do Estado, o que lhe valeu o apelido de Manchester Fluminense (uma referência à cidade de Manchester, na Inglaterra, caracterizada pelo seu grande desenvolvimento industrial).
- O DESENVOLVIMENTO
São Gonçalo teve sua ocupação originária em consequência do processo brasileiro de surgimentos de núcleos iniciais, ligados aos ciclos econômicos em que se desdobra a história do Brasil.
Engenhos de açúcar, associados à lavoura de milho e criação de gado, e exploração de minérios explicam as ocupações (europeias) em núcleos iniciais, apesar de ter a Coroa Portuguesa (governo) dividido o Brasil em Capitanias Hereditárias. As Capitanias, por sua vez eram divididas em Sesmarias. Pertencíamos a Capitania de São Vicente e a nossa Sesmaria ganhou o nome de São Gonçalo.

No século XVIII, a capela de São João, no Porto do Gradim e a Fazenda da Luz na ilha de Itaóca são lembranças de um passado colonial em São Gonçalo onde predominava um modelo primário exportador que beneficiava as zonas portuárias da então cidade do Rio de Janeiro. Neste século a freguesia de Itaipú às margens das lagoas de Itaipú e Piratininga completava a expansão de São Gonçalo.

Em São Gonçalo, cerca de 30 engenhos operavam em 1860. Portos como o de Guaxindiba, Boaçú, Porto Novo, Porto Velho e Porto de São Gonçalo viveram dias de grande movimentação e hoje passam à história do município, dando nomes a bairros da cidade na atualidade. Desta época, as Fazendas do Engenho Novo e Jacaré (1800), ambas de propriedade do Barão de São Gonçalo, o Cemitério de Pachecos (1842) e a propriedade do Conde Beaurepaire Rohan na Covanca (1820).

Neste século então se inicia a difusão da produção cafeeira e ela é responsável pelo povoamento do planalto fluminense. Algumas mudas de café chegaram ao Brasil, vindo da Guiana Francesa. O primeiro lugar a ser plantado café foi São Gonçalo, porém o plantio não vingou devido ao tipo do solo; apesar disso o cultivo do café se expandiu pela Serra do Mar, indo em direção a terras mineiras e paulistas. Tivemos em nossas terras uma fraca expansão cafeeira, mas a experiência nos trouxe benefícios, como a ampla construção de ferrovias, o que facilitou o escoamento e o recebimento de produtos. O trecho da ferrovia Porto das Caixas (em Itaboraí – cidade vizinha) até o Distrito de Neves em São Gonçalo foi o responsável pela formação de aglomerações humanas e vilas que utilizavam as estações de Guaxindiba, São Gonçalo e Porto da Madama.

Em 1890, o distrito de São Gonçalo, correspondendo às primitivas freguesias, é desmembrado de Niterói. Em 1895, inaugura-se uma ferrovia que fazia o trajeto de São Gonçalo (Neves) a Cidade vizinha de Maricá. Eram duas as estradas de ferro que possuíamos nesta época: Leopoldina e Maricá.

Os dois vetores ferroviários acima mencionados definiram e foram responsáveis pelo seu desenho urbano de ocupação observado na cidade, que se inicia em torno das estações dos trens e segue por suas margens. Posteriormente houve um processo de ocupação urbana nas proximidades das estradas que cortam a cidade.

Atualmente a cidade cresce mais amplamente em todas as direções. O primeiro vetor ferroviário, que se iniciava em Niterói (RFFSA – Rede Ferroviária Fluminense Sociedade Anônima) se estendeu na direção da região serrana e o vetor São Gonçalo (1ª Estação em Neves) Marica se desenvolve quase paralelo ao interior, ate encontrar o Rio Guaxindiba e deste segue em direção do vale do rio Aldeia em direção sul, deixando o município na altura da Serra do Calaboca, no caminho da região dos lagos Fluminenses ou Baixada Litorânea. A partir de 1929 passaram a fazer parte da cidade os pitorescos bondes a vapor. Pequenos trens da “Tramway Rail fluminense”, que faziam o trecho de Neves a Alcântara. Por curto período, na década de 1930, um novo produto agrícola para exportação aparece em São Gonçalo e outras cidades: a citricultura (laranjas e limões).

No período da II Guerra Mundial (1939-1945) São Gonçalo cresce de forma meteórica. Suas grandes fazendas vão aos poucos sendo desmembradas em sítios, chácaras e terrenos de uso urbano e nos tornamos solo fértil para o desenvolvimento.
No governo de Joaquim de Almeida Lavoura, o município teve sua grande arrancada para a urbanização com o calçamento e asfaltamento das principais vias que atualmente ligam Niterói à Alcântara.
Lavoura, como é mais conhecido, governou São Gonçalo por três vezes, a saber: de 31/01/1955 à 20/01/1959; de 31/01/1963 à 30/01/1967 e de
31/01/1973 à 12/08/1975.
PRIMEIROS BAIRROS
São Gonçalo possui atualmente 92 bairros e outros tantos sub-bairros, originados, em sua maioria, a partir do loteamento de terras que outrora foram fazendas, sítios ou chácaras. Jaime dos Santos Figueiredo foi um dos primeiros a realizar o loteamento das terras; seu empreendimento deu origem ao que hoje é o bairro Paraíso. Segue abaixo um breve resumo sobre o surgimento de alguns dos principais bairros de São Gonçalo.

*Barro Vermelho:
a região onde o bairro foi fundado possuía um barro de cor avermelhada, muito utilizado na produção de tijolos e telhas; ali foi construída um olaria que explorava a potencialidade local.

*Brasilândia:
o local foi inicialmente uma fazenda. Seu dono, Alberto Paiva, a vendeu para Sr. Coimbra, que a loteou para a construção de casas populares. O bairro, construído por José Rodrigues Amoreim, foi fundado em 20 de maio de 1945, data em que a Pedra Fundamental foi colocada. Seus primeiros logradouros foram rua Minas Gerais, rua Rio Grande do Norte e rua Santa Catarina, onde havia 48 casas.

*Camarão
sua ocupação foi iniciada após o loteamento das terras do Sr. Alfredo Camarão, realizado por suas filhas Luiza e Ana Camarão. No ano de 1950 mais de 300 lotes foram colocados a venda pela Imobiliária São Gonçalo. No passado as terras em que foi fundado o bairro faziam limite com a propriedade dos Srs. Ismael Branco e Amilce Branco; atualmente seus limites são as ruas Rodrigues da Fonseca, Zélio de Morais, Capitão João Manoel, e rua Abílio José de Mattos.

*Covanca:
o que antes era conhecido como Estrada do Pião, recebeu o nome de Covanca pela forma do seu terreno (covanca significa “ terreno cercado de morros com apenas uma entrada natural”).
O primeiro tipo de ocupação foi uma vila, com cerca de 20 casas, próxima ao casarão da fazenda Covanca, propriedade da família Beaurepaire Rohan. A vila foi construída a mando da própria família e tempos depois passou a ser chamada Avenida Aragão.

*Engenho Pequeno:
o bairro, rico em fontes naturais e recursos minerais, recebeu este nome devido à existência do engenho da propriedade do Sr. João de Araújo Caldeira, a Fazenda do Engenho.

*Galo Branco:
assim como o bairro Zé Garoto, a história deste bairro está associada ao sucesso e popularidade de um comerciante local. O fazendeiro em questão, do qual não se sabe o nome, foi um dos primeiros proprietários e moradores da região; possuía um comércio na rua São Pedro em Niterói, a “Casa de Ferragens Galo Branco”. Para se chegar a localidade, conhecida atualmente como Chumbada, seus vizinhos passaram a usar sua porteira como ponto de referência, que ficou conhecida por eles como Homem do Galo Branco. O comerciante por sua vez resolveu colocar na porteira a estátua de um galo de louça na cor branca, objeto que virou referência para aqueles que almejavam chegar a sua fazenda ou que seguiam para propriedades vizinhas. Assim surgiu o bairro Galo Branco.

*Gradim:
logo no início da história do município foi construído na localidade um porto pesqueiro. Muito concorrido, o Porto da Ponte, que ficava próximo ao Porto de Neves, possuía um intenso comércio, fruto da frequente presença de barcos pesqueiros que ali atracavam para deixar a pesca.

*Guaxindiba:
o nome deste bairro tem como origem o rio Guaxindiba, o principal rio da cidade de São Gonçalo. A localidade recebeu seu nome ainda no século XVII. O processo de ocupação do futuro bairro veio com a instalação da Fábrica de Cimento Portland, em 1933, numa área que hoje pertence ao bairro Bom Retiro.

*Jockey (Jóquei):
a história do bairro está atrelada ao Jockey Club de São Gonçalo. Após sua construção a localidade foi rapidamente habitada e recebeu muitas melhorias. Com o fechamento do Jockey, findaram as melhorias, mas os moradores permaneceram no local e mantiveram o nome da localidade e futuro bairro.

*Jurumenha:
Dr. Antônio Pinheiro M. L. Jurumenha era um dos proprietários da fazenda que deu origem ao bairro. A propriedade, que possuía duas olarias e realizava também a exploração de rocha para extração de pedra britada, foi loteada, e seus empregados a ocuparam. A ocupação foi então iniciada na parte baixa, em meados do século XX. Durante a década de 90, com o avanço das invasões, foi loteada também a parte alta da antiga fazenda – boa parte do seu morro, que faz parte dos bairros Santa Catarina e Parada 40, ainda está preservada.

*Parada 40:
o nome tem influência do uso de um meio de transporte comum na cidade durante muitos anos: o bonde. Contando a partir do ponto de saída (Niterói), o passageiro tinha um total de 40 paradas (pontos) exatamente naquela localidade, daí o nome “Parada 40”.

*Porto da Madama:
nas terras do atual bairro havia um porto muito importante responsável pelo recebimento da lenha proveniente do município de Cachoeiras de Macacu. O ilustre comerciante Paulo José Leroux, que morava próximo ao porto, teve como colaboradora a avó, Maria Margarida Bazim Desmarest. Muito popular na comunidade, a avó do comerciante era chamada de Madama (como os brasileiros entendiam a pronuncia francesa). O porto passou então a se chamar “Porto da Madama”; quando fundado, o bairro que compreendia esta localidade assim foi chamado também.

*Porto da Pedra e Porto Velho:
o surgimento de ambos os bairros está relacionado aos portos que as localidades abrigavam. Estes portos, abastecidos por burros de carga e cargueiro de bois, levavam a produção agrícola até os barcos que neles atracavam.

*Monjolos:
o local tem em abundância um tipo de vegetal chamado monjolo.

*Trindade:
surgiu após o loteamento da Fazenda Santíssima Trindade, que data de 11 de dezembro de 1951. A proprietária, D. Leonor Corrêa e seus filhos foram os responsáveis pelo loteamento, realizado através da Imobiliária Trindade, que pertencia a seus herdeiros.

*Venda da Cruz:
a área do bairro foi definida a partir da junção das terras dos Beaurepaire Rohan, do Tenente Juvenal Jardim (Tenente Jardim), da Baronesa de Goitacazes e do comerciante Antônio Cruz. A Fazenda Paraíso, propriedade do Conde de Beaurepaire, é considerada ainda hoje um marco da fundação do bairro; ali nasceram seus filhos, em especial o Visconde Henrique Pedro Carlos de Beaurepairre Rohan. Uma das versões que justificam o nome conferido ao bairro fala de uma grande cruz que foi incrustada no Morro do Cruzeiro.

*Rio do Ouro:
o surgimento de bairros ao longo das margens de vias e ferrovias que cortam a cidade é uma marca do processo de ocupação do solo gonçalense, e Rio do Ouro é um exemplo disso. Seu desenvolvimento começou à margem esquerda da estrada, onde funcionava a cerâmica Rio do Ouro, produtora de manilhas. Com a ida de Itaipu para Niterói o bairro passou fazer parte tanto do município de Niterói quanto de São Gonçalo.

*Tribobó:
a localidade que deu origem ao bairro era composta por vários riachos, além da lagoa do Capote. Tornou-se o mais importante centro de avicultura do estado do Rio de Janeiro, o que levou a criação da Cooperativa Avícola de São Gonçalo. Todo esse progresso fez com que o lugarejo, chamado Tribobó, ficasse popular e fosse elevado a bairro.

*Várzea das Moças:
surgiu com a construção das casas dos operários de uma fábrica de manilhas e telhas, do tipo Marselhesa, instalada na Fazenda Ipiíba de Malheiros. Com as posteriores alterações nos limites de Niterói e São Gonçalo, o bairro passou a fazer parte de ambas as cidades.

* Vista Alegre:
seu processo de ocupação foi iniciado com a construção da Vila Operária para os empregados da Cerâmica Vista Alegre; antes de se tornar bairro, a localidade era caracterizada pela produção de louças e mosaicos.

*Porto do Rosa:
o nome do bairro é herança da antiga Olaria Porto do Rosa, localizada na fazenda do Capitão Antônio José de Souza Rosa. A porteira de sua propriedade ficava próxima ao local onde eram empilhadas as mercadorias que chegavam e partiam do porto, o que a transformou em ponto de referência para os moradores da redondeza e para os barqueiros e comerciantes. A localidade ficou assim conhecida como Porto do Rosa, e assim foi reconhecida pela Câmara de Vereadores.

*Neves:
outro bairro cuja origem remete ao funcionamento no local de um porto. Localizado num ponto estratégico por estar próximo as cidades de Niterói e Rio de Janeiro, o Porto de Neves promovia um escoamento facilitado de toda a produção oriunda de São Gonçalo. Ali foi construído o Mercado Público Cônego Goulart, criado para atender à demanda de mercadorias de diversos setores. Porém o grande volume de peixe trazido de todo o litoral gonçalense e revendido no mercado fazia com que o mesmo parecesse um local exclusivo de venda de peixes.

*Patronato:
inicialmente a localidade era conhecida pelo nome da fazenda que ali havia: “Fazenda Jacaré”, propriedade do Barão de São Gonçalo. Em 1948, foi denominada Vila Éden. Mais tarde, após a construção do Patronato de Menores, foi denominada Patronato.

*Porto Novo:
assim como o bairro Patronato, Porto Novo originou-se a partir do desmembramento da Fazenda Jacaré, do Barão de São Gonçalo.

*Vila Lage:
antes de ser conhecida pelo nome “Vila Lage”, a área em que se consolidou o futuro bairro era chamada de “Vila Operária”. A vila de casas geminadas foi construída a mando de uma fábrica local para que ali seus funcionários pudessem morar. Posteriormente, em 1942, a comunidade recebeu o Clube Social Vila Lage, trazendo consigo grande prestígio e orgulho aos habitantes locais. As reformas diferenciadas das casas promoveu a descaracterização da vila, processo iniciado ao final do século XX.

*Zé Garoto:
sua história está vinculada à existência de uma pessoa em particular, o imigrante português José Alves de Azevedo, que aos dez anos de idade chegou à São Gonçalo. Muito popular entre a população local, o português era carinhosamente chamado de “Zé Garoto” (Zé por causa de seu nome, José, e Garoto porque era comum chamar meninos desta forma). Já adulto, Zé Garoto trabalhava como comerciante. Possuía um armazém onde hoje é o prédio do Antigo Fórum da cidade; suas terras englobavam a área em que hoje encontramos a Escola Estadual Nilo Peçanha e a principal praça da cidade, a Praça Professora Estephania de Carvalho, conhecida popularmente como Praça do Zé Garoto. Entre o armazém e o espaço onde hoje ficam a escola e a praça havia o Largo (do Zé Garoto), ponto obrigatório do bonde com destino à Alcântara.
Curiosidades

* As histórias do Santo "São Gonçalo":

Texto do Historiador Gonçalense Prof. Salvador Mata e Silva

Primeira História
São Gonçalo é um santo português com culto permitido pelo papa Júlio III em 24 de abril de 1551. Nascido em Tagilde no ano de 1187, estudou rudimentos com um devoto sacerdote. Depois, freqüentou a escola arqui-episcopal em Braga. Após ordenado sacerdote, foi nomeado pároco de São Paio de Vizela. foi a Roma e Jerusalém.

No regresso, São Gonçalo passou por um período de busca interior e encontrou na experiência popular a maneira de converter pecadores. Para converter as prostitutas, ele se vestia de mulher, tocava viola e dançava alegremente, apesar de pregos no sapato, o que feria seus pés. O santo zelava pela virtuosidade das mulheres; organizava, para elas, danças nos dias de sábado até se cansarem. Ele entendia que as mulheres que participassem dessas danças aos sábados não cairiam em tentação no domingo.

Quando vigário de São Paio de Vizela, fez vários casamentos de mulheres que perderam a virgindade. Pregou e operou supostos milagres por todo o norte de Portugal. Sobre o rio Tâmega construiu uma ponte. São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, no Douro, à margem direita do rio Tâmega, em Portugal. Após sua morte, passou a ser protetor dos violeiros, remédio contra as enchentes, além de casamenteiro.

Diz a lenda que a mulher que tocar com alguma parte do corpo o túmulo do santo, em Portugal, terá casamento garantido dentro de, no máximo, um ano. A dança inventada por ele continuou sendo realizada por diversos grupos que além de festejar o santo, pagam promessas feitas a ele. A devoção ao santo no povoado Mussuca, na cidade de Laranjeiras, Sergipe, é feita de maneira alegre, ao som de duas violas; dois cavaquinhos; uma caixa (tocada pelo patrão do grupo, Sr. Sales, 59 anos e 20 de São Gonçalo) e dois pulés (instrumento musical feito de bambu).

Além dos tocadores, participam os dançadores (em número de oito em pagamento de promessa, poddo aumentar, dependendo da ocasião) e a mariposa, mulher que segura a imagem do santo em um barco, visto que na Mussuca, acredita-se que o santo tenha sido marinheiro em virtude da vinculação de sua vida ao mar ou a rio Tâmega.

Segunda História
Beato Gonçalo de Amarante São Gonçalo é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo Antônio de Lisboa. Na sua História Eclesiástica de Portugal, o Padre Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte: «S. Gonçalo de Amarante que se supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado por Pio IV (1561); Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem dominicana (1671)».

Terá sido São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer ideia ou propósito, ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou do seu culto? O mais antigo documento que se refere a São Gonçalo, é um testamento de 18 de Maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis lega os seus bens à Igreja de São Gonçalo de Amarante. Quer dizer, uns 20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita «de São Gonçalo de Amarante». E há outros documentos... e escritos sobre a figura de São Gonçalo e o seu culto.

Na biografia oficial de São Gonçalo, apresentada como tal a partir do Flos Sanctorum de 1513, não há dúvidas: Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou rudimentos com um devoto sacerdote e frequentou depois a escola arqui-episcopal de Braga. Ordenado sacerdote foi nomeado pároco de São Paio de Vizela. Depois foi a Roma e Jerusalém; no seu regresso vendo-se desapossado do seu benefício prosseguiu um caminho de busca interior já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a pregação popular, e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o que se faria dominicano.

As coisas não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre diocesano, cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou dominicano, tenha - quase por certo - passado de uma a outra condição, nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza e o vigor da sua figura.

(cf. ARLINDO DE MAGALHÃES, São Gonçalo, História ou lenda, Ed. Amarante Magazine - Paróquia de São Gonçalo 1995, 62 pp.)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Walt Disney

Walter Elias Disney (Chicago, 5 de dezembro de 1901 — Los Angeles, 15 de dezembro de 1966) foi um produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista, dublador, animador, empreendedor, filantropo e co-fundador da The Walt Disney Company. Tornou-se conhecido, nas décadas de 1920 e 1930, por seus personagens de desenho animado, como Mickey e Pato Donald. Ele também foi o criador do parque temático sediado nos Estados Unidos chamado Disneylândia, além de ser o fundador da corporação de entretenimento, conhecida como a Walt Disney Company.
O lema de Disney sempre foi "Keep moving forward" (português - "Continue seguindo em frente").

Biografia
Infância e juventude

Walt Disney nasceu no dia 5 de dezembro de 1901, em Chicago, nos Estados Unidos. Passou a maior parte de sua infância numa fazenda em Marceline, no Missouri. Foi um período muito difícil para o menino, devido aos castigos impostos pelo pai, Elias Disney (1859-1941), homem bastante severo. Depois de descobrir que não tinha uma certidão de nascimento, alimentou a idéia de que era filho adotivo. Esse fato iria influenciar algumas de suas atitudes posteriormente.

Aos 16 anos, começou a estudar arte. Como não havia atingido a maioridade, foi-lhe recusada permissão quando procurou alistar-se no Exército durante a Primeira Guerra Mundial. Conjuntamente com um amigo, decidiu então juntar-se à Cruz Vermelha. Pouco tempo depois, foi enviado para França, onde passou um ano a dirigir ambulâncias da Cruz Vermelha.

De volta aos Estados Unidos, matriculou-se na "Kansas City Arts School". Foi iniciado na Ordem DeMolay, a qual freqüentou por muitos anos.

Em seguida, trabalhou em algumas agências publicitárias. A seguir, entrou para uma companhia cinematográfica, na qual ajudava a fazer os cartazes de propaganda dos filmes. Walt Disney também pertenceu ao Movimento Escoteiro.

Carreira

Com o irmão Roy e o amigo Ub Iwerks, criou a pequena produtora "Laugh-O-Gram", que animava contos de fadas. Esses desenhos animados eram exibidos no cinema local antes dos filmes. Em 1923, mudaram-se para Hollywood, em Los Angeles. Em Hollywood, Walt Disney contatou a distribuidora de filmes M. J. Wrinkler, dizendo que o seu estúdio de animação tinha diversos filmes para vender. Wrinklers não só aceita a oferta como também aceita pagar 1500 dólares por cada filme.

Depois de angariar dinheiro, adquirir material, contratar pessoal e arranjar pessoal, Walt começa a fazer planos: Alice, uma série em que uma moça convivia com personagens de cenário animado. Foi durante este tempo de imenso trabalho em que Walt conheceu sua futura esposa, Lilian Bonds. Depois de Alice, veio Oswald, o coelho sortudo, um grande sucesso que levou à reavaliação dos valores dos contratos quanto aos preços dos filmes. Foi para Nova Iorque, onde foi apanhado de surpresa. O patrão para quem Walt desenhou Alice e Oswald, roubou-lhe os personagens, a equipe de desenhistas e as encomendas, porque as mesmas não foram assinadas em seu nome. Walt enviou um telegrama ao irmão dizendo que tudo estava certo e para não se preocupar, pois ele já tinha em mente uma personagem espetacular: Mickey Mouse.


Mickey Mouse
Para superar a fase difícil e contornar os prejuízos, Ub Iwerks criou para Walt Disney Mickey Mouse em 1928 para competir com o sucesso do Gato Félix. O camundongo, desenhado a partir de uma série de círculos, provou ser ideal para o desenho animado e se tornaria o personagem de maior sucesso dos estúdios Disney. Nessa época, a produtora passou a ser mais bem organizada: Roy cuidava da parte financeira, Walt produzia e dirigia, e Iwerks desenhava.

Em 1927, já se havia inventado o filme sonoro. Poucos anos depois, inventou-se o filme colorido. Disney e seus assistentes utilizaram as novas técnicas com muita imaginação.

O primeiro desenho foi Plane Crazy, de 1928, no qual o personagem contracenava com sua namorada Minnie Mouse. O primeiro desenho com som foi Steamboat Willie, também de 1928. As primeiras palavras do camundongo foram Hot dogs, hot dogs, numa canção do episódio The Karnival Kid, de 1929. Surgiram, em seguida, mais personagens para contracenar com Mickey: Pato Donald, Pateta e Pluto.

De 1929 a 1939, Disney produziu uma série de desenhos chamada "Silly Symphonies"(Sinfonias Tolas), a primeira colorida. Mickey estrelava esses filmes ao lado dos novos personagens. O desenho "Flowers and Trees", dessa série, recebeu o primeiro Oscar para um desenho animado. Infelizmente, Pot Powers, um dos maiores sócios de Walt, manipulou o valor dos bilhetes para enriquecer. A jovem empresa Disney prosseguiu, um pouco empobrecida, mas Walt tinha uma carta na mão: o primeiro longa-metragem sonoro e em cores.

Longa-metragens
Walt Disney pretendia fazer um longa-metragem da clássica história Branca de Neve. Houve protestos por parte da equipe, mas o filme foi feito. Após três anos de produção, desenho e músicas, o filme estreou.

Branca de Neve e os Sete Anões gerou fundos necessários para a construção de um novo estúdio e foram criados novos longas-metragens: Pinóquio, Fantasia e Bambi.Infelizmente, os tempos de lucro não duraram muito, devido ao início da Segunda Guerra Mundial em 1939.
A Segunda Guerra Mundial

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Walt Disney passou a colaborar com o FBI, a polícia federal estadunidense.

Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, Disney foi convidado pelas Forças Armadas para produzir desenhos animados de treinamento para os soldados. Em seguida, começou a fazer filmes de propaganda militar, nos quais utilizava principalmente seus personagens mais conhecidos.

Algum tempo depois, ajudou a criar a "Aliança do Cinema para a Preservação dos Ideais Estadunidenses", com o objetivo de combater o comunismo no meio artístico. Walt Disney prestou voluntariamente diversos depoimentos na "Comissão das Atividades Antiamericanas".

Devido às suas atividades contra o comunismo, em 1949 o governo soviético proibiu a exibição de filmes dos estúdios Disney no país.

Cinderela e outros longas-metragens
 Depois da guerra, Walt Disney estava com sua empresa arruinada. Walt tinha duas opções: ou fazia um filme ou vendia a empresa. Decidiu, assim, fazer o filme Cinderela. O filme foi um sucesso e gerou riqueza para que a empresa continuasse.

Mas Walt Disney não trabalhou apenas com desenhos animados. Seu primeiro longa-metragem com atores foi A Ilha do Tesouro (1950). O primeiro sobre a natureza foi O Drama do Deserto (1953). Em 1954, fez 20.000 léguas submarinas, baseado na obra do escritor francês Júlio Verne.

Dez anos depois, produziu Mary Poppins, uma mistura de desenho animado com personagens humanos. O filme concorreu ao Oscar em 14 categorias, levando cinco prêmios, incluindo o de melhor atriz, para Julie Andrews e o de melhor canção, por Chim Chim Cher-ee. Disney produziu também diversos filmes para televisão, sendo ele próprio o apresentador do seu programa.

Últimos anos
Disney obteve um de seus maiores êxitos em 1955 ao inaugurar a Disneylândia, um superparque de diversões situado em Anaheim, na Califórnia. O parque foi construído graças a uma parceria com a rede de televisão ABC.

Existe ainda um outro parque semelhante, chamado Walt Disney World, perto de Orlando, na Flórida, que foi inaugurado em 1971, após a morte de Disney. Quase todos os brinquedos, desfiles e espetáculos desses dois parques baseiam-se nos personagens dos filmes de Disney.

O cineasta, porém, não viveu para ver as atrações da Disneyworld, como o Epcot, o Magic Kingdom, os estúdios MGM (atual "Hollywood Studios") e o Disney Animal Kingdom, além dos parques aquáticos. Walt Disney faleceu no dia 15 de dezembro de 1966, aos 65 anos, em Los Angeles, na Califórnia, vítima de câncer.

Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Glendale), Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos.
Com a ajuda de Lillian Bounds e das filhas Diane Marie e Sharon Mae, seu irmão Roy continuou comandando os negócios por mais algum tempo, vindo a falecer um mês após o término da construção do "Magic Kingdom" e a correspondente inauguração do "Walt Disney World".

Após a morte de Roy longos períodos de turbulência na administração da Companhia se seguiram, só alcançando novamente a estabilidade na década de 1980 sob a direção da dupla Eisner-Wells. Infelizmente, Wells veio a falecer num trágico acidente, fazendo com que Michael Eisner controlasse a empresa por longos anos, até que devido a vários desgastes, inclusive decorrentes de atritos com Roy E. Disney, sobrinho de Walt, Eisner entregasse em 30 de setembro de 2006 o cargo de CEO para o então presidente da Disney, Robert (Bob) Iger.

Bob iniciou um novo ciclo de expansão da companhia, cujo marco inicial é a compra dos estúdios Pixar, o que fez com que Steve Jobs, CEO da Apple Inc. e dono da Pixar se tornasse o maior acionista pessoa física da Walt Disney Company.

Em 2001, ano do centenário de nascimento de Disney, o desenho animado "Branca de Neve e os Sete Anões" foi relançado em vídeo e DVD com várias novidades, como um "making of" do desenho, um videoclipe da canção Some Day My Prince Will Come, cantada por Barbara Streisand, e um jogo. Nos Estados Unidos, particularmente na Disneyworld e em Hollywood, diversos eventos foram programados para comemorar o centenário.

Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Disney inclui diversos parques temáticos ("Disneylândia", "Disneyland Paris", "Disney Japan" etc.), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados na venda direta de filmes e livros, e nos direitos de utilização por outras entidades das imagens dos personagens.

Walt Disney transformou-se numa lenda, tendo criado, com a ajuda da sua equipe, todo um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. Além disso, Walt Disney é a pessoa que mais prêmios Oscar ganhou em todos os tempos.
Oscar
Walt Disney é recordista de maior número de indicações ao Oscar (com cinqüenta e nove) e número de Oscars entregues. Ele também ganhou quatro Oscars honorários.
1932: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação: Flores e Árvores (1932)
1932: Prémio Honorário da Academia: criação de Mickey Mouse.
1934: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação: Os Três Porquinhos (1933)
1935: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: A Tartaruga ea Lebre (1934)
1936: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Três Gatinhos Órfãos (1935)
1937: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Primo País (1936)
1938: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: The Old Mill(1937)
1939: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Ferdinando, o Touro (1938)
1939:Oscar honorário para: Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

"Para Branca de Neve e os Sete Anões, reconhecido como uma inovação significativa tela que tem encantado milhões e foi pioneiro de uma nova área de entretenimento grande"(o prêmio foi uma estatueta e sete estatuetas em miniatura)
1940: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Patinho Feio (1939)
1941: Oscar honorário para: Fantasia (1940), compartilhada com: William E. Garity e JNA Hawkins.

"Por sua extraordinária contribuição para o avanço do uso do som no cinema através da produção de Fantasia"
1942: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Empreste uma pata(1941)
1943: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Fuehrer's Face Der (1942)
1949: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Seal Island (1948)
1949: Thalberg Memorial Award Irving G. (Honorary Award)
1951: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Beaver Valley(1950)
1952: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Nature's Half Acre (1951)
1953: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Aves de Água (1952)
1954: Oscar de melhor documentário para: Living Desert (1953)
1954: Oscar de melhor documentário de curta-metragem para: O esquimó do Alasca (1953)
1954: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Toot Whistle Plunk e Boom(1953)
1954: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Bear Country (1953)
1955: Oscar de melhor documentário para: Vanishing Prairie (1954)
1956: Oscar de melhor documentário de curta-metragem para: Homens Contra o Ártico
1959: Oscar de melhor curta-metragem em Live Action para: Grand Canyon
1969: Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para: Ursinho Pooh eo dia tempestuoso


sexta-feira, 6 de julho de 2012

História da animação

A história do filme de animação começa com os primeiros momentos do cinema mudo e continua até os dias de hoje.

O primeiro desenho animado foi do francês Émile Reynaud, que criou o praxinoscópio, sistema de animação de 12 imagens, e filmes de aproximadamente 500 a 600 imagens, projetado no seu próprio théatre optique, sistema próximo do moderno projetor de filme, no Musée Grévin em Paris, França, em 28 de Outubro de 1892.

O primeiro desenho animado em um projetor de filmes moderno foi Fantasmagorie pelo diretor francês Émile Courtet (também chamado de Émile Cohl), projetado pela primeira vez em 17 de Agosto de 1908 no 'Théâtre du Gymnase', em Paris. Courtet foi para Fort Lee, NY próximo da cidade de Nova York em 1912, onde trabalhou para o estúdio francês Éclair e espalhou sua técnica pelos Estados Unidos.

O primeiro filme de longa-metragem animado foi El Apóstol (1917) do argentino Quirino Cristiani, mostrado na Argentina.

O segundo filme de animação foi As Aventuras do Príncipe Achmed (1926) da alemã Lotte Reiniger e o franco-húngaro Berthold Bartosch.

História da Animação no Brasil
A história da animação no Brasil é relativamente recente. Na primeira metade do século XX foram produzidas algumas pequenas experiências em animação sem muita continuidade, como as realizadas por Eugênio Fonseca Filho.

Na década de 1950 o panorama começa a se alterar, o primeiro longa-metragem de animação feito no País foi Sinfonia Amazônica, produzido por Anélio Lattini Filho em 1953. Filmado em preto e branco, demorou 6 anos para ser concluído pois foi realizado unicamente por Anélio Lattini, sem a ajuda de nenhum outro desenhista. Durante os anos de 1960 a animação passa a ter presença regular na publicidade e surgem os primeiros profissionais da área.

Existem divergências sobre qual seria o primeiro longa-metragem colorido de animação produzido no país. Piconzé estreou nos cinemas em 1972, feito pelo japonês Ypê Nakashima (1926-1974), que imigrou para o Brasil em 1956 e trabalhou com animação publicitária. No Japão, Ypê Nakashima foi chargista e trabalhou em jornais como Mainichi Shimbun, Yomiuri Shimbun e Asahi Shimbun.

"Presente de Natal", produzido pelo amazonense Álvaro Henrique Gonçalves sem incentivo de qualquer empresa, governo ou assistentes. Álvaro começou a produzí-la em 1965, e o mais interessante é que, além de criar tudo sozinho, ele ainda construiu a máquina de projeção e sonorização. Álvaro finalizou o fotograma número 140.000 em 1971, levou a animação finalizada em 35mm a um produtor paulista e fracassou, voltou para Manaus onde foi exibido e teve grande repercussão no Brasil, que assim reconheceu o trabalho do artista, que também era advogado.

O estúdio NBR Filmes, do animador Clóvis Vieira produziu o primeiro longa-metragem de animação produzido inteiramente em computação gráfica do Brasil, Cassiopéia, em 1996.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Escola

A escola é uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores. A maioria dos países têm sistemas formais de educação, que geralmente são obrigatórios. Nestes sistemas, os estudantes progridem através de uma série de níveis escolares e sucessivos. Os nomes para esses níveis nas escolas variam por país, mas geralmente incluem o ensino fundamental para crianças e o ensino médio para os adolescentes que concluíram o fundamental.Uma instituição onde o ensino superior é ensinado, é comumente chamada de faculdade ou universidade.

Além destas, os alunos também podem frequentar outras instituições escolares, antes e depois do ensino fundamental. A pré-escola fornece uma escolaridade básica para as crianças mais jovens. As profissionalizantes, faculdades ou seminários podem estar disponíveis depois do ensino médio. A escola também pode ser dedicada a um campo particular, como uma escola de economia ou de música, por exemplo.

Há também escolas particulares, que podem ser exclusivas para crianças com necessidades especiais, quando o governo não fornecer, tais como escolas religiosas, ou as que possuem um padrão mais elevado de qualidade de ensino, ou buscam fomentar outras realizações pessoais. Escolas para adultos incluem instituições de treinamento corporativo, a educação e treino militar e escolas de negócios.

Etimologia
A escola palavra deriva do grego σχολή (scholē), originalmente significa "lazer" e também "aquele em que o lazer é empregado", e mais tarde "um grupo a quem foram dadas palestras, escola".

História e Desenvolvimento das escolas

O conceito de unir estudantes em um local separado para a aprendizagem existe desde a Antiguidade Clássica. O ensino fundamental existe provavelmente desde a Grécia antiga, Roma antiga, Índia antiga e China antiga. O Império Bizantino tinha um sistema de ensino criado a partir do nível primário. De acordo com Bentley (2006), a fundação do sistema de educação primária começou em 425 dC quando "... o pessoal militar geralmente tinha pelo menos o ensino primário ...". Apesar de Bizâncio ter perdido muito da grandiosidade da cultura romana, o Império enfatizou a eficiência nos seus manuais de guerra. O sistema de ensino bizantino continuou até o colapso do império em 1453 AD.

O Islã foi outra cultura que desenvolveu um sistema escolar, no sentido moderno da palavra. Na Europa, foi durante os séculos XIV e XV que ocorreu a expansão das escolas devido, em grande parte, aos esforços catequistas da Igreja na busca de fiéis. "(...)é preciso estudar a Bíblia para chegar a Deus, e as palavras da liturgia não toleram imprecisão. Cabe à Igreja atrair fiéis, que devem conhecer as preces e os preceitos.". Assim, os dois últimos séculos da Idade Média presenciam a expansão da escrita, tanto em latim quanto na língua vulgar.

Destinadas a crianças entre sete e quatorze anos, aos poucos a escola traz o livro do domínio eclesiástico e político para o uso quotidiano. Expande-se para os estabelecimentos comerciais ("livros de contas") e chega à zona rural nos contratos de venda ou locação, mesmo para posses pequenas. Também nas profissões, a escola exerce grande influência: frequentar a escola constitui uma prova de honradez, útil para conseguir um bom casamento, tornar-se administrador dos bens da paróquia ou magistrado municipal: scolae scalae ("a escola é uma escada").

Estas escolas eram presididas por um eclesiástico, scholasticus, subordinado ao bispado, daí o nome de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino. Há, porém, uma forte demanda por elas, menos para moças, camponeses e pequenos vendedores, do que para moços, citadinos e mercadores. Apesar do estímulo na formação de cléricos por Carlos Magno (768-814), (e em 1215 o Concílio de Latrão fez referência a ela), não há uma estrutura escolar uniforme, como uma escola por paróquia.

O magistério tem maior concentração nas regiões mais desenvolvidas. Os mosteiros beneditinos recebem rapazes e moças e os jovens pensionistas sempre se tornam monges. Os conventos e confrarias também podem manter escolas, assim como hospitais e orfanatos. Fundar, subvencionar e manter uma escola constitui um ato de misericórdia. A escola pode funcionar ainda, sobretudo na Itália, como empresa privada subvencionada pela comuna. Em uma escala mais reduzida, os mercadores ensinam a seus aprendizes as bases da escrita e do cálculo.

A oferta assume várias formas, bem adaptada à demanda dos pais e inserida na continuidade da educação familiar, centrada na aprendizagem dos valores, na socialização e na aquisição de competências precisas. Este tipo de oferta tem seus inconvenientes: a flexibilidade de suas estruturas resulta em um funcionamento aleatório; se o pároco muda ou o mestre decide viajar, a escola pára de funcionar.

Na França, as escolas elementares só surgiram na segunda metade do século XIII, e se multiplicaram entre 1350 e 1450. As escolas rurais são relativamente bem conhecidas no norte, na Champanha e na Normandia, ou em toda região rica e urbanizada que tem muitos clérigos a formar e muitos monges para formá-los. No norte, em 1449, das 156 aldeias de Flandres, 152 possuem uma escola. Na zona rural, a escola raramente ensina a escrever: "saber ler é uma função intelectual valorizada, saber escrever é uma habilidade manual vagamente desprezada". Na cidade, há todos os tipos de escola (cursos em latim ou em língua vulgar) assim como todos os níveis de ensino. No norte, Lille e Saint-Omer trinta escolas, quase uma por paróquia e Douai possui sete escolas. Em Valenciennes, que conta com vinte escolas em 1337 e quarenta e nove em 1388, há, nessa data, 516 crianças (145 meninas) escolarizadas entre sete e dez anos.

Componentes da maioria das escolas
As escolas são espaços organizados propostos para o ensino e a aprendizagem. As salas de aula, onde os professores ensinam e os alunos aprendem, são de importância central, mas as escolas típicas têm muitas outras áreas, que podem incluir:
Cantina ou refeitório, onde os alunos almoçam ou lancham
Quadra de esportes ou ginásio, local onde os alunos participam em esportes ou educação física prática
Auditório ou sala onde acontecem eventos, tais como assembléias
Escritório ou coordenação, onde o trabalho administrativo da escola é feito
Biblioteca, onde os alunos consultam livros e revistas e muitas vezes usam computadores
Salas de aula especializadas, incluindo laboratórios de ciência
Laboratórios de informática onde o computador com internet é usado para trabalhos


Segurança
A segurança dos funcionários e alunos é um problema crescente para as comunidades escolares e a maioria das escolas está lidando com a segurança melhorada. Como no massacre de Realengo, estão sendo criados planos para proteger alunos e funcionários em caso de um tiroteio na escola. Algumas escolas têm tomado medidas, como a instalação de detectores de metal ou de vigilância por vídeo.

Outros problemas de segurança enfrentados pelas escolas incluem atentados terroristas, gangues, vandalismos e bullying.



domingo, 1 de julho de 2012

História do dvd

DVD (abreviatura de Digital Versatile Disc, em português, Disco Digital Versátil). Contém dados no formato digital, tendo uma maior capacidade de armazenamento que o CD, devido a uma tecnologia óptica superior, além de padrões melhorados de compressão de dados. O DVD foi criado no ano de 1995


História
No início de 1990 dois tipos de discos-ópticos de alta capacidade estavam em desenvolvimento: um era o MultiMedia Compact Disc (MMCD), liderado pela Philips e Sony, e o outro era o Super Density Disc (SD), patrocinado pela Toshiba, Time-Warner, Matsushita Electric (Panasonic), Hitachi, Mitsubishi, Pioneer, Thomson e JVC. O presidente da IBM, Lou Gerstner, tinha a proposta de unir os dois sistemas, evitando a repetição dos problemas da década de 1980, com os videocassetes dos formatos VHS e Betamax.

Philips e Sony abandonaram o formato MMCD e concordaram o formato da Toshiba com duas modificações relacionadas com a tecnologia implicada. A primeira foi a geometria que permitisse o "push-pull" (pular) das faixas (assim como no CD, podem ser feitos saltos de uma música para outra, enquanto numa videocassete não há como fazer isso rapidamente), que era uma tecnologia conjunta da Philips e Sony. A segunda era a adoção do sistema Philips EFMPlus. O EFMPlus, foi criado por Kees A. Schouhamer Immink, que também criou o EFM: é 6% menos eficiente que o sistema SD da Toshiba, o que resultou numa capacidade de 4,7GB ao invés dos originais 5GB do SD. A grande vantagem do EFMPlus é sua grande resiliência e resistência a intempéries tais como arranhões e impressões digitais. O resultado foi o DVD 1.5, anunciado ao público em 1995 e terminado em setembro de 1996. Em maio de 1997, o Consórcio DVD mudou para Fórum DVD, que é aberto a todas as companhias (não somente a Philips, Sony e Toshiba).

Os primeiros DVD Players (leitores de DVD) e discos estavam disponíveis em Novembro de 1997 no Japão, Março de 1998 nos Estados Unidos, 1999 na Europa e 2000 na Austrália. No Brasil a tecnologia começou a ganhar força em 2002 e 2003. O primeiro filme em DVD lançado nos Estados Unidos foi o Twister em 1996. O filme foi um teste para o Surround Sound 2.1. No Brasil, o primeiro DVD de filme foi Era uma vez na América, da FlashStar lançado em 1998. Em 1999 o preço dos DVD Players baixou para 300 dólares. A rede de supermercados Wal-Mart começou a vender DVD Players mesmo tendo pouca procura em comparação com os vídeos VHS, mas logo outras lojas seguiram o Wal-Mart e o DVD rapidamente se tornou popular nos Estados Unidos. Devido à desvalorização da moeda brasileira em relação aos dólares e à demora na decisão sobre a região a ser adotada no Brasil, bem como outros fatores, o DVD só se popularizou no Brasil em 2003, tomando quase 80% do mercado de vídeos. Um atraso de quase um ano, segundo fabricantes do setor.



Informações técnicas
Os DVD possuem por padrão a capacidade de armazenar 4,7 GB de dados (capacidade nominal), enquanto que um CD armazena em média de 700 MB(cerca de 14,6 % da capacidade de um DVD). Os chamados DVD de dual-layer (dupla camada) podem armazenar até 8,5 GB. Apesar desta capacidade nominal do DVD gravável, é possível gravar aproximadamente 4.38 GB de informações (com arquivos que se dividem em um tamanho máximo de de 1 GB cada). O tamanho máximo de arquivo varia conforme o tipo de gravação: UDF, ISO normal, DVD-video etc. Por exemplo, para gravar um arquivo com cerca de 2 GB, é necessário escolher a opção UDF mode. Apresenta resolução de 500 linhas (horizontais). A qualidade de imagem e som do DVD são bem superiores as das fitas de vídeo VHS



Estrutura dos arquivos
Observando as extensões dos arquivos num sistema operacional podemos observar:
Arquivos *.IFO (de informação) são scripts sobre "como" rodar o DVD;
Arquivos *.BUP são backups dos *.IFO;
Arquivos *.PUO são de operações proibidas ao utilizador e geralmente são removidos quando ripamos (nomenclatura usada quando convertemos um DVD para arquivo de computador);
Arquivos *.VOB (de objeto visual) contém todo o filme, menu, extras, idiomas, e legendas, através de uma multiplexação.



Capacidade do DVD Uma camada (Single Layer) Duas camadas (Dual/Double Layer)
Tamanho físico GB GiB GB GiB
12 cm, um lado 4,7 4,38 8,5 7,92
12 cm, dois lados 9,4 8,75 17 15,8
8 cm, um lado 1,4 1,3 2,6 2,42
8 cm, dois lados 2,8 2,61 5,2 4,84

Nota: GB aqui significa gigabyte e é igual a 109 (ou 1.000.000.000 bytes). Muitos computadores irão mostrar gibibyte (GiB) igual a 230 (ou 1.073.741.824 bytes). Exemplo: um disco com capacidade de 8,5 GB irá fornecer (8.5 x 1.000.000.000) / 1.073.741.824 ≈ 7,92 GiB.



Códigos das regiões
Ver artigo principal: Código de Região de DVD

Dado a data de lançamento de um filme variar de país para país, para evitar que o público compre um filme antes que ele seja exibido no cinema do seu país e como medida de proteção desse mercado, os editores de DVD dividiram o mundo em seis zonas. Deste modo, por exemplo, um DVD editado na zona 1 não pode ser lido por um leitor de DVD da zona 2. Existe, no entanto, uma grande variedade de leitores multi-zona que permitem ler o DVD, independentemente da região a que pertencer.



Número: Região
0: Termo informal que se diz "internacional". Não é oficial e é lido nas regiões 1-6.
1: Estados Unidos, Canadá, Bermudas e territórios estadunidenses.
2: Europa (exceto Rússia, Bielorrússia e Ucrânia), Oriente Médio, Egito, Japão, África do Sul, Suazilândia, Lesoto, Groenlândia
3: Sudeste asiático, Coreia do Sul, República da China, Hong Kong, Macau
4: América Latina (exceto Bermudas e Guiana Francesa), Oceania
5: África (exceto Egito, África do Sul, Suazilândia e Lesoto), Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Ásia central e meridional, Mongólia, Coreia do Norte
6: República Popular da China
7: Reservado para uso futuro (encontrada em uso na proteção de cópias de DVDs screener relacionados com a MPAA e "cópias de mídia" de pré-lançamentos na Ásia)
8: Utlização internacional especial, como em aviões, cruzeiros, etc.
ALL: Lidos em todas as regiões, de 1 a 8.



Tipos de DVD
São definidos basicamente pela forma em que é feita a gravação. Os DVDs duplicados industrialmente tem as informações gravadas em uma matriz cuja replicação é feita através de um sistema de prensagem gerando cópias que podem ser assistidas em qualquer tipo de reprodutor (mas não podem ser regravadas). Já os DVDs graváveis, isto é aqueles que tem uma camada sensível especial que é gravada pelo laser de um gravador de DVD, se dividem nos tipos "Não Regraváveis" e "Regraváveis". Como o nome já diz o primeiro tipo permite gravações até que se atinja a capacidade máxima de armazenamento do disco, ou se finalize o mesmo. Já os regraváveis possuem uma camada que pode ter as informações "apagadas" permitindo sua reutilização.


DVDs Não Regraváveis
DVD-R: somente permite uma gravação e pode ser lido pela maioria de leitores de DVD;
DVD+R: somente permite uma gravação, pode ser lido pela maioria de leitores de DVD e é lido mais rapidamente para backup;
DVD+R DL (dual-layer): semelhante ao DVD+R, mas que permite a gravação em dupla camada, aumentando a sua capacidade de armazenamento.

DVDs Regraváveis
DVD-RW: permite gravar e apagar cerca de mil vezes;
DVD+RW: é uma evolução do DVD-RW. Também permite gravar e apagar cerca de mil vezes, mas possui importantes aperfeiçoamentos, em especial uma compatibilidade muito maior com os DVD Players.
DVD+RW DL: possui duas camadas de gravação, o que dobra a sua capacidade de armazenamento.
DVD-RAM: permite gravar e apagar mais de cem mil vezes. A gravação e a leitura são feitos em uma série de círculos concêntricos, um formato que se aproxima mais do que ocorre nos discos rígidos (em todos os demais tipos de DVD, e também de CD, a gravação é feita em uma única linha contínua, uma espiral que parte do centro e termina na borda externa). Daí decorre o nome "gravação aleatória" (nos demais DVD, ela seria contínua). Permite editar o conteúdo do DVD sem ter de apagar todo o conteúdo que já estava gravado. Oferece a possibilidade de gravação e leitura simultâneas (time shift) sem o risco de apagar a gravação. Compatível com poucos leitores de DVD. Possui uma única camada de gravação. Capacidade: versão 1.0 - de 2,58 GB (um lado) a 5,16 GB (dois lados), e versão 2.0 - de 4,7 GB (um lado) e 9,4 GB (dois lados). Formato apoiado pela Hitachi, LG, Maxell, Matsushita (Panasonic), Samsung, Toshiba e JVC, através do RAM Promotion Group (RAMPRG). Em 2007, o custo do DVD-RAM era de aproximadamente quatro vezes o preço do DVD+RW, seu concorrente.

Diferença entre DVD+R e DVD-R
DVD+R e DVD-R possuem a mesma função e a mesma capacidade. Na prática, a diferença da mídia DVD-R para a DVD+R é o desempenho: discos DVD+R são lidos mais rapidamente do que discos DVD-R. Esta diferença só é sentida se você usar o disco DVD para gravar arquivos de dados, isto é, usar como uma mídia de backup. Já que para assistir filmes, o desempenho é o mesmo[4]. DVD+R só pode ser lido e gravado em gravadores DVD+R, e DVD-R só em gravadores DVD-R. Existem no mercado gravadores que conseguem gravar os dois tipos de mídia, chamados gravadores DVD±R ou dvd multi-recorder, outra vantagem que existe é o DVD+R permitir gravar mais tempo de video, como 240 minutos e o DVD-R com 120 minutos. Além disso o DVD-RAM suporta gravação aleatória (o que significa que é possível adicionar e remover arquivos sem a necessidade de apagar todo o disco para recomeçar), sendo mais parecido com um disco rígido removível, enquanto que o DVD-RW e DVD+RW não (se for necessário mudar alguma coisa, será preciso limpar todo o disco e recomeçar). A desvantagem do DVD-RAM é o seu custo maior.

DVD de 25 Terabytes
Um grupo de cientistas japoneses anunciou que seria capaz de multiplicar mil vezes a capacidade de armazenamento de um DVD simplesmente aplicando uma capa metálica especial a um DVD. O Blu-Ray parecia o dispositivo ideal para substituir o velho disco de 4.7GB mas a guerra entre os discos ainda não terminou.

Blu-ray e HD DVD
Foram lançados no mercado duas novas tecnologias para substituir o DVD, com maior capacidade de armazenamento. São os formatos Blu-ray e HD DVD. Estes formatos utilizam um disco diferente, que é gravado e reproduzido com um laser azul-violeta ao invés do tradicional vermelho. O laser azul possui um comprimento de onda menor, o que permite o traçado de uma espiral maior no disco, podendo render até 50 GB e 30 GB de capacidade no caso do Blu-ray e HD DVD, respectivamente. Os dois formatos têm suas vantagens e desvantagens: o Blu-ray tem maior capacidade de armazenamento, chegando a 25 GB com camada única ou 50 GB com dupla camada, mas seus discos, assim como os aparelhos para leitura, são mais caros para serem produzidos. O HD DVD por sua vez, é capaz de armazenar apenas 15 GB com camada única ou 30 GB com dupla camada, mas teria um custo menor de produção.

Apoiando o formato HD DVD estavam Microsoft, Intel e Toshiba, entre outros. Do lado do Blu-ray estão Philips, Apple Inc. e Sony, entre outros. O espaço extra dessas novas tecnologias de DVD será utilizado para comportar filmes e jogos em alta definição, de acordo com esta geração de aparelhos televisores e videogames. Em 19 de Fevereiro de 2008, a Toshiba comunicou a decisão de não continuar com o desenvolvimento, fabricação e comercialização do HD DVD. Sendo assim, o Blu-ray é o sucessor do DVD.

EVD e VMD

A República Popular da China lançará um padrão próprio de discos de alta resolução chamado EVD (Enhanced Versatile Disc ou Disco Versátil Aprimorado, em português). Já o VMD foi criado por uma empresa inglesa, que criou um novo padrão apenas realizando otimizações no DVD onde se pode atingir 100 GB e utilizar o mesmo laser vermelho e que em custo sairia pelo mesmo preço dos DVD convencionais.

Leitor de DVD
O leitor de DVD é um acessório doméstico capaz de reproduzir mídias no formato DVD. Alguns mais modernos reproduzem também outros formatos como CD (de música mp3 e fotos), VCD, SVCD, mini-CD, DVD-RAM e discos de dados, com por exemplo, filmes no formato *.avi (que foram compactados em DivX ou XviD). Existem ainda os "DVD-KARAOKÊ" (mesmas funções que o DVD Player normal), porém estes possuem entradas para microfones. Existem DVD Players com entradas USB para assim poder inserir algum MP3 ou MP4. Sendo que em geral, reproduzem videos com resolução de 720x480 pixels em NTSC e 720x560 em PAL.

Também é possível visualizar DVD em computadores pessoais, usando uma unidade de leitura de DVD, e um software ou programa tocador de DVD, como por exemplo o Windows Media Player, WinDVD ou PowerDVD, para o sistema operacional Windows, e mplayer, vlc, xine ou totem para os sistemas GNU/Linux e derivados do BSD.